Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
...e aqui estás tu numa das minhas fotos favoritas. E aproveito, para publicar o comentário do meu pai:
Nuno
A tua Mãe é uma princesa como aquelas de antanho: bonita, gentil, sensível, discreta, artista - continua a pintar as recordações em imagens de uma vida, a de Moçambique onde nascemos e que ela recorda, sempre saudosa -, cuidadosa com os filhos e os netos, paciente, apaixonada por flores e jardins, também por objectos de decoração, coleccionadora, leitora e analista de livros de arte - em especial dos dedicados ao Impressionismo -, decoradora dos recantos da nossa casa, dona de uma enorme paciência para me aturar, também e ainda, tanto ou mais disponível para os 3 filhos e os 3 netos como para alguns familiares.
Agradeço a lembrança. A propósito, ainda me lembro do vestido
da fotografia, com c. de 55 anos! Então, éramos ainda novos e não supunhamos o que a vida nos traria de bom e de mau. Com saudades para a extinta Lço Marques, as ruas com acácias e jacarandás em flor, as avenidas largas e extensas, a atmosfera de uma vida tranquila, a convivência com os amigos, o amor à nossa terra natal, então Província Ultramarina, em que o cair da chuva fazia levantar da terra cheios que nunca esquecemos e o pôr do sol era um resplendor em tangerinas e oiro; apesar de tudo, o que a tua Mãe mais terá apreciado respeita aos longos anos em que viveu no mato; haverá por aqui algum nado e criado na Metrópole (como então se dizia) e que não tenha estado em Moçambique e que possa saber e falar do mistério e da paz vividas no mato, onde, pelo menos em Panda (dist. de Inhambane) era a única rapariga solteira. São 03H30 da madrugada; assim que Ela acordar vou mostrar-lhe esta tua entrada no Estado Sentido. Um abraço paterno