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Chegou à base do Alfeite, o segundo submarino construído na Alemanha. Chama-se Arpão e seria um dos seis ou oito que Portugal devia possuir. Isto, se fossemos um país normalmente bem gerido e cioso do seu espaço territorial-marítimo.
A burranqueira esquizofrenia continua no próximo telejornal. Já agora e só para irritar os excelsos crânios que nos lêem e enviam e-mails insultuosos, há que dizer-lhes que os lucros com o casamento de ontem, já seriam suficientes para pagar integralmente o Tridente e o Arpão.
*Entretanto, os "intelectuais" de escola primária, vão-se divertindo em pré-campanha.
Militares que ameaçam revoltar-se apenas quando tocam nos seus ordenados e regalias, num país com milhões de pessoas a fazer sacrifícios desde há muito tempo e em que a decadência do regime ameaça de sobremaneira a sua soberania, não são militares. São mercenários.
Militares ameaçam que se não houver dinheiro para os seus salários e pensões, algo muito grave pode acontecer. Portanto, os militares estão-se a borrifar se o país estiver a morrer à fome desde que eles recebam os seus salários. Se não, fazem outro golpe de estado é? E depois, fazem o quê ao país? Depois do PR se esconder, já nem estes, de quem em tempos escrevi serem a última reserva moral do país, estão à altura.
Ontem, neste post ficcionámos o assunto. Esta manhã, na Antena 1, um militar avisava que "se não houver dinheiro para lhes pagar", algo de muito grave poderá acontecer. Grande novidade... que a tutela já se apressou a esconjurar.
Pelo que parece, há quem tenha ficado "apertadinho".
Uma campanha na Cirenaica (1941-42)
Sob o ponto de vista diplomático, Luís Amado pode dizer o que quiser e de facto, parece ter a razão do seu lado. O ex-amigo do governo português - e de muitos outros, nomeadamente dos EUA - colocou-se numa posição politicamente insustentável. No entanto, se atendermos apenas ao aspecto militar da questão, o caso é bem diferente.
Se excluirmos as imagens onde os quad anti-aéreos são presença constante e ícones da revolta, o que temos verificado? Bastantes AK-47, alguns RPG que são disparados para o infinito vazio do deserto e uns esporádicos disparos de órgãos de Estaline. Nada mais. Pelo que se mostra e apesar da captura de alguns importantes depósitos de armas, nada de muito substancial parece estar nas mãos dos insurrectos. Vimos alguns transportes blindados de tropas e alguns tanques russos T-55 (?), estes últimos parados e exibidos como testemunhos mudos de uma vitória pela omissão da resistência. O exército líbio acantonado no leste do país, apresenta à primeira vista, um aspecto deficientíssimo, tanto em termos de instalações, como de equipamentos de toda a ordem.
Se Kadhafi realmente conseguiu aniquilar a rectaguarda - Zauía -, poderá então calmamente voltar-se para leste e utilizar unidades pesadas contra os grupos heterogéneos de opositores mal armados e sem um enquadramento coerente. A dificuldade da logística é o ponto essencial a considerar, mas nada nos garante que não esteja a ser tratado já há bastantes dias. Por outro lado, a demora na imposição da zona interdita a voos, funciona como um factor de encorajamento do regime, dado serem evidentes as divergências na aliança ocidental e a clara oposição dos outros parceiros internacionais - a Rússia e a China - que na ONU muito têm feito para dificultar qualquer acção concreta. Entre a adopção de sanções que valem zero e as medidas operacionais efectivas, correrá o tempo necessário para que a revolta seja militarmente esmagada. Qualquer "estratega de café ou jogo de computador" - condição que reivindicamos sem qualquer outra pretensão - percebe esta evidência.
