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No Bahrein, sendo a miséria coisa inexistente, podemos estar perante uma reivindicação, onde os argumentos religiosos parecem justificar uma sublevação que se baseia na rejeição do privilégio da minoria sunita. O Marrocos e a Jordânia, são dois países onde sai gente à rua protestando contra abusos e o desemprego. A origem desta falta de trabalho, poderá também ter as suas raízes numa certa ideia da Europa, onde por razões óbvias, a absurda PAC se tornou numa ameaça à segurança internacional. Que o digam os boat-people do Mediterrâneo.

 

A situação parece ser bem diversa daquela vivida nas repúblicas da Líbia, do Egipto e da Tunísia. Um ataque geral ao sistema, a repulsa pelo Chefe do Estado e tudo o que está subjacente à sua figura, são talvez, o grito perfeitamente audível pelos curiosos ocidentais, sempre atentos a revoltas em casa alheia.

 

Pelo que as notícias dizem, os protestos nas acima referidas monarquias, resumem-se a uma frase já ouvida em Amã e que hoje gritada em Rabat, o Público cita: não temos nada contra o rei, mas queremos mais justiça e trabalho". Este grito servirá para os governos locais ouvirem e ponderarem urgentes soluções. Terão a vida facilitada, pois os seus camaradas da Internacional Socialista, decerto não regatearão o devido auxílio. Oxalá não sejam desiludidos.

 

Como entendemos, aproveitamos para aconselhar a urgente leitura deste texto de Alberto Gonçalves. A não perder.

publicado às 19:19

Pensando bem, deve permanecer onde está

por Nuno Castelo-Branco, em 18.02.11

Esta estatueta do faraó Akhenaton, roubada durante os auspiciosos eventos no Cairo, foi encontrada em plena Praça Tahrir, dentro de um contentor de lixo. Assim, caem por terra as apressadas alegações de ..."malfeitores a soldo dos mubarakistas" que teriam assaltado o Museu Egípcio.

 

Dada a evidência de certos perigos, talvez seja melhor para a egiptologia e o seu património, se o busto desta senhora permanecer onde tem estado. Se sobreviveu aos aviões da RAF, da US Air Force, da Voenno-Vozdushnye Sily (Força Aérea Vermelha) e aos 16.000 canhões de Jukov e Koniev, Berlim consiste numa excelente garantia.

publicado às 15:00

Chávez acerta uma!

por Nuno Castelo-Branco, em 15.02.11

Entre o costumeiro chorrilho de lugares comuns, mas ao invés dos "observadores conceituados", o caudillo venezuelano acertou numa coisa: tal como aqui dissemos - repetindo post após post o mesmo princípio -, o exército egípcio aguentou-se no poder e de uma forma categórica. Não se tratou de um golpe de Estado, pois este já é velho, datando de 1952. Apenas delimitou urbi et orbi, a realidade das coisas. Dentro de poucos meses, talvez perceberão como funciona o sistema.

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publicado às 23:49

Em tom de brincadeira e por vezes de forma chocarreira, aqui deixámos alguns posts acerca dos acontecimentos do Cairo. É certo que a imprensa e famélicos apêndices da blogosfera, logo alinharam pelos hinos de louvor ao que se julga ser o "poder popular", seja lá isso o que isso signifique. Quem conheça minimamente a história recente do Egipto - e naquele país, o muito recente quer dizer dois séculos -, reconhecerá a evidência dos pressupostos do exercício do poder serem senão opostos, basicamente muito diversos daqueles que perfilhamos no Ocidente. Nem sequer nos dando à perda de tempo e da paciência dos leitores em discorrermos acerca dos conceitos de democracia - sabendo-se que aqui no Ocidente, quem mais a berra, menos a sonha como prática - poderemos dizer que o período em que o Egipto viveu um período mais aproximado com o que achamos aceitável em termos "liberais", correu entre o final do século XIX e o período imediato à II Guerra Mundial. Os poderes anglo-saxónicos não tiveram em conta a profunda frustração que as sociedades do Médio Oriente cultivaram após Versalhes, quando a tutela do Império Otomano, por muito nominal que fosse, foi substituída por um nítido controlo de recorte colonial, exercido pela Inglaterra e pela França. A Itália de Mussolini tentaria acompanhar esta tendência, embora quanto ao caso egípcio, existisse uma teórica mas bastante formal relação "entre iguais", plasmada pela mútua simpatia cultivada por Vítor Manuel III e Fuad I. Aliás, o monarca italiano morreria exilado em Alexandria, onde ainda se encontram sepultados os seus restos mortais. A alegria com que as massas cairotas ansiavam pela chegada de Rommel Paxá, era sintomática do profundo desejo de um render da guarda.

