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Democracia Portuguesa - I

por Manuel Pinto de Rezende, em 28.07.09

Da Morte das Coisas

 

Somos uma democracia de regras mal definidas. Acontece não se saber bem definir as regras quando não se conhece bem o jogo. O jogo partidário conhece em Portugal uma importância impar (e crescente) que não acompanha a sua função benfeitora na sociedade. Em nome da preservação da nossa democracia e da sociedade que criamos da tentativa de implantação de uma democracia liberal, habituamo-nos a considerar a podridão da rotatividade partidária como um mal necessário. Qualquer democrata (que nãos os há em Portugal, pelo menos não na classe dirigente) sabe que o papel que os partidos desempenham na sociedade democrática é importantíssimo, mas ínfimo, pelo menos deverá ser, caso o objectivo pretendido pelo regime seja, de facto, uma democracia.

Todos os anos ouvem a mesma ladainha. Chega a época de eleições, e a discussão nunca fica apenas pelo partido em que votar. A entrega do partidarista ao seu partido é tal, que relembra a entrega do cliente ao patrono dos tempos romanos.

Ao Partido que vencer, Tudo. Ao que ficar, mais um ano, na oposição, o grande Nada. Todo o aparelho de Estado, todos os apoios sociais, todas as influências nas faculdades e academias, todas as licenças e autorizações, as melhores empreitadas (as públicas e as privadas), os sorteios, os concursos públicos (e privados), as concessões, tudo, enfim, tudo e todo o País que se quer mexer e ganhar dinheiro, está dependente da Partidocracia regente na altura. O Partidocrata, eleito e confirmado de 4 em 4 anos, é o novo aristocrata. O Partidarista, é o pajem, o plebeu e o bobo da corte.

A situação em que se viu o Samuel, com tanta oferta de Jotas no mercado, é uma situação típica que só pode ser adiada por determinado tempo. A partir de dada altura, fica bem a um rapaz recém-licenciado, que queira fazer carreira, tornar-se cliente de alguém. Bem-haja as Jotas, como é claro.

 

Este universo pútrido de prostituição política, descendente directo da colheita salazarista dos jovens promissores e competentes para ingressar nas listas da União Nacional, não é democracia. É uma brincadeira, e cara, por sinal.

publicado às 22:55


3 comentários

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De Nuno Castelo-Branco a 29.07.2009 às 12:24

Bem, uma considerável parte dos males apontados não são exclusivos de Portugal. Basta passar a fronteira e continuar em direcção a nordeste. É exactamente o mesmo, salvo as as necessárias adaptações a cada país.
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De anónimo a 29.07.2009 às 23:08

Mas que grande confusão!!!
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De Samuel de Paiva Pires a 30.07.2009 às 01:46

Sinceramente não posso dizer "desta água não beberei", mas por ora mais vale mesmo só do que mal acompanhado... Não sei se leste isto que escrevi aqui há tempos - http://estadosentido.blogs.sapo.pt/641944.html

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