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Lisboa destruída: Agora é uma cruz suástica

por Pedro Quartin Graça, em 02.03.11

MPT-LISBOA exige explicações sobre cruz suástica na Almirante Reis

 

Na sessão de ontem da Assembleia Municipal de Lisboa, o Deputado Municipal John Rosas exigiu explicações sobre o aparecimento de uma cruz suástica na calçada na zona da Avenida Almirante Reis. Na sua intervenção sobre a Informação Escrita do Presidente da Câmara, John Rosas afirmou:
"Não poderia deixar de questionar directamente o Senhor Presidente sobre a razão da existência de uma cruz suástica gravada na calçada à portuguesa no passeio norte da Praça João do Rio.
"Para além de entendermos tratar-se de uma ofensa grave à cidade de Lisboa e aos seus munícipes, o Partido da Terra questiona a forma como são geridas as intervenções no espaço público por parte da câmara, seja como intervenientes directos nas obras seja como entidade fiscalizadora das mesmas. 
"Face ao exposto, Senhor Presidente, o Partido da Terra exige o apuramento das responsabilidades inerentes, bem como a imediata intervenção dos serviços camarários no sentido de removerem tamanha ofensa à dignidade da pessoa humana, da cidade de Lisboa e dos seus munícipes!"

E, como se não bastasse já esta questão, e bem mais grave, o MPT interregou também António Costa, sem resposta por parte deste, sobre a supressão de carreiras da CARRIS a partir já deste sábado.

publicado às 12:52

O Movimento Partido da Terra entregou ontem na Assembleia Municipal de Lisboa, uma interessante proposta, visando a entrega a uma instituição de solidariedade social do concelho, das senhas de presença dos deputados no areópago (cerca de 80€ por cabeça).

 

John Rosas, o  deputado municipal do MPT, afirmou: "É com grande satisfação que, em nome do partido que represento nesta Assembleia Municipal, o Partido da Terra, venho submeter à consideração de V. Ex.ªs a aprovação de uma Moção na área da intervenção social.

 

Esperava-se uma reacção de imediato apoio, talvez até com algum entusiasmo. No entanto, o resultado foi o seguinte: todos os partidos componentes da Assembleia Municipal de Lisboa (PS, PSD, PCP, BE, PEV e "independentes do PS"), votaram contra a proposta, chumbando a dita solidariedade, rotineiramente por todos eles apregoada como "grande princípio da república". O CDS "absteve-se". Apenas o MPT votou a favor.

 

É esta, a preclara moral da trombalazanagem que governa, põe e dispõe. Ficamos elucidados.

publicado às 09:00

A Lisboa dos terramotos e "cambroens"

por Nuno Castelo-Branco, em 25.11.10

Não perdendo nem um minuto a imaginar os "ses" do 25 de Novembro de 1975, deveremos antes salientar algo de infinitamente mais útil, como a exposição a partir de hoje patente no Museu da Cidade de Lisboa. Consiste numa recriação virtual de alguns dos principais pontos de interesse da capital destruída pelo terramoto de 1755. Note-se que esta iniciativa tem o "alto patrocínio" da Câmara Municipal de Lisboa, uma entidade que nas últimas décadas se afadiga em ser protagonista do novo cataclismo destruidor que tem arrasado esta cidade, vítima da edilidade sempre obcecada com cambroens que façam os amigos arredondar as suas contas bancárias in e off-shore. Mais uma ironia da nossa "estória", bem ao nível dos seus principais protagonistas.

 

A propósito de "cambroens", aqui deixamos o seguinte comunicado, recebido via Octanas:

 

"Comunicado à Imprensa

 

O Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA), da Universidade de Évora, em colaboração com a empresa Beta Technologies e o King’s Visualisation Lab – King’s College London, está a desenvolver uma recriação virtual da Lisboa destruída pelo terramoto de 1755, através da plataforma de mundos virtuais Second Life®.

Este projecto, Cidade e Espectáculo: uma visão da Lisboa pré – Terramoto, constitui-se como um projecto pioneiro em contexto nacional e internacional, pela abrangência do objecto de estudo e potencialidades do formato. Tem sido apresentado com sucesso em várias conferências internacionais.

Através da utilização de um avatar, irá permitir ao visitante a imersão numa realidade arquitectónica, social e cultural desaparecida. O público poderá visitar a Lisboa das vésperas do terramoto, os interiores dos seus edifícios mais emblemáticos e assistir ou participar numa procissão, tourada, auto de fé, ou espectáculo de ópera http://lisbon-pre-1755-earthquake.org/; http://vimeo.com/17044721

Derivando do sucesso da recriação da Ópera do Tejo de D. José I (http://operadotejo.org/), igualmente em Second Life®, concebida e realizada pela Universidade Aberta e empresa Beta Technologies, em 2005, reúne alguns dos respectivos investigadores a que se veio associar uma larga equipa de especialistas da história da cidade, do urbanismo, da arquitectura e da paisagem; da criação de realidades virtuais e da aplicação dos recursos da informática à investigação e divulgação da História.

Porque consideramos que a pesquisa científica deve ser um processo de partilha e de franca comunicação entre investigadores, contactámos no início de 2009 a Câmara Municipal de Lisboa, através da respectiva Vereação da Cultura, propondo uma parceria com o projecto de animação 3D em desenvolvimento pelo Museu da Cidade.

Dada a tecnologia de ponta que estamos a utilizar, que permite a interacção dos utilizadores num espaço comum de fácil construção; a actualização permanente, em tempo real, do objecto de estudo e a imersão do visitante no ambiente virtual, o que não está ao alcance das tecnologias de animação 3D, como a que está a ser utilizada pelo Museu da Cidade, a vereação da Cultura mostrou um efectivo interesse numa eventual parceria, ficando de estudar mais detalhadamente o assunto.