Neste preciso momento, o mundo poderá ser surpreendido por um golpe de mão desferido por algumas unidades motorizadas de Kadhafi, criteriosamente escolhidas e convenientemente equipadas. Nem sequer necessitará de aviões ou de helicópteros, estando Bengazi desprovida do grosso de homens em armas, mas sem mísseis portáteis anti-aéreos, peças anti-tanque ou blindados com um real valor militar. Como dizem os jornalistas no terreno, nota-se que os insurrectos se têm concentrado em grupos mais ou menos numerosos, nas imediações da Via Balbia e sempre perto da faixa costeira, desde esta manhã sob bombardeamento naval, aéreo e terrestre. Mas o que dizer acerca da possibilidade de um inesperado ataque directo a Bengazi, por parte de unidades surgidas do nada, isto é, do deserto? Tal já aconteceu e surpreendeu unidades regulares e bem equipadas de uma grande potência.
Se Kadhafi já perdeu a Líbia no plano político, parece ainda longe de ter dito a derradeira palavra no campo das operações bélicas. Basta-lhe abrir um livro de história do Afrika Korps e copiar, com muitas vantagens, Rommel. Terá a presença de espírito para o que é óbvio?
Nota: como ontem fazia notar o nosso leitor GP, notemos que estes combatentes de ambos os lados, não podem ser considerados como aquilo que se designa de "amigos do ocidente". O conceito de "democracia" é lato e conhece-se a forma depreciativa com que somos tidos naquela parte do mundo, ou melhor, entre aqueles que professam a religião de Maomé. Agora, compare-se o nosso escandaloso descalabro na preparação militar de duas gerações de jovens portugueses e a ausência no Ocidente, de qualquer tipo de ânimo que possibilite uma resistência efectiva. A queda do bloco de leste levou à apressada redução dos efectivos militares em toda a Europa, adoptando-se também o controverso modelo do exército profissional. Hoje em dia salta à vista, a consequência imediata deste desastre: a total ausência dos conhecimentos mínimos acerca da defesa e manuseamento de equipamentos. Aqui está um aspecto a considerar pelos agentes políticos. Sem qualquer noção de pátria, nação, fidelidade a uma causa - monárquica ou republicana - e com Deus morto e bem enterrado, uma boa parte da Europa encontra-se praticamente indefesa. A Grã-Bretanha poderá ser a excepção, pois "morrer pela Rainha", transcende em muito as palavras, dando alguma consistência a um todo nacional.
Muitos poderão contestar, referindo a fragilidade das convicções religiosas de quem hoje berra Alá-u-Akbar! a plenos pulmões. Pois bem, mas gritam por algo que não podem definir, mas que inegavelmente os galvaniza, mostrando o peito às balas. As medonhas imagens de Zauía destroçada e com as ruas juncadas de quads anti-aéreos abandonados, são sempre enquadradas por cânticos religiosos difundidos em alta gritaria pelos altifalantes. Imaginam isto na Europa?
A nossa "imprensa de referência", continua a primar pela originalidade e sageza. Uma pequena e quase despercebida notícia, diz que mais de 300 comandos se encontram sob cerrado interrogatório, devido ao furto de cerca de uma dezena de armas de guerra. O DN afirma existir o receio destas poderem ir parar aos grupos que se dedicam ao crime violento. Não é segredo algum, o facto de se encontrarem para venda em qualquer feira de subúrbio, centenas de milhar de armas clandestinas e que a par da distribuição de droga, o comércio de armamento floresce. O surgimento de metralhadoras tornou-se expectável e tal como se passa noutros países, não tardarão a surgir artefactos mais sofisticados, como lança-granadas anti-carro, etc. O que se torna estranho, é ninguém querer perceber a real gravidade desta situação. Estes militares recrutados, estão longe de corresponderem aos antigos efectivos do contingente geral que enchiam os quartéis do serviço militar obrigatório. Esta gente é mais preparada, voluntária, bem paga e treinada. Podemos até deixar a questão de se saber se as Forças Armadas não estarão a ser infiltradas por gangues organizados, tal como normalmente acontece na marinha dos Estados Unidos, por exemplo.