 

É chocante, a falta de discernimento dos agentes mediáticos, eternos catadores de revoluções que satisfaçam a sede de breve aventura diante da tv, como se de filmes de diversão se tratassem. A realidade é outra, muito mais complexa e que se prende com a estrutura social de cada um dos países da zona, onde não cabem as generalizações como "mundo árabe", "sociedade muçulmana" e outros jargões a que nos habituaram. Por exemplo, a realidade jordana é completamente diversa daquela que a Síria do sistema Baa's tem vivido e o mesmo se passa relativamente ao Iraque, Líbano e todos os Estados da Península Arábica. No norte de África, o Egipto sempre fez figura de grande potência regional, aliás a única existente até à vaga de independências de facto, ocorridas após 1945. Ali e a partir de 1952, o papel das forças armadas tem sido o eixo em torno do qual gira toda a vida do país, numa situação bastante diversa daquela que existiu até ao derrube da Monarquia. Embora de forma diferente - porque  anterior - do ocorrido na Turquia kemalista, a ocidentalizada elite local havia copiado até onde pôde, aquilo que pensava ser um sistema que traria o progresso material e a adequação do Egipto ao normal convívio internacional dos Estados modernos. Já nos referimos ao estilo de vida e aos gostos colhidos numa Europa que ainda servia de exemplo a seguir. A Guerra Fria e o advento da independência de Israel - um acontecimento que forçaria uma decisiva mudança na correlação de forças internas e a decisiva e permanente ascensão dos militares, hoje "empresários" -, criaram o país que agora nos entra casa adentro através de noticiários muito parciais e por vezes, roçando o delírio da fantasia.

 

Apesar das críticas com que tem sido fustigado, muito bem diz Vasco Pulido Valente, quando sugere que a "democracia egípcia" acabou de nascer com a suspensão da Constituição, a dissolução do Parlamento e a autoridade transferida para uma Junta, onde pontifica o marechal Tantawi. Inebriada pelo movimento popular nas ruas do Cairo e de Alexandria, a imprensa ocidental prodigamente alimentou a sensação de euforia, chegando ao ponto de ridiculamente comparar os acontecimentos, com a queda do Muro de Berlim. Passando sobre o grotesco da alegação que chegou a contaminar o desastrado discurso da senhora Merkel - com laivos de ingerência e completa inabilidade no israelita argumento base do mesmo -, cremos ser necessária uma maior circunspecção quanto ao evoluir da situação. É certo que muitos há que desejem ver o poder cair na rua, pouco se importando com quem esteja mais apto a segurá-lo de forma tão firme, quanto aquela que hoje se verifica em Teerão. Os erros crassos dos norte-americanos, são coisa antiga e repetitiva, mas da Europa, dada a sua proximidade geográfica e a clara dependência da segurança e liberdade de circulação naquelas paragens, esperava-se outra coisa. Bem vista a realidade, a nossa classe política é clamorosamente fraca, quase indigente.

 

São desculpáveis, os risonhos dislates proferidos em afinados gorjeios por uma Márcia Rodrigues, num típico fenómeno que se fica pelo anedotário enche-verbo, destinado ao consumo dos péssimos telejornais da RTP, normalmente recheados de ninharias locais e do hegemónico futebol. A ignorância e a asnice contente, transformam os "enviados especiais", em contadores de estórias pessoais, episódios mais ou menos pitorescos e pouco mais. É o espírito de feira permanente, aliás bem distante das "revoluções permanentes" de outros tempos e paragens.

 

Foram prometidas eleições para Setembro e neste momento, ninguém duvidará da sua realização. O que ainda estamos para saber, será descortinar o tipo de eleições e o sistema adoptado para as realizar e o que dali sairá. Para já e prevê-se que tal estado de coisas dure muito tempo, os militares detêm o poder no Egipto. Os ocidentais, habituados aos golpes de rins partidários, não compreenderam o que significa a palavra "exército" naquele país. O exército é o Estado e em boa verdade, pouca coisa mudou, pelo menos no essencial. Para já e para começar a tal democracia, suspendeu-se a Constituição, formou-se uma Junta militar e "aconselha-se" o fim das greves. Isto diz-vos algo?

