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E por falar em iberismo...

por Cristina Ribeiro, em 24.10.09

« Em 1940, o Alto Estado-Maior espanhol elaborou, a pedido de Franco, um plano de ataque a Portugal, com a ocupação de Lisboa e a tomada de toda a costa nacional.( ... ) Ao longo de quase 70 anos, o Plano de Campanha nº 1 (34), o grande projecto de Franco para invadir Portugal, delineado em plena II Guerra Mundial (1940), esteve "adormecido" nos arquivos da Fundação Francisco Franco (...) até porque uma das grandes orientações da política externa de António de Oliveira Salazar, durante o conflito mundial, consistia na independência nacional face à ameaça da anexação espanhola. Mas só recentemente foi possível confirmar que os temores de Salazar tinham justificação. Espanha acalentava o sonho de um império norte-africano (... ) Tudo isto seria realizado sem o conhecimento prévio de Hitler e Mussolini. (...) Contudo, após iniciados os ataques a Gibraltar e a Portugal, Espanha previa o apoio da aviação alemã, "nomeadamente com o reforço de bombardeiros e caças ( ... ) Em Dezembro de 1940, quando Franco escreveu, assessorado pelo AEM, que decidira atacar Portugal - "Decidi [...] preparar a invasão de Portugal, com o objectivo de ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa" -, o Tratado de Amizade e Não Agressão, firmado pelos dois países em Março de 1939, não passava de um documento sem importância para o "Caudilho" ( ... )

"inquietantes" palavras de Serrano Suñer, ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, ao seu homólogo alemão, Joachim von Ribbentrop, datadas de Setembro de 1940: "(...) ninguém pode deixar de se dar conta, ao olhar para o mapa da Europa, que, geograficamente falando, Portugal na realidade não tinha o direito de existir. Tinha apenas uma justificação moral e política para a sua independência pelo facto dos seus quase 800 anos de existência". Ros Agudo ( historiador de História Contemporânea na Universidade de Madrid ) acredita que estas palavras, proferidas em Berlim, foram "encomendadas" a Suñer por Franco, com a intenção de averiguar "a reacção de Hitler perante a ideia de um Portugal integrado num futuro grande Estado ibérico". Mas "o Führer não quis fazer qualquer compromisso sobre este assunto"; "É possível que, sob uma Nova Ordem europeia, na eventualidade da vitória fascista e da derrota da Grã-Bretanha, Franco tivesse permitido a existência de um Portugal marioneta, fascista e inofensivo" »

 

  Todas as manobras com vista ao " silenciamento " de Portugal, aqui.

publicado às 10:31


15 comentários

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De António de Almeida a 24.10.2009 às 11:48

A Espanha já não precisa de disparar um tiro, estamos economicamente colonizados pelo vizinho.
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De Cristina Ribeiro a 24.10.2009 às 16:49

Pois...; aqui em Braga, por ex. são mais do que muitas as lojas espanholas; lá, português só entra se lhe sair a lotaria.
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De Luísa a 24.10.2009 às 14:06

Cristina, a gente não pode ter sossego, já se viu. Felizmente, aqueles rapazes têm agora mais com que se entreter. Mas se apaziguam as suas dissidências internas, aí os temos, de novo, a afiar o dente. :-D

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De Cristina Ribeiro a 24.10.2009 às 16:55

É uma coisa que permanece no fundo de muitos espanhóis, Luísa " Portugal não tem direito de existir ": felizmente estão muito longe de ser a maioria.
E, infelizmente, há muitos do lado de cá que até concordam.
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De P.F. a 24.10.2009 às 15:35

Se o Nazismo tivesse triunfado na Europa, seria um triunfo não do Nacionalismo(s) mas sim de um internacional socialista de cunho germanófilo que acabaria por descaracterizar e unificar os diversos estados europeus. Portugal e muitos outros países pequenos soçobrariam em função dos maiores e estes por sua vez também se descaracterizavam. As diferenças entre isto e a Europa que os eurocratas querem edificar não é tanta como muita gente pensa. As diferenças é que a Europa actual continua a ser dominada pela alta finança eminentemente banqueira e especulativa-usurária e sionista. Os nazis haveriam de inventar algo parecido ou se calhar pior...
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De Cristina Ribeiro a 24.10.2009 às 16:57

Nem mais, Pedro: um cenário que reconheço em certa Europa d'hoje.
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De Cristina Ribeiro a 24.10.2009 às 21:23

Errata: ... numa certa Europa...
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De Samuel de Paiva Pires a 25.10.2009 às 22:29

A diferença é praticamente nenhuma Pedro. Estão documentados os planos nazis para a Europa no pós-guerra, patentes numa conversa de Goring com um ex-secretário-geral do partido fascista italiano (escapa-me o nome de momento). Era nada mais nada menos do que aquilo que tem vindo a acontecer com a UE, uma integração gradual dos diversos sectores dos vários países, até culinar na total união política e económica.
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De Samuel de Paiva Pires a 25.10.2009 às 22:30

Perdão, "culminar", não "culinar". É o cansaço. Um abraço
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De PF a 27.10.2009 às 02:18

Essas forças do Eixo, nacionais-socialistas e fascistas, chamriam um figo aos poderes e instrumentos de controlo que o poder federal e os poderes estatais dispõem.
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De PF a 27.10.2009 às 02:24

Dispõem nos dias e hoje, acrescento eu.
Um abraço
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De João Pedro a 26.10.2009 às 13:10

Alta finança especulativa usurária e sionista não era exactamente uma coisa de que os nazis gostassem muito. Aliás, costumavam usar esse jargão no seu anti-semitismo extremo.
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De PF a 27.10.2009 às 02:23

João Pedro, por mais que eles abominassem o conceito, eles não sobreviveriam sem o capital nem num sistema alternativo ao capitalismo (cujos vícios, a ata sociedade próxima do aparelho nazi de imediato se encarregou de imitar). Podiam era chamar-lhe outra coisa. Sionista não seria de certeza. Mas para que precisariam eles do nome ou da identidade étnica para tal coisa, não se diz que o dinheiro não tem nacionalidade?
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De Nuno a 25.10.2009 às 13:18

Sem duvida interessante, infelizmente as velhas ideias nunca morrem. Os grupos sociais portugueses que começaram a revoltar-se nos anos 50 queriam novamente o poder numa altura em que o Estado estava rico e recuperado dos disparates da primeira república. Neste momento que se evolui para a situação económica de 1926, a ultima coisa que resta alienar às nossas elites politicas é a independência nacional.
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De Nuno Castelo-Branco a 26.10.2009 às 17:52

Os espanhóis querem resolver os problemas deles às nossas custas. Quando falo de espanhóis, refiro-me à elite político-económica, porque o homem comum, ignora-nos completamente. Aliás, nós pagamos generosamente da mesma moeda.

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