Com a situação a resvalar para a bem conhecida "incógnita" que todos pressentimos, imaginemos o que estas armas em "boas mãos" poderão fazer, até porque tivemos uma experiência idêntica há cem anos. Os resultados estão à vista.
O senhor ministro da tutela, declarou ontem que o submarino Arpão, deverá ser entregue à Armada em Dezembro próximo e que tal evento consistirá numa "despesa extraordinária" a ser paga com receitas também extraordinárias, uma "realidade que pesa sobre o Orçamento".
Ai temos o "encarte" para um habilidoso queimar de tempo no debate orçamental. Infalivelmente regressará a gritaria do costume, com a acusação de despesismo dirigida a Portas e o contraditório endereçado a Santos Silva, até porque o ..."governo de Guterres queria quatro U-boot".
Temos muita sorte em não sermos governados pelo PASOK do sr. Papandreu, porque lá "nas Grécias", os submarinos compram-se à meia dúzia!
Entretanto e talvez procurando encontrar algures um novo Mapa Cor de Rosa, a república portuguesa - o actual nome deste país - apresentou uma reivindicação imperial no Atlântico. Sem efectivos para sequer garantir a segurança da costa peninsular, os exigentes sátrapas parece terem mais olhos que barriga. Oxalá não recebam um Ultimatum. Para dizer a verdade, dava-nos imenso jeito, pois já temos a lição de como proceder nestas emergências.
Num Parlamento onde invariavelmente se cacareja contra o reequipamento das Forças Armadas e que, imitando o Mapa Cor de Rosa, reivindica gigantescas zonas de soberania - agora no Atlântico Norte -, procedeu-se a uma acerba troca de palavras acerca dos necessários submarinos que o governo Guterres pretendeu serem quatro e o governo Barroso/Portas decidiu serem dois.
Entretanto, desaparece o Comando da OTAN/NATO em Oeiras. É esta, a credibilidade internacional da República Portuguesa. Parabéns pelo Centenário!
Aqueles que extensivamente utilizam a subversão armada no sudeste asiático e exploram mão de obra semi-forçada ou em semi-escravatura, recusaram a entrada em Macau, ao navio-escola Sagres.
A primeira questão a colocar, consistirá saber se tecnicamente sendo um navio de guerra, o Sagres fica sob a mira do articulado legal chinês que proíbe navios militares estrangeiros de atracar na "região especial". Assim sendo, as autoridades de Pequim terão o Direito do seu lado.
A segunda interrogação, talvez de mais difícil resposta, reportar-se-á aos meandros diplomáticos e neste momento, não podemos vislumbrar se por detrás desta decisão aparentemente extemporânea e até ridícula, se esconderá qualquer quid pro quo luso-chinês. Mais tarde ou mais cedo se saberá.
A terceira questão, poderá ter uma certa relação com a situação interna em Macau, onde afinal, os iniciais entusiasmos pelo "regresso à pátria mãe" terão esfriado ao longo dos anos. Pois isso está mesmo a acontecer. A presença do Sagres III em Macau, trará à memória, os tempos em que para todos os efeitos a cidade era praticamente independente, gozava de uma grande prosperidade e a liberdade de expressão não era mera retórica para colocar olhos em bico. O que terão agora os decisores de vontades alheias - aqueles que em Lisboa entregaram Macau sem consulta popular - para dizer em público? Provavelmente nada, pois nem sequer saberão apontar no mapa, a situação geográfica do antigo território sob administração portuguesa.
Preferimos acreditar na primeira hipótese.
No fim de contas, os pequineses fizeram mais um grande "negócio da China". Como no dia do hand-over dizia um atónito locutor da televisão tailandesa, no século XVI os chineses entregaram um lugarejo numa praia vazia e receberam-no de volta, transformado uma bela cidade pujante de vida e de riqueza. Com aeroporto, além de tudo e mais alguma coisa.