 

Entretanto, de uma coisa estamos certos: entre centenas de outras preciosidades dos tempos faraónicos, o busto de Nefertiti e a Pedra de Roseta, poderão permanecer ad eternum nos seus locais de exposição. Bem seguros e visitados por milhões. Apesar das visitas da Luftwaffe à capital britânica e das incursões da Royal Air Force, dos U.S. Bomber Corps e dos 16.000 canhões de Estaline a Berlim, as peças continuaram invictas, bem guardadas e expoentes de um património que está longe de pertencer em exclusividade, às massas da Praça Tahrir. Ou à semelhança de Paris, Roma e Londres, não teremos nós, um obelisco em plena praça nobre de Lisboa? O simples facto de ser uma cópia, quer dizer algo.

 

Neste momento de patrimónios periclitantes, Zahi Hawas deve suspirar de alívio.

publicado às 15:40

1979-2011: estamos amarrados a um cadáver

por Nuno Castelo-Branco, em 11.02.11

Congratulations, Mr. Obama, you're a follower of Mr. "peanuts" Carter

 

Dentro de dias é bem possível a "alá-u-akbarização" da vida egípcia. Portugal, um "fiel aliado", está amarrado a um cadáver. Tanto pior.

publicado às 18:46

Mubarak partiu

por Nuno Castelo-Branco, em 11.02.11

"Com a crise do Egipto aprendemos uma coisa: nos americanos não se pode confiar."

publicado às 17:22

Um dos argumentos mais utilizados contra o regime do Xá do Irão, consistia na visibilidade social da imperatriz Farah Diba. Os mulás revolviam-se em biliosos ódios pela sua presença em local destacado, nas cerimónias oficiais. Detestavam a sua obra social junto dos idosos, das mulheres e da infância, precisamente porque isso liquidava o papel do clero xiita nas populações resignadas à submissão. Execravam a sua protecção às artes "imorais e ímpias" - ópera, teatro, ballet, pintura - e a decisiva influência que exercia quanto à liberalização legislativa na igualdade de género. Para cúmulo, o Xá Mohamed Reza Pahlavi coroou-a, tornando-a numa igual. O monarca foi longe demais e hoje o Irão é controlado por uma sanguinolenta máfia, cuja cabeça visível é o taxi-driver Ahmadinedjad.

 

Se atentarem bem às imagens que chegam da Praça Tahrir, não se vislumbra uma única mulher sem um trapo na cabeça ou não vestindo um balandrau do pescoço aos pés. Lá estão alguns simulacros de avançadotas  balzaquianas vociferantes, mas ordeiras servidoras dos homens que ali acampam. O mulherio toma conta das bebidas, comidas, limpezas, e pouco mais. Afinal, é esse o papel que a sociedade, muito distante daquela que existiu há milhares de anos no mesmo território, reserva à mulher. Apesar do regime instituído em 1952 - que remeteu as activas  Faridas e Fauzias par o limbo da história -, nada que se compare com aquilo que os pressurosos "Irmãos" lhes destina.

 

Um exemplo bem próximo, chega da Jordânia. Segundo mais um oportuno e bem-vindo copy-paste do Diário de Notícias, um importante grupo composto por 36 chefes tribais beduínos, exige que o rei Abdulá II cerceie as actividades da consorte real, a rainha Rania. A alegação é tirada a papel químico daquelas outras inventadas por Khomeiny, quando nos anos setenta enviava de Paris, venenosos discursos contra a imperatriz Farah Diba. Segundo o douto e esclarecido parecer dos homens do deserto, Rania procura "construir centros de poder pessoal" e claro está, os homens das tribos ameaçam com um fantasma de crise social, à imagem do que se passa no Egipto e na Tunísia. Este ranger de dentes não é novo, pois durante o reinado de Hussein I, os fundamentalistas diziam o mesmo acerca da rainha Noor, obsessiva capa de revista e presença incontornável nas obras sociais do Estado.

 

A actual rainha é palestiniana e como tal, tem sempre defendido os direitos dos refugiados residentes na Jordânia, hoje a maioria da população. Num típico acesso de tribalismo, os beduínos hachemitas enviaram uma petição ao monarca, declarando-se como os "verdadeiros jordanos". Tudo isto não passa de uma manobra de diversão, pois o ponto essencial consiste no papel que a rainha tem desempenhado nas acções pelos direitos das mulheres e na obra social, laica, exercida junto das populações. Tudo o mais é secundário, quando os rígidos princípios de organização social a que a religião dá forma, é colocado em causa. No caso jordano, os contestatários parecem ter alguma facilidade na difusão deste tipo de mensagem. Apesar do regime moderado e pacífico, o reino é um país pobre, sem recursos petrolíferos e bastante dependente dos seus vizinhos. Muito se tem conseguido na modernização do aparelho do Estado e nas cautelosas reformas sociais, mas este súbito impulso que de fora chega, poderá causar sérias perturbações. Uma vez mais, a Irmandade Muçulmana aparece em todo o seu flamante reaccionarismo e pelas "Europas", pode sempre contar com o previsível aplauso de uma certa "esquerda anti-americana". A questão é saber até que ponto as camadas urbanas do reino, estarão dispostas a tolerar um discurso retrógrado e coonducente a uma implacável ditadura?

