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A quinta dos animais de José Sócrates

por Samuel de Paiva Pires, em 30.06.09

 

Neste fim de semana que passou o Primeiro-ministro em mais uma entre as milhares de acções de propaganda que costuma fazer, foi até à Cova da Beira garantir que todas as obras do Regadio da Cova da Beira serão finalizadas até ao final do ano. Sobre estas obras, anotem-se estas pérolas:

 

"É por isso que o facto de ser primeiro-ministro no momento em que acelerámos este projecto me dá particular satisfação"

 

O primeiro-ministro destacou que a cerimónia lhe disse muito "a nível pessoal". "Fiz toda a minha carreira política a falar do Regadio da Cova da Beira"

 

E porque não saber a opinião de quem por ali reside acerca deste magnífico empreendimento? Ora perguntemos aos Marretas:

 

Graças aos fundos estruturais, o Governo faz obra pública para ultrapassar a crise e garantir um futuro melhor para Portugal. Por aqui não temos aeroporto, TGV nem investimentos no turismo, mas 50 anos depois vamos ter o Regadio da Cova da Beira. É pena que já não haja por cá agricultores, mas estou convencido que o canal de rega dá um halfpipe fantástico para a juventude usar nos desportos radicais.
 

Ainda assim, ainda bem que Primeiro-ministro está satisfeito. Creio até que também os portugueses ficam contentíssimos por lhe providenciarem a satisfação pessoal que constantemente  lhe enche o ego, enquanto governa o país como se fosse a sua quinta. Sem rumo definido,  sem nenhum projecto nacional, ao sabor das circunstâncias e dos seus caprichos pessoais. E de tão animais que somos ninguém nota um dos maiores atestados de estupidez que Sócrates já nos passou. Imagino se fosse com Santana Lopes, caía o Carmo e a Trindade. Atente-se então nestas declarações (vide vídeo acima):

 

Há muita gente em muitos concelhos que tem opções locais e opções nacionais diferenciadas. Quer apoiar um partido ao nível local e quer apoiar outro partido ao nível nacional. Eu julgo que se fizéssemos coincidir as duas eleições isso seria muito negativo para a dinâmica das democracias locais. Foi por isso que naturalmente fiquei satisfeito por o Senhor Presidente da República ter decidido pelas datas das eleições em dois momentos diferentes.

 

Palavras para quê?

publicado às 16:16


6 comentários

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De João Pedro a 30.06.2009 às 18:11

Não conheço bem a situação da agricultura na Cova da Beira (imagino que se houvesse gente predisposta a dedicar-se a essa actividade as obras de regadio seriam importantes), mas a opinião sobre a não coincidência das eleições não me parece assim tão descabida. Normalmente em eleições locais vota-se mais no candidato e menos no partido, e chega mesma a despertar mais atenção do que as nacionais, mas viradas para as "cores".
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De João Pedro a 30.06.2009 às 18:11

Não conheço a situação da agricultura na Cova da Beira (imagino que se houvesse gente predisposta a dedicar-se a essa actividade as obras de regadio seriam importantes), mas a opinião sobre a não coincidência das eleições não me parece assim tão descabida. Normalmente em eleições locais vota-se mais no candidato e menos no partido, e chega mesma a despertar mais atenção do que as nacionais, mas viradas para as "cores".
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De Samuel de Paiva Pires a 30.06.2009 às 18:15

João mas seremos assim tão estúpidos que não saibamos distinguir entre dinâmicas locais e nacionais? Aliás, José Sócrates é que realmente acha que somos assim tão estúpidos porque obviamente sabendo da preponderância do PSD a nível das autarquias, tem realmente receio que os portugueses se confundam e votem também no PSD a nível nacional, caso as eleições fossem no mesmo dia. De qualquer das formas esteve bem o Presidente da República ao marcar as legislativas para antes das autárquicas, precisamente pelo que digo acima, demonstrando alguma isenção. Agora, faz-me confusão que Sócrates passe um atestado de estupidez aos portugueses e ninguém se indigne!
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De João Pedro a 30.06.2009 às 19:09

Curioso que tive esta mesma discussão ontem ao jantar. Não, samuel, cada vez me convenço mais que o povo não é estúpido; mas há sempre gente menos informada, que em eleições combinadas de natureza diferente era capaze de se confundir, o que seria o suficiente para alterar uma votação. É por isso que autárquicas e legislativas não devem ser em simultâneo (já legislativas e europeias ao mesmo tempo tem mais lógica, e até já aconteceu). O problema é que caso a próxima legislatura aguente até ao fim (o que é improvável), lá teremos em 2013 legislativas e autárquicas com duas semanas de diferença. Ainda me pergunto porque é que mudaram a lei do prazo das eleições locais, que têm de ser em Outubro e antigamente calhavam sempre em Dezembro. Será por causa do frio?

Sobre a provável vitória do PSD nas autárquicas, não sei se teria grande influência nas legislativas, embora também haja quem aproveite para dar o seu voto de protesto (coisa que me parece um disparate); além do carácter diferente de umas e outras, já tivemos o exemplo da vitória do PS em 1989, que não impediu Cavaco de reeditar os seus 50% dois anos depois.
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De Samuel de Paiva Pires a 30.06.2009 às 19:22

Eu concordo plenamente que sejam em datas diferentes. O que me repugna é a forma como os nossos políticos desdenham aqueles a quem (supostamente, se isto fosse uma democracia a sério) têm que prestar contas! E a forma muitas vezes é mais importante que a substância, então em política!
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De Nuno Castelo-Branco a 30.06.2009 às 19:24

Ninguém fala do facto da votação para a presidência da Câmara nunca coincidir com aquela destinada à Assembleia Municipal. Para isto, os portugueses não são assim tão estúpidos.

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