Há quem ainda se recorde de em tempos idos, o governo de Vasco Gonçalves ter recusado a possibilidade de Portugal fabricar e vender umas centenas de Chaimites que o regime "fascista" do Xá Reza Pahlavi encomendara. O desleixo, aliado à criminosa parvoíce de muitos executivos posteriores a 1974, ditaram o fim do embrião de uma indústria militar nacional que no caso de ter sobrevivido à loucura colectiva que se abateu sobre o país, hoje poderia equipar uma parte das Forças Armadas e contribuir para aquilo que o parcimonioso e amnésico - em causa própria - residente de Belém, denomina de produtos de valor acrescentado. Em suma, as almejadas exportações.
Este tipo de política, provém de regime que deve a sua existência, a umas Forças Armadas que a tudo têm fechado os olhos e que se sujeitam a todo o tipo de dislates e rebaixamentos, talvez para garantir a sua própria sobrevivência e inerente subsistência de quem as organiza e comanda. A serem verdade outras notícias como esta, indicam sem sofismas, o estado a que o país chegou.
Consumou-se a chegada do primeiro dos submarinos e assim, os embaciados periscópios mediáticos procuram novos alvos a torpedear.
Hoje e sempre à procura de "casos" que distraiam a opinião pública e alimentem a partidocracia infrene, os jornais novamente trazem o "problema Pandur".
Habituados ao proverbial laxismo que há muito é conhecido além-fronteiras, as empresas que estabelecem contratos com os governos de Portugal, procuram o rotineiro caminho do não cumprimento de contratos, ou pior ainda, impingir material mal construído e que a breve prazo se destinaria ao encosto permanente, em qualquer um dos armazéns de sucata a prazo. Pelo que parece, desta vez o "esquema" parece não estar a funcionar e em boa hora, há quem se rebele contra a situação. Assim, estamos na perspectiva de duas hipóteses: a primeira, consiste no sério aviso de uma ameaça de redentor trilhar de outro caminho, o da lisura de procedimentos, da defesa do interesse e da segurança nacional. Coisa rara e até agora, bastante improvável e duvidosa. A segunda, implica a anulação pura e simples do contrato estabelecido e o subsequente risco do prolongamento da penúria dos meios à disposição das Forças Armadas, que inacreditavelmente se têm sujeitado, sem um tímido queixume público, aos caprichos meramente políticos e exibicionistas, de um regime que as envia em missões para "mostrar bandeira mundo fora". Também já se tornou "normal" o pedir emprestado a este ou aquele aliado, dos meios necessários aos serviços exigidos para essas tarefas. Em conformidade, os executivos e a hierarquia militar continuam a empurrar os soldados, para uma desconfortável e humilhante situação de vítimas da galhofa geral que vai medrando NATO fora e também nos foros militares, mesmo aqui ao lado. Tudo isto é muito aborrecido.
Alguém poderá informar-nos acerca do que se passa?
"Em todo o Mundo menos em Portugal. No meu País, os Talhões de Combatentes dos vários cemitérios estão abandonados, as centenas de cemitérios espalhados pela Guiné, Angola, Moçambique, índia e Timor, abandonados estão e quando não profanados. É simplesmente confrangedor ver o estado de degradação onde se chegou. Parece que a única coisa que está apresentável é o monumento do Bom Sucesso / Torre de Belém, possivelmente porque está à vista e porque é limpo uma vez por ano para a cerimónia pública que lá se realiza. Até grande parte dos monumentos municipais aos Mortos da Guerra do Ultramar vão ficando abandonados. No meu Pais, a pouco e pouco, foi-se retirando a dignidade devida aos que combateram pela Pátria, abandonando os seus mortos e retirando as poucas "migalhas" que ainda tinham diferentes do comum dos cidadãos, a assistência médica e medicamentosa, para ele e cônjuge, alinhando-os "devidamente" por baixo."
