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Ler e reler, se fizerem favor

por Samuel de Paiva Pires, em 14.09.12

Felizmente ainda há liberais que minoram o sentimento penoso que advém da leitura, por estes dias, das opiniões de outros ditos liberais. Já dizia o deputado da nação Carlos Abreu Amorim, "é difícil ser liberal em Portugal."

 

Maria João Marques, Virtudes inesperadas dos aumentos de impostos:

 

«No tempo da intragável criatura socrática, aumentos de impostos eram aumentos de impostos e tinham sempre efeitos recessivos. Ora com o advento da era passista tudo mudou! (Aleluia!) Agora lê-se por todo o lado onde foram criticados os aumentos de impostos socráticos as evidentes virtudes dos aumentos de impostos passistas. Vejamos, os impostos passistas são muitas coisas boas: i) ao destruirem a economia estão afinal a dedicar-se a um exercício de destruição criativa (dantes a destruição criativa pressupunha os mercados eliminando os menos eficientes libertando assim recursos para os mais eficientes e inovadores, agora é o estado que acha que as empresas que merecem sobreviver são as que suportam a extinção da procura dos privados, o mesmo é dizer que são aquelas que ganham a vida fornecendo o gordo estado; parecendo que não, a revolução russa e a onda de colectivização que se lhe seguiu também foi um belo momento de destruição criativa); ii) havendo défices, mais impostos agora são menos impostos no futuro, e menos impostos agora são mais impostos no futuro (o que é e sempre foi verdade e não se entende por que razão não tinham esta virtude beatífica de diminuirem os impostos futuros os impostos passados socráticos, que também havia, ai se havia, défices orçamentais socráticos); iii) reduzindo despesa ou não, aumentos de impostos seriam sempre necessários, pelo que não há problema nenhum que não se reduza despesa ficando nós apenas com aumentos de impostos (sócrates também não reduziu a despesa, e, coitado, foi tão criticado).

 

Sabem aquela pandilha que engoliu as mentiras socráticas todas, incluindo o embuste sobre o défice orçamental de 2009, ano de eleições legislativas, montado por teixeira dos santos e sócrates, se deleitava com a boçalidade socrática na AR, fingiu que era normal um pm estar envolvido em escândalos políticos atrás uns dos outros, apoiou as políticas que faliram o país e agora têm a falta de vergonha na cara de se mostrarem indignados com a quebra das promessas eleitorais pelos partidos deste governo e de exigir moralidade aos ministros? Pois meus caros, a figura ridícula a que esta gente se presta deve dar-vos pistas para o ridículo de defender os aumentos de impostos passistas.»

 

Adolfo Mesquita Nunes, A importância do consenso social:

 

«Pensar que a reacção dos portugueses se deve ao facto de as medidas implicarem sacrifícios é um erro. Estou certo de que os portugueses esperam, e aceitam, sacrifícios, desde que os percebam e consigam contextualizar. E desde que conheçam as devidas contrapartidas por parte do Estado e percebam o esforço que o Estado está, por sua vez, a desenvolver.

 

Não perceber isto é, de certa forma, ignorar o comportamento de quem, mesmo discordando, se dispôs a dar o litro, e é, pior ainda, uma má desculpa para persistir num caminho, prescindindo de um consenso essencial para as duríssimas reformas que há a fazer.

 

Se fossem garantidos os resultados das medidas apresentadas pelo primeiro-ministro, e não são, o tempo sedimentaria a convicção de que estas, apesar de impopulares, se justificam. Mas havendo fundadas dúvidas quanto aos seus resultados, o risco que se corre, e é grave, é o de desbaratar o maior activo nacional em nome de uma medida que não prova por si mesma.

 

Que não se pense, por isso, que aqui defendo uma qualquer espécie de alternativa indolor. Antes pelo contrário, como bem saberá quem costuma ler aquilo que escrevo. É exactamente por ter a noção das duras reformas que precisamos de fazer que me parece essencial não desperdiçar o consenso social com medidas ou políticas que não apresentam um grau de indiscutibilidade que o compense.»

publicado às 12:05






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