No seguimento deste encontro, convidámos a Vereação da Cultura da CML, bem como a Directora do Museu da Cidade, a estarem presentes no workshop internacional Virtual Historic Cities: reinventing urban research, organizado pelo CHAIA a 21 de Maio do corrente ano em Lisboa e que trouxe pela primeira vez a Portugal Bernard Frischer, Director do Virtual World Heritage Laboratory, da Universidade da Virgínia, e coordenador do projecto de recriação virtual da Roma Clássica, Rome Reborn. Neste workshop, participou ainda Richard Beacham, director do King’s Visualisation Lab – King’s College London, especialista na aplicação das tecnologias de mundos virtuais ao estudo do Património Cultural.

Neste contexto, apresentámos o Prof. Bernard Frischer aos representantes da CML e Museu da Cidade presentes no workshop, Dr. Francisco da Mota Veiga e Dr.ª Ana Cristina Leite, e acompanhámos o referido investigador à visita que efectuou ao Museu da Cidade, no qual teve a oportunidade de conhecer o projecto aí em desenvolvimento.

Ainda a aguardar uma resposta da CML, foi com surpresa e profundo desagrado, que tomámos conhecimento da entrevista a Bernard Frischer que consta da edição de Novembro da Agenda Cultural da CML.

Utilizando manifestamente o Prof. Bernard Frischer para a validação científica do respectivo projecto 3D, a CML e o Museu da Cidade de Lisboa, não mencionam uma única vez o CHAIA e o projecto Cidade e Espectáculo: uma visão da Lisboa pré – Terramoto, através dos quais tiveram a oportunidade de conhecer este investigador americano. Todas as notícias posteriores sobre o lançamento do projecto no Museu da Cidade, a 25 de Novembro, omitem este facto, utilizando assim de forma abusiva o trabalho científico desenvolvido pela equipa do CHAIA. A ausência de uma resposta à nossa proposta de parceria vem agravar este facto.

Como elementos do Conselho Científico do CHAIA e da comunidade científica que este representa, não podemos deixar de manifestar o mais profundo desagrado por esta situação e de denunciar esta atitude pouco ética por parte da Câmara Municipal de Lisboa e do Museu da Cidade.

 

24 de Novembro de 2010,

 

Alexandra Gago da Câmara

Helena Murteira

Paulo Rodrigues

Investigadores do Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA), da Universidade de Évora e coordenadores do projecto Cidade e Espectáculo: uma visão da Lisboa pré – Terramoto"

 

Para ver mais imagens magníficas de uma Lisboa desaparecida:

http://operadotejo.org

http://lisbon-pre-1755-earthquake.org

publicado às 12:40

Lisboa Arruinada: a CML ataca

por Nuno Castelo-Branco, em 22.03.10

 

 

 

 

Naquele bem conhecido processo do "tanto insistir até conseguir", a Câmara Municipal de Lisboa volta à carga com a questão do repulsivo prédio a construir no Largo do Rato, logo à entrada da Rua do Salitre.

 

É a completa cedência à destruição de todo o centro histórico de Lisboa que nas últimas décadas, viu devastadas as construções erguidas durante o século XIX. Este "projecto de arquitectura" nada mais é senão a suburbanização da capital e no eixo Largo do Rato/Alexandre Herculano, manifesta a vitória dos interesses especulativos, em detrimento daquilo que caracteriza a diversidade arquitectónica da cidade de Lisboa. Pior, consagra a quase completa terciarização de vastas zonas habitacionais.

 

Qual será a reacção da arq. Roseta e do arq. Sá Fernades?

 

Eles - os especuladores de negociatas - insistem e por isso acabarão por conseguir os seus intentos. Até quando, o crime feito lei?

publicado às 17:05

A ler

por Samuel de Paiva Pires, em 28.11.09

O maravilhoso mundo da Assembleia Municipal de Lisboa, contado na primeira pessoa por Manuel Falcão (via ABC do PPM):

 

Em boa verdade, os deputados, individualmente, não têm nenhuma margem de manobra e fazem apenas figura de corpo presente  - as divergências com as lideranças das respectivas bancadas são reportadas e reprovadas e as posições individuais são rigorosamente controladas. Na verdade o voto dos deputados de pouco serve, apenas se tem em conta a decisão da direcção de cada partido ou formação na Assembleia. Aos deputados que têm problemas em votar a favor de uma proposta apresentada pelo seu grupo partidário é sugerido que na votação abandonem a sala para não se correr o desagradável facto de existir um voto não conformista. Não sei porquê, enquanto assistia ao espectáculo, só me recordava de um livro de Nabokov intitulado «Convite Para Uma Decapitação», no qual se acompanham os últimos momentos de um condenado por «torpeza gnóstica», ou seja, por não se conformar com o pensamento estabelecido como conveniente pela maioria.

 

Neste admirável mundo novo, pelo menos para mim, percebe-se bem o bas-fond da política: terça feira, por exemplo, percebeu-se que a cisão dos eleitos pelo Movimento Cidadãos Por Lisboa, de Helena Roseta, já estava anteriormente combinada com o PS, por forma a organizarem-se de forma autónoma, como antes das eleições - apenas esconderam o facto para iludirem os eleitores com uma ideia de unidade, falsa como agora se verifica. Aquilo a que assisti foi à revelação de um acordo espúrio patrocinado por Manuel Alegre, que levou pela mão Helena Roseta ao altar de António Costa para uma farsa de casamento político com divórcio a prazo contratado. Parece que isto é fazer política. Eu, na minha inocência, acho tudo isto extraordinário.

publicado às 14:41

Pavilhão tailandês para Lisboa

por Nuno Castelo-Branco, em 14.11.09

 

 Para assinalar os 500 anos da Aliança luso-tailandesa, o antigo Sião quer oferecer a Portugal uma réplica em teca de um Pavilhão a ser instalado na zona ribeirinha de Lisboa, diante da Cordoaria Nacional. Note-se que é uma grande distinção para o nosso país e apenas a Alemanha e a Suiça receberam semelhantes oferendas.  Paralelamente, as comemorações de 2010 verão a edição de selos conjuntos, exposições de arte, espectáculos musicais e de dança, publicações e o início da segunda fase das escavações no Ban Portuget de Aiutáia, a antiga capital do reino, a cerca de 90 Km. de Banguecoque.