 

Já alguém imaginou a rainha Rania de burca, ou envelopada de negro num balandrau?

 

* Por aqui, continua tudo na mesma. Para descontrair-mos, um texto piroso e lamechas, vulgar e sem algo de inesperado: "utopia" (que bem poderá acabar em killing fields), "terra da fraternidade" (está-se mesmo a ver...), "chá de borla" (e música pimba local), "desconhecidos que se abraçam" (por isso sai, sai da minha vida!), "êxtase tranquilo" (o que é isso?), "um imenso sorriso" (we are the world, we are the children) e por "Feicebuques", "Ai-fáives", "éme-ésse-énes", "páuer-póntes" fora. Só lá falta a "Grândola", entre uma dentadura postiça da Caixa, chaparros e um burro.

 

Não sendo a peça artística assinada, dir-se-ia que o Público enviou Corin Tellado ao Cairo.

publicado às 12:52

Imagens da "revolução egípcia" (9): a outra "irmandade"

por Nuno Castelo-Branco, em 10.02.11

Sem qualquer dúvida, um dos piores e mais inoportunos discursos de que há recente memória. Ao início desta noite, o sr. Barack Obama ultrapassou pela ora, as bem conhecidas expressões faciais de parvoíce encartada do seu antecessor. Insistiu em falar daquilo que não devia e que neste momento, nem sequer pode. Atabalhoadamente, colocou-se ao lado das dezenas de milhar de manifestantes da Praça Tahrir, enquanto as restantes dezenas - muitas dezenas - de milhão de egípcios permaneciam nas suas casas, aguardando pelos acontecimentos. Tal como Mubarak fez questão em afirmar, o Egipto existe há seis milénios. Só os americanos parecem não compreender esta evidência. Os americanos e os imbecis militantes das televisões portuguesas RTP, SIC - onde esta noite o "sapiente" Severiano Teixeira  mastigou umas banalidades - e TVI, enfim, a gente do copy-paste e das "grandes desilusões".

 

O lóbi de outra "irmandade", já havia proferido através do Departamento de Estado umas tantas sandices securitárias quanto a Israel, antecedendo aquelas que Obama diria umas horas mais tarde. Os nossos preciosos aliados norte-americanos não aprendem, insistindo no acumular de erros que lhes alienam amigos e acicatam os inimigos, bem cientes da fragilidade ou inconsistência da política externa da ainda superpotência.

 

Com um exército aparentemente decidido a manter o poder, Mubarak pretende aguentar-se e isto, para o imediato alívio de Israel e apesar dos entusiasmos "revolucionários" dos srs. steins e bergs além-Atlântico. No seguimento daquilo que há perto de um ano sucedeu em Bangkok, os grandes interesses da city nova-iorquina parece investirem invariavelmente, na desestabilização de países onde se verifica um importante crescimento económico. Estranho, demasiadamente estranho!

 

De forma bastante risível, os pigmeus europeus - Merkel, Sarkozy, o kisslichei Barroso e mais umas tantas insignificâncias - atrevem-se a considerar "lamentável" a recusa do presidente egípcio em fazer aquilo que eles próprios fariam: fugir.

 

Não se percebe o pendor euro-americano para deixar o poder cair na rua. Na rua dos outros, claro.

 

Ainda é cedo para concluir este caso, mas os próximos dias serão decisivos. No entanto e apesar dos líricos entusiasmos, duvida-se muito acerca de reais transformações - queremos dizer radicais - no Egipto. Aventurarem-se a tais suposições, é não conhecerem o real peso dos militares na vida do país. Os americanos sabem-no melhor que ninguém.

publicado às 23:54

Portadores de nomes que invariavelmente terminam em berg ou stein, os arautos da administração do sr. Barack Obama, prosseguem a habitual táctica do cantar yé-yé em velório, ou seja, trauteiam o nome de Israel. Sem cessar e em público, grasnam precisamente aquilo que a Irmandade quer ouvir: mostram fraqueza, medo e acima de tudo, insinuam a ingerência que justifica qualquer discurso de imã de terceira categoria. Os militares egípcios ou ficam aterrados, ou então, são parte de um esquema elaboradamente montado.

