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Tal como temos vindo a dizer desde há mais de dois anos, as forças dos Estados Unidos e seus aliados não se têm poupado a esforços para promover a guerra na Síria que dura desde o início de 2011. Este apoio criminoso aos terroristas tem sido feito em nome de uma “Primavera Árabe” que, já o sabemos, é um movimento obscuro mas muito bem orquestrado, com objectivos ainda por esclarecer, operando sob a máscara da luta pela democracia, e cujos resultados se traduzem na implementação de regimes igualmente obscuros ao preço de centenas de milhares de mortos e destruição generalizada.

 

O rasto de destruição e morte provocado pela guerra na Síria em particular é tremendo e resulta do falhanço completo das previsões americanas, que julgavam conseguir fazer cair o regime numa questão de poucos meses. Decidiram ignorar as declarações proferidas por Putin no início dos confrontos, quando este disse que “a Síria não é a Líbia”, afirmando-se desde o início indisponível para compactuar com uma intervenção armada visando o derrube de Bashar al-Assad.

 

Criou-se uma plataforma formada pelos países da península Arábica, a Turquia, os Estados Unidos e seus aliados com o objectivo de armar rebeldes e conquistar Damasco a partir do Norte. Contra o fornecimento de armas, treino e apoio logístico aos rebeldes, responderam a Rússia e o Irão na mesma moeda com apoio continuado a Assad. Ao lado destes, embora de forma mais discreta, posicionou-se a China, sendo esta o elemento-chave que permitiu que, até ao momento, a tal plataforma não tenha sido capaz de movimentar uma invasão explícita à Síria.

 

A pressão sobre a Síria dos meios de comunicação internacionais alinhados com os interesses desta plataforma tem sido constante, mas alternando momentos de maior intensidade com outros de relativa passividade. Estamos mais uma vez numa fase crucial, como se pode perceber pela quantidade de desinformação que tem sido publicada contra o regime, incluindo a conhecida estratégia das alegações do uso de armas químicas por parte do regime Sírio. Tudo indica, portanto, que os Estados Unidos se preparam para uma nova ofensiva mediática e diplomática com o objectivo de concretizar a invasão ao país.

 

É neste contexto que aparece de novo Putin, em tom firme e seguramente ameaçador, reafirmando o seu compromisso de não permitir tal invasão, e dizendo que para isso está disposto a intervir militarmente e de forma directa. No seguimento dos bombardeamentos dos últimos dias perpetrados por Israel em território Sírio, o Presidente Russo deixa um aviso a Netanyahu: novos bombardeamentos não serão tolerados.

 

Putin já afirmou em diversas ocasiões que tem vindo a fornecer armas sofisticadas ao regime. Por esta notícia pode ver-se que se trata de armamento de peso, pelo que Israel terá, decididamente, de medir as consequências caso esteja a considerar um novo ataque à Síria.

 

Do outro lado da ofensiva, consta que os Estados Unidos contiuam a treinar os rebeldes em campos militares na Jordânia e na Turquia, para além de lhes fornecerem também armamento, certamente desde que começou a actividade terrorista do “Free Syrian Army”.

 

Muitos são os que julgam impossível uma nova guerra entre as maiores potências mundiais. Em conversas entre amigos, à mera sugestão de uma guerra de proporções planetárias, a resposta é geralmente de absoluta incredulidade ou até escárnio. Os sinais, no entanto, estão à vista de todos: as movimentações dos submarinos nucleares Ingleses e Americanos no Golfo do Irão para “exercícios de rotina”, as crescentes tensões entre a China e o Japão, o fundamentalismo islâmico, a incessante beligerância de Israel, as ameaças Russas, o colapso financeiro e social da Europa, enfim, poderia continuar durante horas, mas pelos vistos nada disto é real, nada disto está interligado. Até porque “está tudo bem como está, e não podia ser de outra forma”.

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publicado às 17:13

Do Progresso

por FR, em 03.05.13

O Conservador é um ser curioso. Ele olha para os homens de hoje como seres ingénuos, não sem alguma condescendência, e acredita essencialmente poder aplicar com sucesso velhas soluções para problemas novos. É desta forma que o Conservador procura que dos elementos da sociedade, da política, da religião, se conserve sempre tanto quanto se possa conservar, mantendo assim os hábitos e os costumes à sua volta com o mínimo de alterações possíveis.

