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...temos de nos guiar pelas estrelas
Atentem especialmente na parte em que Sua Excelência fala da reestruturação da dívida. Calote, disse ele.
Pouco há para recordar da noite de ontem no Hotel Altis, com militantes nada excitados pela mais "baixis" vitória de sempre. Pelos vistos, a engenharia do bife na Trindade teve repercussões no eleitorado e Soares fez um inestimável serviço ao PS, recusando-se a ameaçar ainda mais o score nas europeias.
Fica algo que a ninguém passou despercebido: o Sr. Costa nem se dignou a aparecer nas comemorações da estrondosa vitória do seu partido. Isto diz muito acerca do tipo de gente que pontifica neste regime.
Há poucos anos, o país dos concursos elegeu Salazar como "o maior português de sempre". Nas filas dos supermercados, nas conversas de café, nos dizeres do Fábio da TV Cabo, nos pregões da Dª Adozinda da peixaria e da Dª Maria dos Prazeres das hortaliças, "nem com dez Salazares isto ia ao sítio". Pois bem, o PS parece apostado em ajudar o governo, comparando Passos Coelho com o dirigente da 2ª República. O resultado desta inteligente saída pré-campanha, poderá vir a ser ainda mais expressivo do que aquele apontado pela última sondagem.
Neste país que aparenta ter novecentos anos, vejam bem esta cena. Um arrumador de cinema de bairro vai distribuindo lugares, marimbando-se para a coorte de fotógrafos presente no local. A Rainha é despachada para um canto, o Rei muito a custo tenta apressar-se. O Sr. 17,5milhões/ano encosta-se à Majestade. Vem depois o aparentemente incrédulo casal italiano.
Faltava alguém, claro.
Momento zen, é o dar ao ombro da cavalheira de vestido azul, quase fazendo cair o monarca espanhol, ainda brindado com uma cotoveladazinha. Lá arranjou o seu espacinho, homessa!
500 moleques de serviço em Belém, carrões, choféres em barda, três ex cheios de manias protagonizantes e uma catrefa de pré-candidatos para esta gulosa inutilidade que urgentemente deve ser erradicada das nossas preocupações.
Vendo as coisas como elas se apresentam, Portugal é coisa nova, rondando as quatro décadas de rotineira vidinha.
Consiste num velho truque de sabotagem de qualquer reunião. Quando a impotência do usuário é flagrante, ei-lo que escancara a boca como se fosse uma gárgula em dia de diluviana chuva. Fidel Castro perora, perora, perora durante horas e o mundo nem sequer se dá ao trabalho de reter uma única frase. O mesmo fazia Chávez, bolsando disparate atrás de disparate e inconscientemente misturando Béria com o arcanjo Gabriel, ou irmanando a irmã Lúcia com Alexandra Kollontai.
Ontem foi a vez do nada lacónico Lacão. Embora admoestado por quem presidia à charla, insistiu na falta de respeito pelos outros deputados presentes e para cúmulo, resolveu embirrar por não lhe terem permitido o retorno ao abuso.
Se por absurdo pudesse ter presenciado o dislate, razão teria João Carlos I para um sonoro ...porque no te callas, "Lacón"?
"Há 123 anos, por força do ultimato imposto pela coroa britânica, a nação estava de joelhos perante potências estrangeiras, o país estava numa situação de pré-bancarrota por incapacidade dos governos que se iam alternando entre os partidos regenerador e progressista. Para além disso, a situação do povo era de miséria, a insatisfação era total, impunha-se uma mudança profunda”.
E mudou mesmo. Para pior, muito, muitíssimo pior.
Já tivemos revoltas de marechais, revoltas e regimes de generais, balelas de "capitões" ajaezados de "cornéis" e agora ameaçam-nos os sargentos. Como se vê, trata-se de uma vertiginosa ribanceira abaixo.
Desgraçadamente, estes ainda não chegaram ao curto capítulo que se seguiu a esse "nefasto e em boa hora deposto período" da Monarquia Constitucional. Vão a um alfarrabista e comprem um livrinho da antiga 4ª classe. Lá está tudo convenientemente explicado e a verde-tinto, como eles dizem amar.
Estes livrinhos apresentam-se em português directo, sem torcidinhos neo-realistas. Até um sargento o entenderá.
Como ele está diferente, tão, tão diferente que bem poderia mudar de nome, passando a chamar-se Diego Fritas do Bombarral. Como já se ouvem nomes de substituição de Cavaco por um outro mais ou menos circunspecto comensal, o homem faz tremelicar a indignada papada e já faz o tirocínio, não vá um Guterres ou um qualquer demolidor Costa antecipar-se.