 

Porque não se calam?

publicado às 18:04

Os surdos - pró-cool e a fazerem campanha BE - que jamais quiseram escutar as palavras de ordem difundidas pela omnipresente Irmandade que manda no acampamento da Praça Tahrir, devem estar elucidados acerca do evoluir da situação. Aquilo que se previa está a acontecer e os bem audíveis  dichotes acerca dos "agentes americanos" e "espiões israelitas" - Mubarak e o seu regime -, desmentem  o que se tem escrito na imprensa portuguesa, sempre disposta a ver "vinte e cincos de abris" em todo o lado. O Irão já surge como declarado interveniente e pela voz do "santo homem" Rafsanjani, aconselha um Khomeini à beira Nilo. Chegam também notícias acerca da possível demissão de Mubarak. Para os "irmãos" e tal como aqui dissemos -..."quem afanosamente prepara o advento de uma "nova ordem", não está presente na praça do Museu Egípcio" -, esta cedência não será de molde a satisfazer os seus desejos e decerto subirão a parada, até ao total domínio da situação. Seguidamente, exigirão a queda de Suleiman e a constituição de um "governo provisório" que organize "eleições" por eles controladas. Nada de novo.

 

Quem cede no essencial, tudo perde.

 

Não tardará muito, até começarem os ataques à integridade física dos estrangeiros. Os "ímpios coptas" ficarão para pouco depois e não é necessário hospedarmo-nos no Hilton Cairo, para entendermos o que se passa.

publicado às 14:05

O comunicado de Fuad II

por Nuno Castelo-Branco, em 09.02.11

Leia-o na íntegra no Centenário da República e no Radical Royalist

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publicado às 11:05

Esta manhã, será necessário esgravatar muito o chão poeirento  da capoeira mediática portuguesa, para descobrirmos umas minhocas egípcias. Quase nada, a não ser um lacrimoso "conto da condessa de Ségur" no Público. Lá está a faca e o alguidar, assim como as "resistências", os "finca-pés", os "heróis" e especialmente, as bem conhecidas "organizações exemplares". É claro que naquela praça, o sistema de Partidos ou o que eles representam, já foi pisoteado como coisa inútil e a ultrapassar. Eles não negoceiam seja com quem for e "a revolução continua", mesmo que reduzida a uma praça. Os "eles" são uns tantos frequentadores de uma feira do entra e sai para TV ver.

 

O Sr. Paulo "Tintim" Moura, nem sequer dá conta das atrocidades que propagandeia, como se uma democracia pudesse ser feita sem Lei, Partidos e ordem. De facto, alinha facilmente na bem conhecida ora da ilegitimidade de tudo aquilo que desagrade a uma minoria activista - os tais idealistas românticos -, bem enquadrada por curiosos e uns tantos defensores de soluções expeditas, quase ao nível de uma qualquer claque desportiva. O repórter parece não conseguir ver a diferença entre a realidade e a ficção e o ridículo em que coloca o seu jornal. Não percebe como funciona o sistema local. Não percebe o que é o exército egípcio - a força que com ou sem democracia, continuará a determinar o futuro do país - em suma, não faz a mínima ideia daquilo que o Egipto é e pior ainda, aquilo que o país tem sido ao longo dos últimos 150 anos. Fica-se pela "guevarização" à ocidental e isso basta-lhe. Umas tantas marcas euro-americanas apresentadas nas vitrinas das lojas cairotas, empresta-lhe a ilusão da adequação do país ao "queimar da etapa" burguesa. Pelo menos, é o que o texto insinua.

 

Os decor estilísticos são sempre os mesmos, desde a "vigilância revolucionária" numa praça da cidade que conta com tantos habitantes como Portugal inteiro, até às eternas performances artístico-políticas. Bem ciente daquilo que o Ocidente quer ler, mostra a "perfeita consonância entre cristãos e muçulmanos", como se os ininterruptos e sangrentos ataques à comunidade copta que têm subido de intensidade ao longo dos últimos anos, fossem coisa inventada por mentes doentias. A repressão da minoria que conta com 10% da população do país, tem sido uma das actividades da expedita e inefável Irmandade que o Sr. Moura tenta a todo o custo relevar pela omissão, ou pela esperada subalternização que tranquiliza. Qualquer reportagem digna desse nome, deveria preocupar-se em questionar os chefes - os tais convenientemente anónimos do Facebook -, quanto ao programa que desejam ver implementado. Será incómodo deixar perguntas acerca da organização do Estado, da democracia e das liberdades dos grupos minoritários da população, assim como a liberdade religiosa, por exemplo. Mais incómodo será ainda questionar acerca do posicionamento das lideranças acerca de temas tão controversos como a paz com Israel, o posicionamento do Egipto quanto ao conflito no Médio Oriente, a Al-Qaeda, etc. Em vez disso, o repórter do Público fica-se pela conversa de "irmãos de nacionalidade que mudam o apelido para Masri", pelos "desabafos de um veterinário" e num suspiro que é significativo, quase disfarçadamente aflora os anseios pelo ..."estudo das revoluções francesa, russa, chinesa e cubana".