 

Não menos curioso é o Progressista. Este olha para os homens de ontem, não sem alguma arrogância, como incapazes de compreender os problemas de hoje, e sente por isso a necessidade constante de inventar novas soluções e reinventar a sociedade em fantásticas utopias, frequentemente distópicas, como forma de lidar com os desafios com que se depara.

 

O Progressista tem “sede de inovações”; são os “espíritos apreensivos e numa ansiedade expectante” a que se referia o Papa Leão XIII [1], e de onde resulta a tendência de sobre-dimensionar os pequenos acidentes da espuma dos dias, dramatizando realidades que mais não são do que amálgamas de repetições dos acidentes de outros tempos que, já consumados na sua essência, podem sofrer maiores ou menores mutações, também elas acidentais.

 

Estas duas forças disputam entre si o domínio do espaço das várias esferas em que nos movemos em sociedade e, por uma questão de lógica, será o Progressista quem inevitavelmente levará a vantagem nessa disputa, desde que perspectivando um espaço de tempo suficientemente amplo. Assim é pela simples razão de que, enquanto que cada vitória do Progressista constitui uma derrota para o Conservador, todas as mudanças conquistadas pelos primeiros, partindo do princípio que constituem alterações a ser assimiladas pelos segundos, serão eventualmente defendidas por estes em disputas futuras pela conservação do novo status quo.

 

É neste contexto que surge a única alternativa real a estas duas forças: o Tradicionalista. O Tradicionalista não receia a mudança pois compreende a importância de rejeitar a conservação daquilo que lhe não convém. Por outro lado, ele deposita no homem de hoje uma fé total, recusando encarcerar-se na ilusão de um tempo que não é o seu. Ele compreende e aceita não só a dimensão espiritual do mundo, mas também a sua dimensão temporal, e é sob a luz destas duas dimensões que ele actua.

 

Dom Bertrand de Orleans e Bragança defende que “o progresso tem de ser necessariamente tradicionalista[2]. O Tradicionalista recusa o saudosismo estéril e posiciona-se a uma distância suficientemente confortável do passado que lhe permita olhá-lo sem complexos. Diz Dom Bertrand que “quando se fala em tradição fala-se de aprender as lições do passado, analisar as do presente para projectar o futuro”.

 

Neste meu regresso ao Estado Sentido, procurarei submeter as minhas intervenções a este princípio de base. Será natural que algumas opiniões entrem em conflicto com a visão de vários leitores e mesmo a de alguns colegas do blog. Quando assim for, espero que possamos manter uma discussão cordial mas interessante, mas estou disposto a sacrificar a cordialidade se o interesse assim o justificar. E espero, acima de tudo, que encontrem algum interesse naquilo que eu tiver para dizer.

 

Agradeço o convite, mais uma vez, ao Samuel, e aos demais a simpática recepção.

 

 

[1] Carta Encíclica Rerum Novarum, 1891, sobre A Condição dos Operários

[2] A Revista de Portugal, nº11, Ano 1, Dezembro 1998

publicado às 17:23

Um Ano

por FR, em 11.01.12

Passou um ano desde que o Samuel me convidou para integrar a equipa do Estado Sentido. Aceitei o convite com muita honra por considerar na altura que este era um dos melhores blogues escritos em Portugal. Fiz saber ao Samuel a minha opinião, aceitando agradecido o convite. A minha opinião sobre a qualidade do blogue mantém-se, não só pela importância e diversidade dos temas abordados, mas especialmente pela qualidade e a coragem com que se trata cada assunto, mantendo ao mesmo tempo o humor, a elegância e até, porque não, um requintado sentido estético.

 

Chegada a hora de terminar a minha aventura no Estado Sentido, não posso deixar de agradecer mais uma vez ao Samuel por me ter concedido a honra de fazer parte desta equipa, que tem no Samuel e no Nuno dois dos melhores bloguers nacionais; na Cristina e no Pedro, os mais simpáticos; na Sílvia, uma irreverência apaixonante. A vocês e a todos os outros com quem menos convivi, um muito obrigado e um grande abraço.