 

Resta saber como reagirá a sempre desinteressante CML - esteja lá quem estiver - quanto a estas coisas extra-fundos comunitários. Outra questão, será a do pouco civismo imperante na nossa sociedade, não nos custando nada imaginar o maravilhoso Pavilhão de teca e folha de ouro completamente grafitado e servindo de urinol para os do costume. Há coisas que não mudam!

 

Uma sugestão: coloquem a peça de arte num local mais consentâneo, como o jardim do Palácio de Queluz ou o "futuramente reconstruído" jardim do Palácio da Ajuda. Para evitarmos uma vergonha nacional.

 

Leia a notícia completa  A Q U I, no Regabophe.

 

 

publicado às 16:56

Parabéns , senhor António Costa!

por Nuno Castelo-Branco, em 11.10.09

 

 

Afinal, o CRIME compensa!

 

Com uma abstenção a rondar os 40%, foi eleita a nova Câmara Municipal de Lisboa. Aquilo que os resultados ditam é o desejo dos lisboetas na normalização da prática das adjudicações sem concurso, destruição coceptual de espaços históricos - Terreiro do Paço e Torre de Belém, entre outros -, prosseguimento da política de demolições em todo o espaço municipal - A. da Liberdade e adjacentes, Campo de Ourique,, Av. Fontes Pereira de Melo, zona da Almirante Reis, Estefânia, Avenidas Novas e da República, Campo Grande, etc. Os lisboetas gostaram da perspectiva da radicação do terminal de contentores em Alcântara e até, com muito gosto, pagarão os impostos necessários ao suprimento das exigências da empresa concessionada. Os lisboetas querem mais uns bons milhares de veículos provenientes da margem sul, porque isso significará a terceira ponte na cidade, excelente motivo para a bazófia diante dos estrangeiros que nos visitarão. Pelo que perece, acham uma maçada  a existência do aeroporto a dez minutos de suas casas, preferindo gastar quarenta e cinco minutos na travessia da ponte Vasco da Gama, pagando mais taxas e impostos.

 

Solidários como são, os munícipes olissiponenses pretendem enriquecer as grandes empresas de construção e ter aqui, à beira Tejo, uma espécie de Siracusa siciliana, onde o enriquecimento súbito será possível para alguns atrevidos e predestinados. 

 

O senhor vereador Salgado - o tal "arquitecto do Hotel/mamarracho Altis" sito à Torre de Belém -, deve estar feliz, pois o Fundo Imobiliário BES, do seu primo Ricardo Espírito Santo Salgado, terá garantida a completa destruição de vastas zonas da cidade, substituindo os vetustos prédios oitocentistas pelos muito necessários colossos de betão e vidro destinados a um terciário que jamais os ocuparão. Que se preparem os vizinhos da Rua Rosa Araújo, até hoje intacta. Aí vem o camartelo!

 

Assim esteve durante um século, na Duque de Loulé 35 ...

 

... e assim ficou, após uma semana de "intervenção" da joint-venture do Fundo Imobiliário BES/CML

publicado às 20:21

Eça restaurado no Museu da Cidade

por Nuno Castelo-Branco, em 23.09.09

 

 

Finalmente, uma boa notícia. A minha amiga Helena Cunha Lopes, responsável pelas colecções de escultura, gravura e fotografia do museu da Cidade de Lisboa, informou-me (ver foto) acerca do restauro e exposição da outrora bastante maltratada estátua de Eça de Queirós, "A Verdade", hoje substituída por uma réplica em bronze, no Largo Barão de Quintela (ao Chiado).

 

No próximo Domingo, após votarem por um Portugal mais limpo, ordenado e alternativo, sugiro uma visita a este Museu e logo depois, um bem gozado e derradeiro dia de praia no início deste Outono.

 

www.museudacidade.pt

publicado às 11:59

A moral do jogral

por Nuno Castelo-Branco, em 14.08.09

 

 Como ontem aqui dizíamos, o dr. Costa não se encafifou minimamente no "caso da bandeira" e tal como a margarina por vezes substitui a manteiga, decidiu enviar o seu moleque-jogral de serviço à informação.

 

Mas que Moral (é assim que se chama o homem) tem a CML para insultar seja quem for, chamando bobos a quem a fez passar por boba?

 

Uma edilidade que acumula bobagem sobre bobagens; uma edilidade que faz de marioneta nas mãos dos especuladores da plutocracia imobiliária; uma edilidade que apresenta como excelentes, projectos de "recuperação" urbana liminarmente rejeitados pelos munícipes que já não vão em palhaçadas; para não nos alongarmos, é precisamente esta a CML que acusa os outros de ridículos, quando ela própria anualmente homenageia uma bandeira da monarquia em cerimónias públicas no 1º de Dezembro. Neste caso, nem sequer houve enxovalho, por muito que se torcesse por isso.

 

Eles fazem figura de bobos da dispendiosa e abusadora corte republicana. O país inteiro viu e riu. Isso dói-lhes e muito. Vê-se!

publicado às 09:08

A Câmara Municipal e a Bandeira

por Nuno Castelo-Branco, em 13.08.09

Em 2008, o sr. Marcos Perestrelo, na homenagem à Bandeira Absolutista 

(notem bem o pormenor do azul e branco nas fitinhas)

 

António Costa está a banhos e não voltou a Lisboa por causa da Bandeira Nacional. Fez bem, até porque o presidente da autarquia, sabe que seria uma insensatez envolver-se no turbilhão de parvoeiras que os "do costume" engendraram. Dando de barato as patacoadas do betinho Rui Tavares  - suplente de serviço dos outros ainda mais betinhos (e ricos da mamã) Louçã, Portas, meninas A. Dias e Drago,  etc -, concentremo-nos no essencial.