 

Chegámos ao que verdadeiramente interessa e que tanto lhe custou escrever nos primeiros dias. Não estranhem muito se nas próximas (?) crónicas, chegar o tema que alguns pretendem ver bem estampado nas folhas do jornal: o ataque ao "culpado" Ocidente, ou melhor dizendo, aos EUA.  A tal síndroma do oculto herói Ali Ata.

 

Para alguns compenetrados democratas do "escreve primeiro e depois foge para a tua casa", a "revolução" deverá sê-la de qualquer forma. Pouco interessa se o chicote afaga as costas do dissidente político, do homem de negócios, da mulher rebelde às convenções, do estudante atrevido. O que importa é que funcione. Se for brandido por um barbudo de boné à Che, óptimo, é o regresso da velha ordem esmagada em 1989. Se quem empunhar o rabo de raia for um outro barbudo de turbante, exercitando-o nas costas de uma ímpia "adultera de cabelos ao vento", paciência.

 

A "revolução" é mesmo assim, embora convenha ler este artigo de Henrique Raposo.

publicado às 11:39

A "revolução egípcia" em imagens (5): cai ou não cai?

por Nuno Castelo-Branco, em 07.02.11

Cai ou não cai?

As notícias volatilizaram-se como um passe de mágica de Moisés diante do Faraó. Apesar dos guinchinhos e olhinhos gulosos daquela química louraça, essa espécie de entradota Dalida pré-carnaval que a RTP enviou para o Cairo, parece que a coisa está praticamente no fim. Nas suas croniquetas diárias e por muito que insinuasse a "chaimitização" dos tanques M-60 do exército, a sugestão não pegou. A "revolução" - pronunciando a palavra com a língua enrolada "à Louçã", soará melhor -, já não o é, ou pelo menos, não foi o que certa gente pretendia. Sem que a dona Márcia disso se aperceba, os militares até poderão congratular-se com aquilo a que assistem em directo, pois o poder ficar-lhes-á nas mãos. de uma ou de outra forma, é esta a realidade.

 

O Cairo limpa os cacos, a nefanda banca abre as suas portas, os vendedores de tapetes desempoeiram-nos e esfregam as mãos de contentes e os cameleiros dos turistas revêm o estado das ferraduras da sua bicharada. Aos poucos, os barbaças voltam aos seus importantes afazeres de joelhos, enquanto permanecem uns tantos centos de idealistas na Praça Tharir, acompanhados pelas infalíveis gordas, já de bem conhecido e imundo trapo de pizzeria na cabeça. É essa a imagem que fica. A classe média viu no que se estava a meter e teve a consciência de ser a próxima vítima da tal Irmandade, ansiosa por brandir o chicote, a lâmina da excisão e o esverdeado livrinho "sagrado". Os "médios" escapuliram-se com as suas amadas calças de ganga e ficaram os batedores de palmas sincopadas.

 

Pelas "Europas" fica a progressista borregagem, consolando-se de mais um falhanço. Com estes "quebra-bilhas do profeta" podemos nós bem. Na próxima sexta-feira, lá estarão no Lux para mais uma noitada de shots, acompanhados por uns "esquerdistas" e islâmicos "charrocos" à mistura, Made in Maghreb, claro.

 

Vão-se despir!

Não, não cai...

publicado às 13:34

Pelos vistos, o Expresso do espanófilo Balsemão, não passa de uma sucursal do El País, coisa kisslichei - perguntem a um russo o que quer dizer - e sempre pronta a aderir a qualquer porreirismo de escaparate. Um tal Javier Valenzuela, deve andar em consonância mental com o expréssico  Tintim do nosso post "revolução egípcia" nº 3. A mesma lenga-lenga do chácha, os mesmos quadrinhos a lembrar o cada vez mais abjecto Canal de História - que quase se resume à da guerra civil espanhola onde os derrotados são sempre os bonzinhos, mesmo se assassinos - e agora, uma novidade: segundo este pobre mentecapto com apelido a evocar dançarina de flamenco, o sr. Mubarak não passava de um gendarme de... Israel! Aqui está o sempre escondidinho preconceito anti-judaico que vindo de Torquemada, roça docemente a parte baixa das costas dos avermelhados escribas situacionistas.