 

Aproveito também para agradecer aos simpáticos leitores e comentadores do Estado Sentido, que são uma parte muito importante da qualidade deste espaço e, no fundo, a razão de ser de um blogue.

 

Continuarei a ser, como sempre fui, leitor assíduo do Estado Sentido e seguirei com as minhas divagações por aqui.

publicado às 19:29

Mais um olhar sobre a Síria

por FR, em 11.01.12

Antes de avançar com a terceira parte da saga “Desmistificando a questão Síria”, e muito a propósito do meu próximo post, chamo a atenção para o artigo de ontem da RR, um testemunho de uma freira carmelita na Síria, do qual destaco as seguintes passagens:

 

“Começámos a notar que durante manifestações pacíficas havia uma quinta coluna a disparar sobre ambos os lados. Os ataques atingiam alternadamente os sunitas e os alauítas [seita minoritária islâmica, próxima do regime, a que pertence a família Assad], para intensificar o ódio, tal como se fez no Iraque entre sunitas e xiítas”, explica.

 

Outro exemplo disso é a morte de mais de 200 cristãos na zona de Homs. Segundo a freira: “Estes não foram crimes de natureza confessional mas actos cínicos, com o objectivo de desencorajar os cristãos de se manterem neutros no conflito”.

 

Outra queixa desta religiosa prende-se com a manipulação da informação que chega ao exterior.

 

A imprensa internacional também participa nesta manipulação acusa Agnès-Mariam, e dá um exemplo em que a al-Jazeera mostrou uma mulher com uma criança morta nos braços. Segundo o jornalista ela estaria a acusar as forças da ordem de matar a criança. “Nós conhecemos esta mulher. É sobrinha de um pedreiro que trabalha no convento. O que ela disse, de facto, foi ‘Se as forças de segurança tivessem estado aqui o meu filho não teria sido morto’”.

 

A freira carmelita considera que as vítimas deviam ser todas contabilizadas e todos os atentados aos direitos humanos condenados, mas lamenta que nesta altura só se aponte os crimes do governo e não da oposição. Não nega, contudo, a brutalidade do regime, sobretudo dos serviços secretos que espancam pessoas para obter confissões, verdadeiras ou falsas. Depois disso não há nada a fazer: “fecha-se o circulo. Depois de confessar a vítima é esquecida indefinidamente na prisão. Ninguém se atreve a perguntar por ela”, explica.

Segundo dados da ONU, que não podem ser confirmados independentemente, os conflitos na Síria já causaram cerca de cinco mil mortos desde que começaram, há quase um ano.

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publicado às 09:28

Se dúvidas houvesse

por FR, em 09.01.12

Os últimos posts, os comentários aos últimos posts e os comentários aos comentários aos últimos posts, são a prova inequívoca de que a maçonaria é mesmo ruim.

publicado às 12:51

Breve declaração de princípios

por FR, em 08.01.12

Clemente XII, In Eminenti, 28 de Abril de 1738

Bento XIV, Providas, 18 de Maio de 1751

Pio VII, Ecclesiam A Jesu Christo, 13 de Setembro de 1821

Leão XII, Quo Gravioria Mala, 13 de Março de 1825

Pio VIII, Traditi Humilitati, 24 de Maio de 1829

Litteris Altero, 25 de Março de 1830

Gregório XVI, Mirari Vos, 15 de Agosto de 1832

Pio IX, Qui Pluribus, 09 de Novembro de 1846

Quibus Quantisque Malis, 20 de Abril de 1849

Quanta Cura, 08 de Dezembro de 1864

Multiplices Inter, 25 de Setembro de 1865

Apostolicae Sedis Moderatoni, 12 de Outubro de 1869

Etsi Multa, 21 de Novembro de 1873

Leão XIII, Etsi Nos, 15 de Fevereiro de 1882

Humanum Genus, 20 de Abril de 1884

Officio Sanctissimo, 22 de Dezembro de 1887

Dall’Alto Dell’Apostolico Seggio, 15 de Outubro de 1890

Inimica Vis, 18 de Dezembro de 1892

Custodi di Qualla Fede, 18 de Dezembro de 1892

Praeclara, 20 de Junho de 1894

Annum Ingressi, 18 Março 1902

 

