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Lendo, porém, mais um capítulo de « O Escritor na Cidade », de João Bigotte Chorão, sei da sua faceta de memorialista, um género literário que me encanta. Que escreveu, entre outros livros de memórias, que, leio na Wikipédia, " são uma interessante fonte para o conhecimento da política portuguesa na última metade do século XIX ", «Sob os Ciprestes », onde evoca " a grande trindade romântica de Garrett, Castilho e Herculano », e fico a saber que o escritor « pinta com mão comovida, mas firme, o quadro em que vive e domina Herculano », ele que nesse exercício de recordar diz « Eu pinto uma época ». E assim parece ser , quando ouvimos de Bigotte Chorão, ser o poeta-memorialista « autor de uma pintura de costumes ou de género, em que as personagens e o meio ambiente surgem com toda a minúcia e nitidez, como na arte holandesa ».
Mais adiante, vejo, já mais próximo de nós no tempo, Fidelino de Figueiredo reflectir o memorialismo como « a posição de espírito de quem se deleita em recordar e entesourar lembranças ». E fecho esta reflexão com aquela frase emblemática de Tomaz de Figueiredo « Ah! , mundo esmagador das recordações. Emendadas umas nas outras, aboiando como de mar sem fundo ».