Após o 31 de Janeiro, continua o circuito das derrotas. Ontem foi a vez da debandada de La Lys e lá esteve o prof. Cavaco Silva a enaltecer os grandes valores de uma pátria que já não se reconhece. O roteiro até Outubro ainda terá várias paragens e não sabemos que mais desastres festejarão até à suprema catástrofe: a Camioneta Fantasma? A Leva da Morte? O afundamento do Carvalho Araújo? A Formiga Branca? Os presos políticos? A ruína financeira? As carestias? A crise das subsistências? A derrota no Rovuma? O desastre no Cunene? As mãos a abanar em Versalhes?
Eis o busílis.
Restar-lhes-ia o Soldado Milhões, mas tal coisa poderá ser mal interpretada. Com a temática com que os telejornais abrem diariamente, seria um escândalo.
* Imagem via Blog de Leste
Os órgãos de comunicação social, declaram continuar hasteada a bandeira espanhola na fortaleza de Valença. Monumento nacional, símbolo local da soberania portuguesa, foi profanado por gente que perdeu toda a legitimidade ao optar por este insultuoso tipo de contestação. Trata-se de subversão e de atentado à integridade do Estado. Do que está à espera a GNR? Que explicação dá a PSP? Porque não envia o exército um pelotão que ponha cobro ao dislate? O episódio da taurina coisa nas varandas, não passa de folclore a resolver no próximo embate futebolístico entre as duas "selecções", quando tudo voltará ao normal. Outra coisa, é o assalto estrangeiro a um edifício público. S. Bento não cora de vergonha?
O que se estranha, é a total passividade das autoridades nacionais que se têm abstido de impor a Lei e a dignidade do Estado. São precisamente estas autoridades - e aqui incluímos o governo que tutela as policias e as Forças Armadas - que são muito lestas na resolução de outros casos que têm acontecido e que vão continuar a acontecer, queiram ou não queiram, gostem ou não gostem. O critério parece simples: se se trata de uma Bandeira Nacional azul e branca, deve ser de imediato apeada e entregue a um nebuloso "Ministério Público" - o que é isso? -, mas se o caso disser respeito a uma bandeira estrangeira, poderá então ficar ao vento durante o tempo que a subversão militante assim o entender.
É o patrioteirismo dos senhores do Centenário da República, com o Palácio de Belém incluído no rol. Enfim, mais um episódio do "Esquema", porque nada deve ser por acaso. Entretanto, o "agente dorado" Saramago, continua a sua prédica. Só visto!
A histriónica timoneira Gomes, zarpou em célere bolina para preparar o desembarque a mais uma anormalidade que afanosamente o "Esquema" prepara. De facto a desinformação já começou, procurando arranjar mais uns tostões - que a concretizarem-se serão míseros, - com a questão dos dois (repetimos, dois!) submarinos da Armada.
Infelizmente, o truque de prestidigitação é bem conhecido e sempre o mesmo. Os aflitos angariadores de receita combinam a tácticazinha - pois estratégia é coisa que não atingem - e encontram um fogueiro que atire às pazadas o carvão para a fornalha. Da caça à multa ao automóvel e ao pedestre fora das passadeiras, até ao abiscoitar de mais uns trocos à conta da desonra nacional por incumprimento contratual com agentes comerciais de uma grande potência - a quem algo devemos -, vai um passo. Os jornais reproduzem a cacofonia e as televisões idem aspas. Está criado o caldo necessário para que com este ou aquele condimento encontrado em qualquer prateleira de recurso, se sirva ao crédulo espectador a ideia da "inutilidade" que a Defesa representa para Portugal.
A timoneira Gomes está toda encanitada pela imaginosa perspectiva de os almirantes da Armada não serem patriotas, embora lhes deva - ela e tdo o restante "Esquema" pluripartidário - as mordomias que gostosamente vem auferindo desde os tempos em que oportunamente largou amarras do MRPP, atracando o seu rotundo casco noutro cais mais prometedor. Após a necessária reconstrução e carenagem, eis a antiga traineira transformada em carraca novinha em folha, pronta para um rebaptizar, tal como se fazia nos bons tempos em que os navios de linha saíam em série da doca das Ribeira das Naus.