"Produzir um processo tão coerente, tão contínuo, como o da Revolução, através das mil vicissitudes de séculos inteiros, cheios de imprevistos de toda a ordem, parece-nos impossível sem a acção de gerações sucessivas de conspiradores de uma inteligência e um poder extraordinários. Pensar que sem isto a Revolução teria chegado ao estado em que se encontra, é o mesmo que admitir que centenas de letras atiradas por uma janela poderiam dispor-se espontaneamente no chão, de maneira a formar uma obra qualquer, por exemplo a Ode a Satanás, de Carducci"

 

“Conheço as tuas obras e sei que não és frio, nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas como és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca.”

publicado às 11:31

Shnorhavor Soorb Tsnund

por FR, em 06.01.12

 

 

 *São os votos que enviamos a todos os nossos leitores Arménios, que hoje celebram o Natal.

publicado às 10:46

Foi por pouco

por FR, em 05.01.12

Não queria acreditar, à medida que ía lendo, agradado, o texto em questão. Depois de tentar negá-lo nos primeiros dois ou três parágrafos, eis que a partir do quarto já me encontrava praticamente decidido a fazê-lo. E perto do fim já estava penosa e decididamente certo: decidira, não obstante a contrariedade, fazer um post citando o Rodrigo Moita de Deus.

 

Os azares de John Galliano

 

Graças a Deus, Deus afinal citava Almada.

 

Desta vez foi por pouco...

publicado às 11:00

Condolências

por FR, em 20.12.11

Quer eles queiram quer não queiram, no meio dessa “liberdade”, filhos da puta, sem razão e sem sentido.

 

A doutrina*:

When Kim Il Sung came to power, religious adherents and their families were labeled as “counter-revolutionary elements” and targeted for repression. Recalling his policies to diminish the power of religion in North Korea, Kim Il Sung reportedly admitted that:

We [could not] turn into a Communist society along with the religious people. Therefore, we purged the key leaders above the rank of deacons in Protestant or Catholic churches and the wicked among the rest were put on trial. The general religious people were put into prison camps [and given a chance to reform]…. We learned later that those of religion can do away with their old habits only after they have been killed.

E o relato de um ex-militar (Interviewee 17) do exército Norte-Coreano, e um dos vários entrevistados neste relatório de 2005. Os acontecimentos relatados surgem depois de uma unidade militar ter descoberto por acaso, entre dois tijolos de uma casa demolida, uma Bíblia e um caderno contendo 25 nomes de pessoas e respectivas profissões. O que se seguiu, de acordo com o anterior parágrafo, terá feito as delícias do querido líder:

In November 1996, the 25 were brought to the road construction site. Four concentric rectangular rows of spectators were assembled to watch the execution. Interviewee 17 was in the first row. The five leaders to be executed—the pastor, two assistant pastors, and two elders—were bound hand and foot and made to lie down in front of a steam roller. This steam roller was a large construction vehicle imported from Japan with a heavy, huge, and wide steel roller mounted on the front to crush and level the roadway prior to pouring concrete. The other twenty persons were held just to the side. The condemned were accused of being Kiddokyo (Protestant Christian) spies and conspiring to engage in subversive activities. Nevertheless, they were told “If you abandon religion and serve only Kim Il Sung and Kim Jong Il, you will not be killed.” None of the five said a word. Some of the fellow parishioners assembled to watch the execution cried, screamed out, or fainted when the skulls made a popping sound as they were crushed beneath the steam roller.

O último comentário deste ex-militar, muito mais do que uma questão de fé ou falta dela, revela bem a lavagem cerebral a que estão sujeitos os cidadãos deste paraíso na terra. Perante o homicídio brutal destas cinco pessoas, a conclusão a que o entrevistado chega é a de que morreram simplesmente por serem estúpidas e dementes:

Interviewee 17 thought, at the time, that these church people were crazy. He thought then that religion was an “opiate”, and it was stupid for them to give up their lives for religion. He heard from the soldiers who took away the other twenty prisoners that they were being sent to a prison camp.

Para um partido tão traumatizado com as lutas pela liberdade durante o Estado Novo, com as torturas, com as prisões, com os assassinatos, com os exílios... É no mínimo uma vergonha que tenham o supremo descaramento de expressar as suas condolências ao povo coreano e à direcção do Partido do Trabalho da Coreia pelo falecimento do seu dirigente Kim Jong-Il”.