O governo é mesmo um desastre, há que dizê-lo. Falhou em tudo e mais alguma coisa e concertou-se numa conspiração internacional de assopro de uma cortina de fumo de aldrabões que vão desde as mafiosas agências de rating - sim, parecem e são mesmo mafiosos de avental fora da cozinha -, até ao BCE e Comissão Europeia, aos estudos de opinião à população portuguesa, não esquecendo os "achares" dos empresários, do secretário de Estado USA, as manigâncias do INE, etc. Na verdade, o Sol é que gira à volta da Terra e a Terra é oca - existe uma base nacional-socialista no seu interior -, Hitler vive na Argentina, os gatos dão azar, Elvis foi criogenizado, o ADN de Lenine já levou à sua clonagem, a face oculta da Lua é povoada por aliens e os faraós egípcios vieram de Orion.
Estamos fatalmente atolados num chorrilho de aldrabices e os apregoados dados positivos, são e devem mesmo ser muitíssimo negativos. Se por desgraça a maioria vai ao encontro dos caprichos da oposição - na coisa dos feriados, por exemplo -, logo salta a terreiro um jeronimita, para numa rápida jeremíada garantir que tudo não passa de falsidade manipuladora. Em suma, devem ser repostos, mas não devem ser repostos.
O pior é o resto, a tal coisa séria que afecta todos os nossos leitores. Como no governo e na maioria parece prevalecer a hipótese do programa cautelar pós-troika, o professor Diego sugere ser esse o caminho mais desejável e por isso mesmo, o governo deve "levar com" um cartão amarelo. À falta de outro, já estamos no âmbito dos futebóis orais.
O caso Fritas do Bombarral sem Fundação que lhe valha, é mais um entre muitos outros ersatz de Soares. O que terá acontecido à sua reforma, à pensão da luxuosa morte lenta? Também foi tornada mais solidária? Deve ser isso.
Dir-se-ia vivermos numa permanente quermesse com direito a corrida em sacos de batatas. Chegou a vez do panteão ser o alvo predilecto das imobiliárias partidárias cá da praça, levantando-se listas de potenciais inquilinos para ali jazerem sob a cúpula que Salazar mandou construir, acabando com as obras de Santa Engrácia. Laicidades atiradas à sarjeta, o monumento teve direito a uma catolicíssima cruz no topo "e tudo"!
Após Eusébio, agora chega a vez do aventar de Sophia de Mello Breyner Andresen. Vai ser engraçado, especialmente se colocarem a poetisa ao lado de Aquilino. Vindo das brumas dos anos sessenta, há quem garanta a ocorrência de um episódio edificante, testemunhado durante uma eleição para a direcção da SPA. Tanto a poetisa como o marido, Francisco Sousa Tavares, declararam a alto e bom som que se retiravam da sala, não querendo permanecer no mesmo lugar onde estava um dos regicidas.
Pois agora, a monárquica de sempre terá de conviver com os marmóreos T0 de um dos homens do 1º de Fevereiro, do Arriaga que arrendou Belém, do Sidónio das botas altas e do ex-estadonovista intestino Delgado. Só lá falta o Buíça e um pacotinho de sopa Knorr Made in DDR com o pó do ABC. É de loucos.
A propósito deste video promocional de um escritório de advogadas, depressa chegou à superfície o diabretezinho da inveja recauchutada em bons costumes. Ainda há pouco e em plena televisão estatal, grasnou indignações um representante da classe ofendida, neste caso, a dos advogados cujo cinzentismo e habilidade para certas práticas trouxeram o país à actual situação. Antes de criticarem colegas que estão no seu pleno direito de promoção publicitária, deveriam as sumidades passar em revista a longa carreira de nulidades que fornada após fornada e regime após regime, de incompetência e descaramento rechearam a história política, económica e social deste Portugal.
O fait-divers seria outro se em vez destas elegantes e bem independentes mulheres, o filme nos mostrasse os coirões do costume, precisamente aqueles que nos surgem no debatório televisivo pago ao minuto e que por sinal até é omnipresente no Parlamento, Câmaras disto e daquilo, Comissões e até foi exportável para o areópago à beira-Reno. Esse é que é a verdadeira e neo-realista República do Portugalete de sempre e que se quer tresandando a decência dependente dos mesmos de sempre, verrugas a eito, grossa papada, sapatinho raso e cambo, meias de vidro de malhas caídas e saias-saco a rigor.
