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Depois desta, aqui fica uma outra breve passagem de Aron, a respeito dos postulados de Tocqueville acerca das revoluções nas sociedades democráticas (As Etapas do Pensamento Sociológico, 7.ª ed.,Lisboa, Dom Quixote, 2004, p. 250):
"Afirma em primeiro lugar que as grandes revoluções políticas ou intelectuais pertencem à fase de transição entre as sociedades tradicionais e as sociedades democráticas, e não à essência das sociedades democráticas. Noutros termos, as grandes revoluções tornar-se-ão raras nas sociedades democráticas. E contudo essas sociedades serão por natureza insatisfeitas.
Tocqueville escreve que as sociedades democráticas não podem ser nunca sociedades insatisfeitas, porque sendo igualitárias, são invejosas, mas que, a despeito da sua turbulência superficial, são fundamentalmente conservadoras.
As sociedades democráticas são anti-revolucionárias pela razão profunda de que à medida que as condições de vida melhoram, aumenta o número dos que têm alguma coisa a perder com uma revolução. Há demasiados indivíduos e demasiadas classes que possuem alguma coisa nas sociedades democráticas para se disporem a arriscar os seus bens no lance de dados das revoluções."