 

Para o presumível fã dos barbaças - já que pelo Cairo não há castristas, os "outros" também servem -, a ameaça da Irmandade não passa de mais uma "chorrada". Sem sequer querendo saber o que naquela algaraviada além-fronteira quererá dizer "chorrada", todo o texteco deixa letra por letra, a marca de origem, apenas faltando o código de barras que bem conhecemos. Lá estão os insultos a roçar o racismo e onde o até agora bem quisto mas de cabelo pintado e "negrisimo como el betún" Mubarak - lembram-se dos tempos do "socialismo árabe"? -, não passa agora de uma múmia que capitaneia esbirros que atacam o pobrezinho Baradei, um "sabio valiente" que é a cabeça dos "demócratas egipcios", pretendentes à escrita de "un final feliz".

 

O flamenqueiro até se decidiu à introdução de uma "personagem credibilizante" que dá pelo nome de Fisk, repescador da velhota tese do "muçulmaneirismo" à democrata-cristão europeu. Estes parlapatões deglutidores de tapas e ébrios de carrascões de la Rioja, já aderiram ao chavão engana-incautos, fazendo de conta não perceberem a diferença abissal entre partidos que aceitam a laicidade do Estado e aqueles outros que confundem o Estado com a religião. Transpondo o caso para a Espanha, será o mesmo que comparar o PP de Madrid, com os pressupostos do AKP turco. Enfim, uma espécie de actualização idiota do eurocomunismo dos anos 70, uma Mula de Tróia que visava amolecer "coração de branco". Do poder político das forças armadas, do escriba além-fronteira, nem um bocadillo...

 

Estes reservistas mentais, devem pensar que andamos todos a dormir. Pelas barbas do profeta, não perdem por esperar.

publicado às 18:42

No texto, está lá todo o chi-chi comunistóide: "luta", "provocadores", "revolução continuou", ..."praça voltou a ser uma festa", "derradeira batalha", "movimento dos jovens", "activista", ..."revolução tem de ir até ao fim", "natureza idealista e irredutível desta revolução", "preservar a sua pureza", ..."o futuro. O nosso sonho é o futuro". Isto, além de um chinfrim de banalidades que já escutámos centos de vezes, precisamente aquelas que preludiam a tomada do poder por uma bando ditatorial impiedoso e a tudo disposto para capar rente, qualquer jornalista que do ocidente chegue para farejar o que se passará.

 

Este arrazoado do Público, surge no preciso momento em que a "revolução" parece agora resumir-se à Praça Tahrir. Não sabemos se o repórter é um persistente adolescente do Maio 68 ou se pelo contrário, um típico revolucionário da Sonae que talvez veja em Belmiro, uma espécie de pai Natal amigo das vítimas da fome do Continente.

 

A peça é de uma pobreza confrangedora, tal a chocante falta de originalidade. Recomendado por aquilo que a cartilha rememoriada dita, envereda por truques caseiros para abrilar um bocadinho e nem sequer faltando um "miúdo de seis anos que inventa palavras de ordem às cavalitas do pai". Lembram-se do poster com o puto de caracóis a colocar um cravinho na G-3? Pois..., que maçada, o exército local nem sequer usa essa arma e desconfia-se que até esteja a assistir a tudo isto, entre sorrisos e cachimbadas.

O pirismo desta gente não conhece qualquer peia e percorrendo o youtube à cata de uma tonichisse qualquer, lá se saca um ..."deixa o Sol brilhar de novo no Egipto". Hilariante, só falta um avante camarada muezim! O texto vai sendo temperado com o necessário salzinho da lágrima fácil, como os "dedinhos no ar" e para não assustar os crédulos leitores  nazarins (1), o romântico jornalista garante que não existe ali "nem um nenhum partido, sindicato a orientar coisa nenhuma". Pode garantir à vontade, pois os rançosos desconfiados, sabem que a sede é no minarete mais próximo. No texto vai-se mais longe e já se remete a coisa para os tempos ptolomaicos, surgindo cartazes que são "autênticos tratados filosóficos". Hoje em dia, as palavras "filosofia" e "histórico" são aplicáveis a assuntos tão importantes como a Liga de Clubes ou a transferências deste ou daquele chutador de bola. Assim, torna-se necessário um circunspecto desconto nos exageros. Para o senhor que decidiu ir ajudar a "revolução" que aproveitará aos conhecidos barbudos e um dia bem poderá cortar o pescoço aos seus colegas locais, é tempo para "organizar entradas no perímetro" e ..."com os organizadores voluntários, (que) identificavam e revistavam as pessoas". Escapa-se-vos alguma coisa? Conhecem ou não este tipo de esquema? Apimentando um pouco, é claro que há que meter o mulherio ao barulho e á boa maneira das "companheiras de outros tempos", remetê-las para a função de servir comes e bebes, já que a caminha quente de outras "companheiras e amigas" de paragens mais à beira-Atlântico, são por lá muito mal vistas. Também já se arranjou maneira de montar um palco com cantorias e "figuras da televisão das artes e do cinema". Também diz-vos isto alguma coisa?