Não percebo de onde veio a ideia, talvez seja mais uma daquelas solidariedades anti-imperialistas, desta vez fazendo fosquinhas aos industriosos cultivadores afegãos. O símbolo é uma boa escolha, pois já não é suportável passarmos o resto das nossas vidinhas deparando com as carantonhas do embalsamado Lenine, do picareta Trotsky, da compostada Rosa Luxemburgo, da familória Kim, do óxido Hoxha, do "Moisés do Maputo", do mau Mao, etc.
À falta de uma heroína, bem podem adoptar como hino esta velha canção portuguesa que o video apresenta, aliás bem própria para estes momentos de "inspiração".
... na queda do regime. Entretanto, no seguimento de muitas outras notícias infalível e directamente ligadas a um conhecido deposto-presente - é a tal lei da oferta e da procura - , aqui está mais um daqueles casos que envolve o mesmo alternadeiro grupo do costume. A propósito, a sra. Ferreira Leite não assinou um negócio qualquer com o Citigroup? A bem da nação, certamente.
...em fantasia, desta vez enrosca-se num vira de palavras sempre passíveis de qualquer tipo de interpretação. Já não lhe basta o Domingo, todos os dias são Domingo.
Afirma que convidou Passos Coelho para seu vice, mas perante a negativa do actual 1º ministro, agora tagarela a substância e a partilha do poder. O que quer dizer com substância - matéria regimental bastante malcheirosa e susceptibilizando perigosas escorregadelas -, não se sabe, mas partilha do poder, isso sim, conhecendo-se o palmarés das hostes do bloco central, entendemos muitíssimo bem ao que se refere. Era possível concretizá-la, mas dado o clima que à época se vivia, apenas um suicida se atreveria a uma aliança de antemão já crivada de ferros-velhos, betão lombos abaixo, pescado intragável, cassetes riscadas e outras estórias de revista.
O irascível comentadeiro de fim de semana pode dizer o que bem lhe apetecer, até mesmo insultar quem durante uns tantos anos lhe aparou os golpes, despejando a germânica farta cornucópia de teres e haveres. Bem sabemos onde e como tudo começou e a quem tudo, tudo devem. Eles também sabem.
Como em 2011 ficámos cientes, a todos convidou, ansiando permanecer no poder com ou sem a troika. Do BE ao CDS qualquer um serviria, todos eram "carrascão do mesmo barril".
Felizmente não teve uma coligatória Dona Branca a quem se insinuar.
...como também se esvaziam vítimas da fome e famélicos da terra como a Dra. Ferreira Leite do negócio Citigroup, o Sampaio do vale de lágrimas de Crocodylus Lusitaniae, o Almeida Santos, o residente de Belém, as carradas de ex-deputados reformados em "sobrevivência" ao fim de oito anos de porfiado labor, juízes, gestores empresariais do Estado, uns tantos caçadores-recolectores, militares de alto coturno, empilhadores de reformas catadas aqui e ali em presidências disto e mais aquilo.
Esta noite foi o que se viu e ao contrário do estupefacto José Gomes Ferreira, apreciei o desgraçadamente necessário trabalho político que fez cozer em banho Maria, toda uma gargantuesca cáfila que por felicidade conseguiu concitar as súbitas adesões de gente auto-arvorada em defensora dos pobres e desprotegidos. Gozemos então o espectáculo de ver o PC, o futuro ex-BE e os apressados embarcadiços na canoa do sr. Costa das demolições, virem a terreiro defender aqueles que são na pirâmide remuneratória, o topo dos topos do sistema de pensões. Se é bem certo que o governo deixou em estado de sofrimento muita gente aflita pela anunciada política de corte das pensões dos mais fracos, também é verdade que esta tortura de uma meia dúzia de dias, serviu para mostrar cabalmente a ostensiva existência de um tipo de informação especializada em trujilladas mediáticas. Mentem, distorcem, são especialistas em campanhas a soldo de interesses que do país se têm servido como gamela exclusiva. Bem podem agora recorrer ao Alka-Selzer.
2. Soares quer ver membros do governo julgados e condenados por delinquência. Tem o pleno direito de querer e dizer o que bem entender, na condição do mais miserável cidadão poder exigir a reciprocidade, precisamente quando se trata de alguém que sem hesitar, voluntariosamente participou na condenação de centenas de milhar de pessoas ao abuso físico e moral, à limpeza étnica e ao total despojamento, sendo o roubo autorizado pela nova administração instalada em Lisboa. O dr. Soares sabe bem que a conivência com deliberadas políticas conducentes ao derramamento de sangue, é matéria insusceptível de prescrição. Isto, para não destrinçarmos outros casos convenientemente abafados pelas trujilladas hostes de trabalhadores da hora do telejornal. É o país que temos, a terra dos nossos amos.