 

Além do Estado português considerar oficialmente a Bandeira Nacional (azul e branca) como um símbolo histórico - e por isso mesmo intocável - do país, consagra-a todos os anos no desfile das Forças Armadas a 10 de Junho. Ainda há dois meses, esta bandeira foi a última a apresentar-se na parada - destaque supremo! -, transportada por um aluno do Colégio Militar e com todas as honras da praxe prestadas pelos militares, membros do governo e da AR presentes e claro está, pelo teórico comandante supremo, o sr. dr. AC Silva. Assim, deste modo fica este assunto encerrado.

 

O que se torna bastante risível, é esta fúria contra a Bandeira que significa nem mais nem menos, senão o sistema representativo que a actual Constituição do regime também consagra. Tratando-se de comichosos e sarnentos ataques camarários, a situação atinge as raias do grotesco, pois todos os anos e de forma infalível, os presidentes da Câmara Municipal de Lisboa - ou um seu representante -, dobram a cerviz a uma outra bandeira monárquica, a indevidamente chamada Bandeira da Restauração, exactamente aquela que mais tempo flutuou nos territórios portugueses de aquém e além-mar. Apenas uma nota humorística que terá passado despercebida aos senhores doutos ou arquitectónicos gerentes camarários: é que esta bandeira perante a qual tão humildemente se curvam, é também aquela que acabou por ficar ligada ao que - incorrectamente - se convencionou chamar de Antigo Regime, ou na gíria arrogante dos orgulhosos ignorantes "do costume", o tal famigerado "Absolutismo", Miguelismo, ou "Apostolicismo", etc, etc.

 

Enfim, este é um acepipe que se serve frio ao sr. Sande Salgado, indo perfeitamente ao encontro daquilo que o aristocrático nome de Sua Exa. sugere: é o que acontece, quando  nem sequer se dão ao trabalho de abrir um livrinho da 4ª classe.

 

E para terminar, aqui deixo a prosa do sr. Marcos Perestrelo (PS), na ora (2008) diante da Bandeira "do Absolutismo" e em representação do dr. António Costa:

 

é com o olhar do presente e do futuro que queremos celebrar o passado”. Aludindo aos acontecimentos do dia 1º de Dezembro de 1640 e aos conjurados que os protagonizaram, o autarca lembrou os que “conseguiram vencer a adversidade, afirmando uma convicção, uma vontade e uma coragem maiores que o medo, o cálculo, o interesse ou a comodidade pessoal”, numa acção “na melhor tradição portuguesa e lisboeta da liberdade”.
Marcos Perestrello não deixou de estabelecer paralelos entre aquela época histórica e a actualidade, recordando que a Restauração é uma lição tanto mais importante em “tempos de crise e de desafio, que exigem de nós maior tenacidade, mais coesão, maior ousadia”, defendendo que “o patriotismo de hoje não precisa, para se afirmar, de ser um patriotismo negativo”, mas “um patriotismo positivo”, concluindo com uma citação de Padre António Vieira: “os bons anos não os dá quem os deseja, senão quem os assegura”.

 

Um monárquico não diria melhor. Talvez ele também o seja e nesse caso, parabéns, camarada!

 

Afinal é esta, a favorita da Câmara Municipal de Lisboa.

publicado às 19:11

Ultraje republicano

por Nuno Castelo-Branco, em 12.08.09

As mutiladas Armas Nacionais no forte de S. Bruno , em Caxias (Lisboa)

clique sobre as letras a vermelho no texto, p.f.

 

 

 O móbil é sempre o mesmo: dinheiro. A falta de um argumento fulminante, incontroverso e implacavelmente baseado na justiça da Lei, encontra sempre na reles ameaça de conquistar pela extorsão, aquilo que não se consegue pela Razão.

 

Já teve início a esperada mas intempestiva reacção das elites do pançismo imperante.  Na república  dos comendadores laureados num qualquer 10 de Junho passado - ou a isso aspirantes no futuro - , vociferam  aqueles que invariavelmente beneficiam do conhecido efeito da mobilidade, transitando de um Conselho de Administração ou de um qualquer Conselho de Estado, para a barra do banco de réus de um tribunal. São estas tão castas como glabras inteligências, que se oferecem agora para defender a "república", ou melhor, aquilo que mais os preocupa: a sinecura de onde pingam os trocos para o tabaco ou o carrito de 100.000 Euros posto à disposição pela colectividade.

 

Os pobres coitados, indignam-se pelo alegado "ultraje" à Bandeira Nacional.  Mas qual Bandeira Nacional? É que em termos simbólicos, aquela que há dias foi festiva, corajosa e legalmente hasteada durante meio dia (!) na varanda da CML,  é hierarquicamente muito superior ao pendão camarário. Não existe qualquer tipo de comparação a fazer. A chamada bandeira azul e branca é de facto, um símbolo histórico nacional e quem a desrespeitar incorre no crime de ofensa ou ultraje. Por exemplo, nas grandes cerimónias evocativas da História de Portugal ela está sempre presente, assim como hoje mesmo pode ser normalmente vista e respeitada no Colégio ou Academia Militar. É a incontornável verdade que a Lei dita para todos e que a própria parada militar no 10 de Junho de 2009 confirmou. 