 

Para aumentar o suspense e garantir a alegada afoita valentia que se sacrifica por "revolução" alheia, o nosso bravo repórter já teve a sua mordedura de serpente à imagem de Cleópatra, na alegoria de uma também alegada detenção às mãos de não identificados facínoras - seriam "revolucionários"? -comandados por .."um homem de gel no cabelo (que) perguntou com a voz sinistra que deve ter aprendido em interrogatórios policiais: "O que veio fazer a este país, sir?" Nada lhe aconteceu, descansem, pois está de boa saúde e vivinho da Silva.

 

Vá lá, confessou que burguêsmente tinha um "chófer", um tal Ahmed - não, não era Abdallah, nome com conotações monarco-religiosas - que localmente, equivale a um Manel ou Zeca das nossas praças.

 

Há uns nove meses, relatámos eventos semelhantes, tirados quase a papel químico, ocorridos em Bangkok. Precisamente a mesma "conversa do chácha", os mesmíssimos "velhos e crianças que sonham", os persistentes e infalíveis "dedinhos no ar". Sabe-se o que esteve por detrás da intentona, como também se desconfia daquilo que poderá chegar após a queda do actual regime egípcio. O problema é o "se" cair. Se!

 

Não se ralem muito com a segurança dos nossos simulacros de Tintim sem grandes aventuras ou riscos: se a coisa "pegar fogo", encafifam-se no primeiro C-130 e regressam à base de origem, ao ar condicionado. Substituem o on the rocks do Mena House, por uma reportagem no Altis.

 

(1) Nazarins: nós, os pérfidos cristãos dos "dinheiros do turismo".

publicado às 10:01

Um país que muito lucra com o turismo, tem os seus aeroportos pejados de nazarins-rumis em fuga para a Europa e Estados Unidos. Um país onde grande parte da economia depende dos serviços, com os hotéis, resorts, bazares, souks e bancos mais silenciosos do que a Esfinge. O Planalto de Gizé ao abandono das areias. O Vale dos Reis sem vivalma. Karnak-Luxor às moscas. Abu Simbel entregue aos lacraus e escaravelhos. O Museu Egípcio do Cairo, alvo de saqueadores de tesouros outrora perdidos e há pouco encontrados.

 

A Praça Tahrir tornada num parque de campismo. Tudo normal. Entretanto, aqui está uma democrática e tradicional hipótese a considerar.

publicado às 12:20

A "revolução egípcia" em imagens (1): o pipeline

por Nuno Castelo-Branco, em 05.02.11

O cada vez mais esquisito Público(zinho), prossegue o ensimesmamento copy-paste da "revolução" do Nilo. Até à colocação da última pedra que feche o acesso ao sarcófago, há sempre esperança de pôr a mão no ouro alheio. Volatilizadas as "multidões de milhões" que não passaram de milhares e após a 2ª Batalha das Pirâmides em que os cameleiros fizeram das suas, resta-lhes um estouro num pipeline. Vão mesmo ter de engolir a transição, ordeira como a todos - eles e nós - convém. Lá está a tropa a vigiar e a dizer o que se pode ou não fazer. Péssimas notícias para os do "espírito de Munique" e umas tantas cólicas para umas certas hirsutas barbichas, iconoclastas de "coisas ímpias".

 

Entretanto, a insignificante "Europa" apresenta pedidos e exigências, como se o tempo dos couraçados da Royal Navy nos molhes de Alexandria, ainda fizesse bater as horas do dia. Já não há farol que guie Merkels, Sarkozis e outras tantas vacuidades aflitas que melhor fariam em documentar-se, mesmo se apenas recorrendo às aventuras de Tintim. Já seria muito.

 

A "revolução" não está a correr como queriam? Parece que que não.

publicado às 11:25






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