 

Continuai a lutar pela vossa verdade; eu luto sempre do outro lado da luta.

 

*(hiperligação directa para ficheiro pdf, via Actualidade Religiosa)

 

publicado às 12:40

A Luís de Camões

por FR, em 14.12.11

Sin lástima y sin ira el tiempo mella
las heroicas espadas. Pobre y triste
a tu patria nostálgica volviste,
oh capitán, para morir en ella

 

y con ella. En el mágico desierto
la flor de Portugal se había perdido
y el áspero español, antes vencido,
amenazaba su costado abierto.

 

Quiero saber si aquende la ribera
última comprendiste humildemente
que todo lo perdido, el Occidente

 

y el Oriente, el acero y la bandera,
perduraría (ajeno a toda humana
mutación) en tu Eneida lusitana.

 

Jorge Luis Borges, 1960

publicado às 15:27

Nos bastidores do porno

por FR, em 13.12.11

publicado às 17:01

Uma aventura e uma proposta

por FR, em 08.12.11

Cartas, a correspondência pessoal de Florbela Espanca, é a proposta que hoje vos deixo. Hoje, porque o 8 de Dezembro também muito a ela lhe pertence.

 

E perdoem-me o atrevimento de uma aventura por um universo que não é, decididamente, o meu, mas sobrou, inevitável, de uma noite de intimidade com a Bela. Sim, tecnicamente foi uma noite com as suas Cartas, mas na sua essência é tudo a mesma coisa - vão por mim.

 

Por tua Quimera,

Rosa triste, linda, murcha.

Que não tiveste. Não soubeste.

Rir.

Sem chorar mais alto. Mais dentro. Não te deixaste.

Ir.

P’ra mais longe. Voar por quem te deixou.

Por quem a morte te levou.

Negra Princesa. Tão Querida.

Tão tarde te beijou.

 

publicado às 11:08

«A minha visão é que para países como Portugal e Espanha a ideia de que agora é preciso pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos países, pelo menos foi o que eu estudei em economia, são por definição eternas. As dívidas gerem-se, foi assim que eu estudei».

 

As dívidas não são eternas, eterno é Portugal. E Portugal, mais do que nunca, precisa de alguém que seja capaz de o representar em toda a sua dimensão.

 

Vocês, tumores da partidocracia, tudo quanto conseguem gerir é a vossa carreira. A gestão do país, como a gestão da dívida, estarão para sempre subjugados à gestão da vossa imagem e dos vossos caprichos; dos vossos delinquentes e criminosos programas mediático-políticos.

 

A leviandade com que você passou pela governação do meu país enoja-me. A falta de humildade para admitir o erro espelha bem a sua arrogância. A vaidade com que se congratula pelo que julga ter feito de positivo por Portugal, pela Europa, pelo Mundo e pela Humanidade envergonha-me. A incapacidade de arrependimento é aliás característica de um homem menor.

 

E você, Senhor ex-Primeiro-Ministro, é um miserável.

publicado às 13:37

Meanwhile in Saudi

por FR, em 06.12.11

Há dias chegou-nos a notícia de que a Arábia Saudita se preparava para decretar que as mulheres que tenham os olhos demasiado atraentes sejam obrigadas a cobri-los em público. O objectivo desta medida é evitar provocar a tentação nos homens.

 

Hoje esta mesma Arábia Saudita esteve em Genebra a distribuir lições de democracia pelos países vizinhos.

 

O que virá a seguir?

publicado às 15:17

Shame on you! II

por FR, em 03.12.11

Eu não ía falar no jogo entre o Benfica e o Sporting da semana passada. Mesmo. Mas não resisto a publicar este vídeo.

 

O resultado foi justo, o jogo foi bem jogado. Infelizmente para nós, sportinguistas, valeu um golo marcado pelo Javi Garcia, mais o espírito de sacrifício da equipa do Benfica e finalmente a atitude dos seus adeptos, que fizeram as vezes do Cardozo durante cerca de 30 minutos. Infelizmente para o espectáculo, houve vários episódios lamentáveis de parte a parte, antes, durante e depois do jogo, que já foram aliás discutidos até à exaustão.