 

Ultraje, dizem  os pandorgas da situação. O grotesco reside no facto de serem exactamente os mesmos que se reclamam herdeiros daquele bando de energúmenos que no 5 de Outubro de 1910 arriaram, rasgaram e queimaram a Bandeira Nacional (azul e branca) que estava precisamente no mesmo mastro onde o 31 da Armada a Restaurou! Pior, a turbamulta do prp patrocinou autênticos Autos-da-Fé que após todo o tipo de ignomínias, incineraram no Rossio, Terreiro do Paço, Restauradores e Rotunda, milhares  e milhares de Bandeiras Nacionais. Essa mesma Bandeira Nacional adoptada pelas Constituintes saídas da Revolução de 1820 e à sombra da qual se assinou a abolição da Pena de Morte. Exactamente a mesma bandeira que garantiu para a língua de Camões, o enorme espaço que hoje orgulhosamente crismamos de PALOP; a mesmíssima bandeira dos tempos da promulgação do Código Civil, do desenvolvimento do Fontismo, da normalidade do Parlamento como órgão de soberania. 

 

A mitragem  açulada por hedonistas milionários  como o Relvas ou o Grandella, durante meses dedicou-se à mutilação do Escudo das Armas Nacionais em todo e qualquer edifício público, esmagando a camartelo o testemunho de quem o tinha construído para o uso da comunidade nacional. Departamentos do Estado, escolas, liceus, hospitais, pontes, palácios, estações de correios e de comboios, chafarizes, nada, mas nada escapou à sanha iconoclasta. E falam eles hoje de ultraje?!  É a orgulhosa e arrogante exibição da prepotente ignorância.

 

Ainda há uns dez anos, o dr. Sampaio deu ordem de restauro das Armas Nacionais que o chafariz da "Almirante Reis" ostenta, repondo a coroa portuguesa no sítio onde se encontrava antes da depredação de 1910. Neste caso, honra seja feita a Jorge Sampaio, assim como a João Soares que nos tectos da própria sede dos Paços do Concelho, desvelou as Armas Reais - que são as históricas Armas Portuguesas- , que se encontravam tapadas por apressada pintura de há décadas.

 

Com a atitude do 31 da Armada, foi para sempre pelos ares, a chacota dos "bigodes retorcidos, fados e touradas". Como monárquicos e bons portugueses, seremos sempre incapazes de qualquer tipo de ofensa à actual bandeira que representa o actual Estado. Nela estão bem visíveis as armas reais de sempre - as quinas e os castelos -, as Armas de Portugal. O nosso próprio Rei sob as  suas cores combateu em África, enquanto muitos daqueles que hoje se sentem "ultrajados", contra a bandeira da "república" - e aquilo que significava - se manifestavam no remanso confortável e subsidiado do estrangeiro.

 

Processar, acusar de criminoso e de vandalismo um patriota* como o Rodrigo? Se assim for, o regime comete um erro fatal que desmentirá uma ladainha de 90 anos, a mantra do preso político. A Europa conhecerá o episódio e felizmente, hoje é impossível calar tantos e por tão pouco. Quem provoca os problemas, deles terá de se desenvicilhar.

 

Desde já manifesto ao 31 da Armada, a minha disponibilidade para ser arrolado como participante moral no acto.

 

 

 

* Que não conheço pessoalmente.

publicado às 15:54

Uma bandeira monárquica... substituída pela do Reino!

por Nuno Castelo-Branco, em 11.08.09

           

 

 A bandeira regimental prussiana    O manifesto saudosismo do Conde de Lippe

 

 

A presença do Conde de Lippe em Portugal, parece ainda influenciar algumas mentes exaltadas e quiçá temerosas dos acontecimentos ocorridos há apenas algumas horas. A questão da bandeira municipal de Lisboa, torna-se numa falsa questão, já que todos sabem que o pendão provem dos tempos da Monarquia. Em reforço da incómoda posição republicana, ainda podemos acrescentar tratar-se de um símbolo sobrevivente do regime anterior ao Vintismo, com tudo o que isso possa significar. Embora existam algumas suposições acerca de uma ancestralidade representativa que remonta aos tempos da Fundação, a verdade parece ser bem mais próxima: Marechal-de Campo e comandante do Exército Português, o Conde de Lippe inspirou-se nas bandeiras dos regimentos da sua pátria prussiana e Lisboa é assim, a derradeira localidade europeia que arvora as cores e o símbolo daquele desaparecido Estado da Alemanha.

 

Ficamos agora a saber da feroz existência de uma corrente de bem instalados comensais do regime, que aproveitou logo para se tornar "mais papista que o Papa".  Alguns blogues ditos moderados, democratas e até liberais (!) - como se a Bandeira ontem hasteada não o tivesse sido - , clamam por "severa punição e exemplar castigo" dos meliantes. É o velho tique da mãozita papuda sempre pronta a empunhar a chibatinha, enquanto a outra revolve ansiosamente os bolsos da vítima, à busca da carteira onde guarda as moedas e o cartão multibanco.  Enfim, reminiscências do Santo Ofício e das sucedâneas Formiga Branca e PIDE.

 

Quanto ao atabalhoado comunicado gizado no Largo do Pelourinho, não deixa de ser absurda a alegação de ilegalidade, por parte de uma Câmara Municipal que ao longo das últimas décadas se especializou em contornar as suas próprias normas: suspende o Plano Director Municipal a seu bel-prazer - Ribeiro Telles dixit -, retira edifícios do famoso Inventário Municipal (para impunemente os poder demolir), procede a obras de vulto sem concurso público (Terreiro do Paço), intervem  hoteleiramente em zonas históricas (Belém), satisfaz a cupidez de entidades privadas em detrimento do interesse dos munícipes (terminal de contentores de Alcântara), deixa-se envolver em sórdidos casos de aboletamento em propriedade municipal (as casas de renda baixa para "pobres" abastados e amigados), etc, etc. Mas afinal, o que quer a Câmara Municipal fazer, numa cidade onde os principais edifícios  de interesse ostentam as armas reais portuguesas? Demoli-los ou  ao "estilo costista" de 1910, simplesmente usar o camartelo? Para a lista de monumentos construídos pela monarquia não ser muito exaustiva, apenas citaremos os Jerónimos, a Torre de Belém, o Arco da Rua Augusta, o Teatro D. Maria II e o S. Carlos, praticamente todas as Igrejas da capital, o obelisco dos Restauradores, a estátua de D. Pedro IV, os chafarizes, os edifícios pombalinos da zona da Alfândega, o Museu Militar e uma infinidade de outras construções  - como o Aqueduto - que tornam Lisboa numa cidade digna de visita. Se querem barretes frígios e estrelas carbonárias nas fachadas, coloquem-nas nas grandes obras que simbolizam bem o actual estado de coisas: os centros comerciais. Os patetas ainda estão a tempo.