Devo mesmo, mesmo, mesmo ser muito burro e por isso mesmo nada entendo. O BE sofreu um apagão geral nas autárquicas e a conclusão que o sr. Semedo tira do acto são as seguintes:
1. A direcção do berloque político não tem culpa dos risíveis resultados obtidos.
2. Não tendo culpa, ninguém se demite. Além do mais, os autarcas eram "excelentes".
3. Como ao PSD a urneirice também correu mal, Passos Coelho deve demitir-se.
4. "Acha" que a mensagem está a ser mediaticamente mal passada e que não disse aquilo que "ouvimos dizer". Pelos vistos, parece que as fosquinhas Efeito Balsemão não estarão a passar devidamente.
Em suma, além das deserções "fisga PS" de Louçã, Joaninha Dias e do Oliveira, o facto de ter desaparecido a única folhinha que resta ao bloco de notas, não deverá querer dizer absolutamente nada. Já sem Salvaterra, bem precisam de uns tantos Magos.
Entrevistado há uns tempos, um dos nossos mais conhecidos mangeur de croquettes dizia que ..."imediatamente sei se alguém tem ou não tem perfil para ingressar na carreira diplomática". Foi mais ou menos este o sentido geral da sua bem oleada guilhotina verbal.
Não valerá a pena voltarmos ao vira que vira e torn'a virar da leva de peões que de tempos a tempos engrossam os contingentes aboletados no pitoresco palácio cor de rosa que até já serviu de sede da representação do Estado. Os casos vão-se acumulando e as tricas, mexericos e diz-se diz-se, apenas continuam a garantir a perenidade de episódios que de situação em situação se mantêm. Longe vão os tempos em que os embaixadores nomeados por um quase milenar regime fortuitamente deposto pelo reconhecido abstencionismo nacional, voluntariamente despiram as casacas consteladas de comendas e ouros de variada proveniência. Dignamente se despediram com uma cerimonial vénia aos arrivistas e daqueles nunca mais o país voltou a ouvir fosse o que fosse.
Esta farta safra saída de camaradarias, camaratas, compinchagens à amigo do seu amigo e imorredouras solidariedades garantidas pelo veni, vidi, vinhaça, sabe adaptar-se e ainda melhor rodear-se de recursos humanos que num universo paralelo e presente nas velhotas revistinhas para crianças da primária, decerto teriam como lema aquele letreiro pintado à porta do clube do Bolinha:"menina(o) não entra!".
Aqui está mais uma estória, ou como agora se diz diante de secos e molhados, uma narrativa. "Porque razão" é este mais um daqueles testes que apenas nos garante estar o necessitário clube na mesmíssima boa forma de antanho? Além da originalidade do neo-português desacordado, temos inovações ao estilo da Ginjinha do Rossio, como o incontornável regime "facista" de onde muitos dos já pneumáticos representantes desta nação saíram em boa hora antes do estouro. O rodado recauchutado é o que se vê e passando sobre o texto de mais um dos fixativos encartados do estado de coisas, atentem apenas nas perguntas.
Como é óbvio, serei o menos qualificado para uma atrevida crítica. Chumbado sem apelo, resta-me rir. Tal como o papelinho recomenda e em "muito breve resumo", a todos desejo uma boa noite de reflexão, pois amanhã não podem uma vez mais "enrodilhar-se" naquele mais do mesmo de uma votação "sem grande fluidez".
Todos para sempre recordarão aquele "ainda não veio cá uma vÉstoria?" de outros tempos.
Pelo que se lê por aí, chegámos ao tempo da "indEspensabilidade". Refere-se a quê, concretamente? À ausência de despensa farta - as contas da mercearia - lá em casa? À mobilidade da dita cuja? Gostávamos de saber, mas aqui fica o naco completo:
"Temos de saber manter equilíbrios no futuro: como é que se combina a indespensabilidade do crescimento com aquilo que tem de ser o rigor das contas é um desafio muito difícil, mas ao qual não podemos fugir», afirmou Jorge Sampaio.
Já tínhamos lido algumas parvoíces papais a respeito do politicamente correcto preencher de conventos. Ainda recentemente chegado de tão longe, o pobre Francisco não sabe do que está a falar.
Agora, os espanhóis estão com algo de escaldante entre as mãos. Esse algo decerto será muitíssimo mais relevante que o não-Caso Gibraltar.
Mais a nordeste, há gente que persiste em manter a cabeça enterrada na lama. Verão o que a todos nós sucederá.