 

Mas o que se vê neste vídeo é um nojo. Assim mesmo. Que toda a gente o faça não justifica de forma alguma a atitude desprezível de Jorge Jesus. Os benfiquistas deveriam ser os primeiros a condenar esta falta de fairplay. Espero que o façam, da mesma forma que espero que, a verificar-se uma situação semelhante no Sporting, sejamos nós os primeiros a denunciar e exigir mais e melhor do nosso clube.

 

Mais do que falta de fairplay, isto é batota! Um exemplo desprezível que é dado a todos os adeptos de futebol. Que os jogadores simulem lesões para ganhar tempo ou para travar o ímpeto atacante da equipa adversária, é grave. Mais grave se torna, obviamente, quando é o treinador que incita à simulação.

 

Mas quando chegamos ao ponto de um treinador sem um pingo de vergonha na cara poder dar ordens ao seu jogador para fazer batota, atirando-se para o chão, no meio de um jogo e à vista de todos, e isso não seja escandaloso sob qualquer ponto de vista, podemos afirmar sem hesitação que o nosso futebol - espelho da sociedade - está mergulhado numa imensa e nauseabunda porqueira.

 

Aqui fica o vídeo, decidam vocês...

 

publicado às 14:54

Magia na Praça

por FR, em 03.12.11

 

Simplesmente sublime.

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publicado às 09:44

O Mundo a Pretibranco

por FR, em 02.12.11

O problema deste post do Bruno Carvalho não é tanto o conteúdo quanto as motivações. Para Bruno Carvalho só existe um inimigo, O Imperialismo! na forma de EUA, UE e Israel. Todo aquele que lhe mostre o dente merece o selo de aprovação 5 Dias, independentemente de quão repugnante o seu rosnar.

 

Bruno Carvalho defende a necessidade de estabelecer-se o lado da barricada em que cada um se encontra, de forma a que possa encaixar-se todas as peças no seu devido lugar, de um lado ou do outro, sem ter de para isso se recorrer ao penoso exercício de pensar.

 

Pura ilusão, pensar que pode obter-se qualquer tipo de revolução válida partindo deste tipo de argumentação. Pelo contrário, bem ao jeito orweliano, incendiários desta índole cumprem melhor que ninguém as intenções dos alvos que visam abater – de um lado e do outro. O mundo dividido nos bons e nos maus, simplificado ao extremo da estupidez, só contribui para a cada vez maior ausência de idéias próprias, o debate político reduzido à capacidade de criar slogans. Jingle Politics no seu melhor.

 

Imagino qual terá sido o espanto, para os lados do 5 Dias, ao saberem da recente visita de D. Duarte à Síria – certamente terá provocado um ou outro curto-circuito no complexo conteúdo programático de tão esclarecidas mentes. Assim se justificará, pelo menos, o estranho silêncio.

 

Para terminar, deixo aqui parte de um divertido comentário ao post em causa:

 

"E é por causa de troncos de árvore como você, fascinados com os ayatollahs e com tudo o que cheira a anti-imperialismo consentâneo com o seu livro de citações, que a chamada Primavera Árabe está condenada a transformar-se em ícone de t-shirt." - lpb

 

 

publicado às 14:47

Parabéns Blogosféricos

por FR, em 01.12.11

Neste dia da Restauração, deixamos aqui os parabéns ao Editor69 pelos 5 anos do Blog de Leste. Autor de um dos mais irreverentes blogues da actualidade, alia o seu amor a Portugal a uma quase total ausência de “correcção política”. O seu benfiquismo, enfim... é algo épico.

 

Aqui fica, a jeito de dupla homenagem, um dos seus brilhantes vídeos: RESTAURAÇÃO – “Os Conjurados” 

 

 
*Mais vídeos do mesmo autor seguindo este link.

publicado às 11:10

Síria e a oportunidade perdida

por FR, em 17.11.11

A cada dia que passa o cerco a al-Assad vai se apertando, preparando-se os do costume para uma nova invasão, de novo pelo caminho mais fácil, mais sangrento e, evidentemente, mais rentável. Sempre em nome da liberdade, da democracia. Do raio que os parta.

 

Desta vez, porém, será mais difícil desbloquear o acesso à Síria do que foi com a Líbia. Apesar da pressão cada vez mais forte exercida pela Liga Árabe, com vista a acabar com a violência e permitir a entrada de observadores estrangeiros, o presidente Russo já veio a público afirmar que não irá permitir uma invasão nos moldes da que foi feita a Kaddhafi.