 

Conheci o dr. António Costa em 1983 e com ele convivi durante um mês, num curso de verão patrocinado pela NATO, em França. É um homem inteligente, teimoso, coriáceo e ambicioso. Se ainda se trata do então tolerante rapaz com quem passei horas a conversar, julgo que aprecia a audácia. No fundo, esta ousadia do 31 da Armada deve  agradar-lhe. Assim sendo, aceite a proposta do Rodrigo Moita de Deus e receba de volta o monárquico e prussiano pendão da C.M.L., em troca da Bandeira do Reino.  

publicado às 14:35

Os dois candidatos: o 00-Zero e o 00-Menos Um.

por Nuno Castelo-Branco, em 29.07.09

 

 Pouco há para comentar. O debate foi nulo e demonstrou à saciedade a total ausência de projectos para a capital, ficando os munícipes com a garantia de a CML não passar de mero entreposto para a circulação de personalidades  cujos objectivos são claramente outros. Para trás ficaram os tempos da "Lisboa irreconhecível" do sr. Abecassis e a temporária estadia do sr. Sampaio antes de ascender ingloriamente à residência de Belém. Esquecida fica a obra cultural - inegável - de João Soares e a consequente despesa que isso representou. De Carmona lembramos - e homenageamos  a coragem - a lápide colocada no local do regicídio e de Costa fica a memória dos contentores, do Hotel Altis à beira da Torre de Belém e do escabroso projecto do Terreiro do Paço martimonizado. Quanto a Santana, sobrou a miragem Gehry.

 

Os lisboetas podem ter a certeza de um esgrimir  de argumentos fraquíssimos, inconsistentes e que na prática se traduzirão em mais demolições, mais estacionamentos em terrenos onde existiam prédios de habitação, mais terciário, mais fachadismo oficial, mais adulteração de espaços históricos. Em suma, o betão e os grandes interesses imobiliários especulativos nacionais e estrangeiros continuarão a ditar a lei.  "Por Bem" prosseguirão as suspensões clandestinas do PDM, a retirada oportunista de edifícios do inventário municipal e claro, a tordesilhesca partilha de lugares cativos. 

 

Como curiosidade, aqui deixo um e-mail enviado por um amigo residente na zona de S. Mamede, ao Príncipe Real. Dá-nos uma ideia do vergonhoso processo de parquimetrização da cidade e da caça à multa a todo o transe. Coisas sem importância para os srs. Santana e Costa e respectivos sucedâneos Zé e Roseta.

 

Olá, Nuno 

Interessa-me apenas a política local, neste momento.
Recentemente, levaram daqui os parquímetros podres e marcaram a zona como reservada a residentes... só que não puseram parquímetros novos e os lugares estão ocupados em massa por forasteiros. Chega a Polícia Municipal, uns g... que não vêem um palmo à frente da cara, e vai de trancar e multar a torto e a direito, em zonas ao calhas, residentes com senha identificativa incluídos, como eu... dizendo, para cúmulo, aos de fora que puderam ouvir, que, estando do lado direito, se pusessem os carros fora do passeio não seriam multados... os guardas que vieram cobrar a massa das trancas, duas horas depois, disseram que isto era mentira. Fui à procura de um homem a quem disseram isto por dois carros e encontrei-o, estava numa obra ali perto... Ameaçaram-me com acusação de ofensas à autoridade.
A história é demasiado comprida para caber aqui. Estou farto de escrever à Câmara sobre isto: a repressão antes do ordenamento. Nunca conseguiram impor a lei, nem ordenar, ou seja, garantir o estacionamento prometido aos residentes, mas ainda facturam com isso. Mas tudo direitinho e de cabeça baixa, a pagar. Disse-lhes: «os senhores fazem um trabalho mau, mal informado, incompleto, não percebem nada do que se passa aqui há anos, em suma, são incompetentes, e ainda ganham dinheiro com isso!». Não gostaram de ouvir: «Vêm à caça. Matam meia dúzia de veados, e voltam para donde vieram, todos contentes. Amanhã está tudo na mesma. Os senhores não servem para nada. Não são bem vindos». Quando começo a mandar vir, já aprendi, vêm logo mais cinco portugueses a apoiar.
Os guardas, claro, começaram a dizer que já estava a falar de mais, etc.

Levaram-me 340 euros.

Abraço
F

publicado às 12:35

    

 

Apenas duas fotos, para exemplificar o miserável estado em que se encontra uma vasta área da zona ribeirinha. Logo no Largo do Corpo Santo e seguindo em direcção a S. Paulo, uma infinidade de prédios devolutos ou em catastrófico estado de degradação, alguns em perigo de iminente derrocada. Dezenas de soberbos edifícios pombalinos - entre os quais o desaparecido Hotel Bragança - e outros do século XIX, abandonados ou votados a um certo tipo de comércio marginal. Uma vergonha bastante visitada por turistas de câmeras fotográficas em riste e bocas escancaradas de espanto pela visão que se lhes oferece. Ali mais abaixo, no Cais Sodré, o miserável mamarracho euro-comunitário "observatório do mar e da droga", desmente a falta de fundos que justifica o abandono e a especulação desenfreada.

