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Mário Soares esteve ontem no Gato Fedorento e teve uma prestação bastante positiva, dizendo exactamente aquilo que todos queremos ouvir: "esta república é óptima e recomenda-se".
É de facto magnífica para Mário Soares e para tantas outras figuras que fizeram de Portugal aquilo que hoje é, ou seja, um sítio onde impera a ruína económica, o descalabro financeiro, uma justiça esmagada por interesses corporativos, uma inexistente educação, uma classe política profundamente envolvida em controversos casos de corrupção e finalmente, o país com as mais gritantes e vergonhosas desigualdades sociais. É esta a sua excelsa república.
Em tom de desabafo, Mário Soares - que ao contrário daquilo que afirmou a Ricardo Araújo Pereira, gosta de uma boa intriga palaciana -, comparou Portugal e Espanha declarando que "em Portugal raramente ocorrem tragédias, exceptuando as naturais. O nosso registo é outro, quase sempre a comédia".
O ex-deputado, ex-ministro e ex-presidente sabe do que fala, até porque foi sempre um dos principais elencos da companhia cuja actuação o país inteiro rejeita, como os 40% de abstencionistas demonstraram em forte pateada.
Apesar de o seu colega Cavaco o deixar "num estado de grande perplexidade", Soares esqueceu-se de um importante detalhe: a Espanha é uma Monarquia.