 

Tal como seria previsível, os sinais de desconforto começam a tornar-se visíveis um pouco por todo o Médio Oriente, com especial destaque para o Líbano – país que continua sob uma forte dependência do regime de al-Assad. Há dias, num debate televisivo sobre a Síria, dois importantes políticos Libaneses chegaram mesmo ao confronto físico,  num espectáculo fora do vulgar transmitido em directo para todo o país. Mais a norte, na cidade de Tripoli, vários apoiantes de al-Assad têm vindo a público declarar estarem dispostos a pegar em armas para defender o regime vizinho. Tal como, aliás, já havia feito o Hezbollah, através do seu líder Hassan Nasrallah.

 

De pouco vale, nesta altura, tentar contrariar o inevitável, mas fica de qualquer forma a referência ao facto de ter sido apontado, há mais de quatro meses, um caminho alternativo. Aos mesmos imbecis que se riram e criticaram S.A.R., o Senhor D. Duarte, aquando da sua visita à Síria, sugiro que revejam as suas declarações à SIC Notícias. Na altura denunciou estarem as forças militares e de segurança extremamente mal preparadas, que por isso respondiam desadequadamente a qualquer provocação por parte dos insurgentes, o que naturalmente desencadeou a escalada de violência a que se assiste hoje. Ao pedido de apoio, quando seria fundamental ajudar a preparar as forças militares, o mundo respondeu com sanções económicas e reprimendas paternalistas, e assim se perdeu uma oportunidade única, que viria a revelar-se fatal.

 

Foi desta forma que, a nível internacional, se animou e legitimou a insurgência que, ao contrário do que alguns poderiam julgar, está a anos-luz de ser uma revolta em nome da democracia. E assim se repetem erros de palmatória, a história dos próximos meses/anos já escrita, e o mundo inteiro ainda a dormir.

publicado às 22:39

Vergonha Nacional

por FR, em 16.11.11

Não era isto o que esperavam, certamente, os obreiros da república: passado um mês desde o final das comemorações oficiais do seu centenário, eis o anúncio de que o feriado de 5 de Outubro deixará de ser oficialmente comemorado em Portugal. “Absurdo! As Comemorações do Centenário acabam de terminar; o orgulho republicano deveria estar mais forte do que nunca,” diz um conhecido mação*, “a ética republicana ao rubro!” sublinha. Mas nada mais havia a fazer: a própria república ditara a irrelevância do dia da sua implantação.

 

Mas o sentido desta decisão, objectivamente, explica-se em breves passagens descritivas do que deveria ter sido a apoteose da celebração da república, a 5 de Outubro de 2010:

 

Em Lisboa: discurso do PR e do nosso 1ª perante «uma praça com muitas individualidades convidadas, algum povo e dezenas de bigodes de «bigodes da res publica» (figurantes).

No Porto: «As vantagens do regime em foco no eléctrico 100» (que percorreu a marginal)

Em Santa Maria da Feira: «Mais figurantes que assistência em recriação» (histórica).

Jornal de Notícias, 6 de Outubro de 2010 via blog Centenário da República.

 

Não era isto o que esperavam, certamente, os obreiros da república. Esclareça-se, portanto quem eles são. Há cem anos, como hoje, o povo não está com a república. Há cem anos, como hoje, a república não está com o povo. Os seus obreiros não passam de uma mão cheia de propagandistas que, de lápis em punho, reescrevem a história, inventando, acrescentando e apagando a seu bel-prazer. Pelo meio lá vão introduzindo alguns conceitos novos, exclusivos ao léxico Português: qualificações criativas de conceitos universais, de forma a justificar outras criatividades inqualificáveis.

 

São estes os verdadeiros heróis republicanos, mais os outros dos tiros pelas costas. É esta a sua ética e é por isso que hoje deveria celebrar-se uma pequena vitória, o fim de uma vergonha nacional. Todos sabem que traidor escreve-se herói, consoante o sucesso de uma revolução. Mas, Portugueses, quanta infâmia carregam os heróis desta república!

 

 

* mação = marido da maçã

publicado às 15:15






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