 

A fúria demolidora na zona da Ribeira adjacente ao Mercado, levou ao surgimento de "parques de estacionamento" improvisados,  que denunciam bem a permissividade à qual a CML decerto fecha os olhos. E estes, são apenas alguns dos males que de longe vêem. A adulteração da zona, iniciada há umas duas décadas com a construção do horrendo prédio "totobola" - da autoria do sr. Taveira - e actual sede do IADE, parece ir avante, aventando-se a possibilidade de uma nova "praça moderna", com tudo o que isso implica. Calcula-se...!

publicado às 13:32

Degradante indecência

por Nuno Castelo-Branco, em 15.07.09

 

 As perspectivas oferecidas aos eleitores lisboetas são hoje praticamente nulas. À direita, apresenta-se Santana Lopes, homem de trato cordial, educado, mas cuja candidatura serve apenas de entretenimento a uma facção que desde há décadas faz parte activa no ritual autofágico que mina o PSD desde 1974. 

 

À esquerda surge agora um dr. Costa que acabou por anexar o falso candidato do BE . Na realidade, quando foi anunciada a candidatura de Sá Fernandes pela coligação estalino-trotsquista, cumpriu-se plenamente o arco do absurdo, pois tratando-se de um próximo de Ribeiro Telles, o recurso bloqueiro ao seu nome, apenas serviu para preencher o gritante e costumeiro vazio da demagogia. O próprio anúncio formal da lista fez dissipar qualquer dúvida, pois apenas estava presente no palco, o verdadeiro e hoje extinto PPM de outros tempos e não se vislumbrou nem sombra de Louçã, Drago, Portas II ou Rosas. Para a próxima consulta eleitoral, nada de auspicioso se apresenta no horizonte dos nacional socialistas-revolucionários.

 

Ainda não foi divulgado o âmbito das cedências que Costa teve inevitavelmente de fazer a Ribeiro Telles. Que as fez, não pode existir qualquer incógnita, mas o vasto e complexo programa sine qua non do qual GRT nos falava no passado Sábado, impõe logo por si, uma outra forma de gestão da Câmara. É precisamente este aspecto, o que torna estranha esta súbita aquiescência da actual administração que ao longo do seu mandato, foi tão propensa à celebração de acordos e tomadas de decisão inacreditavelmente prejudiciais ao interesse público e que no post de ontem sumariamente mencionámos.

 

Até há escassas horas, existia ainda a possibilidade Roseta, candidatura nada independente - dado o seu conhecido e militante alinhamento político -, mas que oferecia algumas possibilidades de ponderação. O lugar obtido nas últimas autárquicas - às custas de um propagandeado apartidismo -, eram uma boa base de trabalho para a verdadeira alternativa que urge apresentar ao povo de Lisboa. Roseta deitou tudo a perder, pois a antiga militante do PPD/PSD e do PS, caiu uma vez mais, no vórtice de uma partidocracia pantagruélica que desta forma confirma plenamente a já enraizada certeza do total enclausuramento do sistema. Mais uma decepção que apenas confirma a regra.

 

Concluindo, resta-nos esperar por um belo dia de fim do verão, aproveitando a praia e gozando de antemão, a perspectiva de uma brutal abstenção sancionadora. A hipótese CDU - a tal sempre auto-apregoada excelente gestão autárquica - que tão "boas provas" deu em Loures, no Barreiro e na Amadora, garantiria a completa transformação da capital numa imensa favela social. Um tipo de progresso nada apetecível.

 

Tudo isto é degradante e sobretudo, indecente.

 

publicado às 20:30

Um gigante no meio de pigmeus: pobres republicanos!

por Nuno Castelo-Branco, em 13.07.09

 

 

A jornada do Constituição 2.0 promovida pela IDP, consistiu numa excelente oportunidade para contactar pessoas com quem não falava há décadas. Estando alguns arquitectos presentes, resolvi questioná-los acerca da actual situação autárquica em Lisboa. Gonçalo Ribeiro Telles amavelmente respondeu a todas as dúvidas e acabou por confirmar algumas das certezas que venho manifestando, através de rotineiras crónicas neste blogue. O actual caos urbanístico na capital, deve-se aos grandes interesses em jogo, a escandalosas ilegalidades da CML, à passividade cúmplice da política rotativa e facto indiscutível, ao proverbial situacionismo do "deixa andar" de um eleitorado desinteressado e sempre disposto a acatar directivas de quem se apresente como prestidigitador de todos os problemas. Poucos se interessam sequer pela sua rua, quanto mais pelo bairro, cidade ou país. Amodorrados por um sistema cruelmente imbecil e despoticamente exclusivista, os lisboetas assistem à degradação da sua cidade, apenas intervindo para "decidir" acerca do menos mau que se disponha a gerir uma Câmara onde o interesse público parece totalmente esmagado por outros bem identificados e que dão forma ao sistema.

 

Sumariamente, Ribeiro Telles declarou ter enviado o dossier completo acerca do projecto verde ao actual gabinete camarário e assim, aguarda uma resposta que nada menos poderá ser, senão um formal compromisso. Mais, tal projecto - que é essencial à qualidade de vida e sobrevivência da cidade -, encontra-se totalmente aberto a quem queira nele participar, acatando finalmente as medidas que são essenciais para reverter o actual e desastroso estado de coisas. Tive a oportunidade de dizer a GRT que até prova em contrário, nutro as maiores dúvidas acerca da sinceridade de certos apoios de última hora, habituados como os lisboetas há muito estão, de ver o prestigiado  arquitecto ser usado ciclicamente como argumento eleitoral dos oportunistas do costume. Com um sorriso, este homem que demonstra uma espantosa lucidez, capacidade de diálogo e de discurso, fez-me entender que não está disposto a certos favores, pois o compromisso com o dossier/Lisboa deverá ser total e formalmente anunciado como projecto a realizar de facto. Ou sim na totalidade, ou não!

