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Após o simulacro eleitoral que consagrou a fraude Ahmadinejad, as manifestações contra o regime criaram as há muito esperadas clivagens internas dentro do mesmo. Se Moussavi não passava de um dos escolhidos pela liderança teocrática, a ultrapassagem desta pelos seus próprios acólitos fazia prever a escalada que agora se verifica. Surgiram as primeiras divergências entre Khamenei e o "presidente eleito" e o termo que a imprensa internacional veicula a respeito da exigência do aiatolá, é o ultimato. Simplesmente, torna-se inaceitável a indigitação de Esfandiar Mashaie para o cargo de primeiro vice-presidente de Ahmadinejad.
O Irão é um vasto país cuja dicotomia entre as populações urbanas e contestatárias e uma mole conservadora e rural, ainda não pode ser realistamente avaliada quanto ao verdadeiro peso relativo do sector que pedindo reformas, na verdade parece apresentar estas como uma primeira fase para a própria substituição do regime. Os mais educados, a gente da classe média e empresarial, pouco em comum têm com os habitantes das zonas rurais, profundamente influenciados por uma estrutura patriarcal perfeitamente dominada pelo clero.
Homem de palha dos mulás, Ahmadinejad provavelmente cederá às imposições de Khamenei, mas o simples facto da própria liderança ditatorial iniciar uma fase de conflitos internos, consiste numa excelente notícia que só o decorrer dos próximos meses poderá ou não confirmar. No entanto, é importante o surgimento de um Tullius Detritus dentro da liderança de Teerão. Oxalá!