 

A única interrogação que fica, consiste  na desconfiança que não posso deixar de sentir por uma actual vereação que nos últimos anos foi capaz de tentar forçar os lisboetas a enormidades como o terminal de contentores e mais recentemente, a deliberada adulteração do Terreiro do Paço que aliás, Ribeiro Telles também contesta veementemente. Tivesse Portugal um regime que correspondesse à sua história multisecular, este homem devia ser presidente da Câmara de Lisboa já há mais de quarenta anos! É sem qualquer margem para dúvidas, um gigante no meio pigmeus carreiristas. A grande diferença, consiste na sua repugnância por qualquer saco de ouro. Enfim, o que nestes dias de descontentamento, parece ser o principal móbil para a acção. 

publicado às 18:38

A falsa Aliança democrática: a posição do Combustões.

por Nuno Castelo-Branco, em 02.07.09

 

 

 

O Presidente da Real Associação de Lisboa, João Matos e Silva, fundador do CDS, acaba de enviar a Paulo Portas carta anunciado desfiliação do partido por considerar a inclusão do vão PPM de Câmara Pereira na coligação AD à CML um insulto aos monárquicos, dadas as posições que o fadista tem assumido em relação à figura do Chefe da Casa Real Portuguesa, Senhor Dom Duarte de Bragança; logo, uma gratuita agressão à esmagadora maioria dos monárquicos portugueses que ao Senhor Dom Duarte tributam o respeito devido aos sucessores legítimos dos reis de Portugal

publicado às 19:19

Terreiro do Paço (2): a razão do senso comum

por Nuno Castelo-Branco, em 07.06.09

 

 Pelo que parece, a nossa naturalmente fraca opinião pública obteve uma prometedora vitória. Perante o enorme clamor levantado pela intenção da Câmara Municipal de Lisboa de descaracterizar do Terreiro do Paço, anunciam-se as primeiras cedências, delongas, períodos de reflexão e tentativas de compromisso. Por outras palavras, o arrogante, péssimo e despropositado projecto comemorativo do famigerado "centenário", foi derrotado e nem o "voto de qualidade" do sr. presidente da CML o poderá salvar.

 

Desta vez o IGESPAR deu a sua opinião, arrasando o dito plano destruidor. Não se ficando pelos habituais circunlóquios propiciados pelo momento político, atacou os aspectos formais , enfim, o essencial.

 

Como curiosidade, destacamos também um artigo de opinião hoje surgido no Expresso, no qual a arquitecta Cristina Castel-Branco* confirma plenamente tudo o que aqui oportunamente foi dito no passado dia 10 de Maio de 2009 (ler post), a respeito de um desejável projecto de recuperação da praça e da sua devolução aos lisboetas. Parece ter lido o nosso texto de fio a pavio e neste artigo do Expresso, lá surgem os bancos, as árvores, esplanadas e alargamento das placas laterais, além dos exemplos de outras cidades europeias, como Paris. Até a invocação do Terreiro do Paço de outrora e da presença vegetal que lá esteve durante muito tempo, foi igualmente mencionada.

 

Nada disto consiste em qualquer golpe de génio, apenas confirmando plenamente a razão do bom senso, sentido de economia e respeito pelo local. É o chamado consenso geral.

 

 

* Não haja confusão: o nome limita-se a "ser parecido", embora as ideias sejam as mesmas. Não conheço a dita senhora arquitecta.

publicado às 03:14

Nova "AD" em Lisboa: nem pensar em votar nisso!

por Nuno Castelo-Branco, em 23.04.09

 

O  dr. Santana Lopes cometeu um erro, ao endereçar a um partido que em 1979-83 compunha a Aliança Democrática, o convite para participar na coligação da direita. A CML durante anos beneficiou da participação do Partido de Ribeiro Telles que como se sabe, nada em comum tem com o actual. Não é a mesma gente, não tem os quadros que tinha e em consequência, nem remotamente pode reivindicar a credibilidade que conseguira pela introdução em Portugal, de temas que se tornaram nos nossos dias uma parte importante na discussão sobre o progresso, protecção do ambiente e património e também, da própria organização institucional do Estado. Não existe qualquer confusão possível com relinchadores à guitarra e aspirantes a pegas de caras à maneira de Anna Anderson. Dr. Santana,  este erro de casting paga-se caro e um pechisbéque não engana ninguém.

 

Ao longo de muitas semanas, este blog tem enviado para todos os componentes da Assembleia Municipal, e-mails que denunciam graves situações de depredação patrimonial na cidade de Lisboa. A única lista que se dignou a prestar alguma atenção a estes alertas, foi a da arquitecta Roseta e do Parlamento, chegaram também contactos do deputado do Partido da Terra, Pedro Quartin Graça. 

 

Uma lista despojada de anacronismos rectóricos que nos remetem para os anos dez do século passado, não é susceptível de atrair o eleitorado moderado e descontente com o sistema. Assim, talvez fosse desejável que aqueles cidadãos preocupados com a ruína que as sucessivas CML têm imposto à cidade, possam votar em alguém  verdadeiramente preocupado com o móbil da eleição e não com arcaicos rituais amiguistas do politicamente correcto.

 

Este é um recado à arquitecta Roseta que decerto muito poderá beneficiar com os erros dos adversários.

publicado às 10:01

Lisboa Arruinada (42): lixismo militante

por Nuno Castelo-Branco, em 05.04.09

 

 

A Rua Luciano Cordeiro é outra das artérias onde o desleixo camarário deixa indelével marca. Como a foto comprova, os chamados ecopontos são apenas peças decorativas de um certo tipo de fazer moda política no nosso tempo. Palavras para quê?

Ao fundo, à esquerda, a casa que foi sede da editora D. Quixote e o tal magnífico exemplar "boulevard parisien" (esquina com a Duque de Loulé)  que serão demolidos nos próximos meses. 

publicado às 19:45






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