Diz a dita cuja que os almirantes "são vistas largas e superficiais, nos contratos de aquisições de equipamentos de defesa que explicam o afundamento das capacidades submarinas e outras capacidades militares em Portugal (...) são desperdiçados em equipamento supérfluo (toma-lhe o leme, Senhor, porque esta carraca não conhece as águas em que navega!) e/ou mal comprado (...) são desviados, em parte, para pagar comissões e luvas em esquemas de corrupção".
Os almirantes são "vistas largas", num país de "Esquemáticos" de vistas curtas. Eis a grande diferença.
Regateirismo por regateirismo, ela lá deve saber do que fala. A experiência própria, o aumento de peso - político e de tonelagem -, poderá explicar muita coisa. Se a timoneira Gomes sabe de algo, que fale e já, até porque do "lado de lá" responderão em tiros de bordada. Terminando e em tira-teimas, vem de dedo em riste desafiar a tropa, perguntando ..."quem afinal, tem sentido de Estado e defende a Pátria? Quem mergulha diante de corruptos lusos ou germânicos, ou quem os defronta e procura afundar?" Como se fosse ela ou gente do "Esquema"...
Hilariante, estes navegantes do champanhe alheio e que não têm a mínima noção das águas que cruzam. Ficam-se pela navegação à vista. A timoneira Gomes que comece por contabilizar aquilo que o "Esquema" engendrou nas chamadas E.P's, e tome boa nota que apenas a RTP, TAP, EDP - entre dúzias e dúzias de "esquemas" fundacionais, de estudos em gabinetes e outros acessórios da moda -, além dos desperdícios de fundos nos quais gulosamente participaram muitos dos seus colegas - do seu e dos outros partidos -, teriam dado para renovar uma grande parte da Armada. Sempre queremos ver quantos "esquemáticos" seus colegas nas bancadas, terão beneficiado com a pescaria.
E querem estas pretensas tágides anexar nada mais, nada menos, senão uma gigantesca área marítima no Atlântico Norte?! Uma espécie de Mapa Cor de Rosa no meio do Atlântico?! Com que meios?
O berreiro típico duma truculenta síntese do eixo Bolhão-Ribeira, poderá ter obtido os seus resultados junto de gente pouco habituada a essas originalidades gastronómicas servidas em terrinas fumegantes. Na sua circunspecção asiática, os indonésios talvez tenham mostrado largos sorrisos à excitada servidora de manjares liquefeitos e na tradicional postura do encolher de ombros, deixaram-na ranger a dentuça à sua vontade. O que havia para tratar, fizeram-no com a administração Clinton, como se sabe. O fogo de Santelmo do costume.
Era isso mesmo que acontecia outrora, quando a patroa abandonava a cozinha abanando a cabeça, enquanto a sopeira resmungava contra horários, preços de géneros, tricas com a criada de dentro, folgas para folguedos e outras transcendentes preocupações. No entanto e para regalo de todos, a sopita lá vinha para a mesa.
Questões de mercearia, questões republicanas em ano de centenário da vergonha.
Artilharia portuguesa na Guerra Peninsular
Em Portugal, a forma como a população olha para as Forças Armadas, é desde sempre influenciada pelos circunstanciais interesses em liça num determinado momento político. Da episódica exaltação que alterna aposição de cruzes de guerra em anchos peitos do 10 de Junho e a decoração de espingardas com cravos, até aos impropérios, a distância é pouca. Há muito desaparecida a eternamente incipiente educação que formava o espírito cívico garante das instituições e perenidade do Estado, a reputação das Forças Armadas é geralmente calcada como coisa de pouca valia, embora todos os regimes que se têm sucedido no poder desde 1834, a elas devam a legalidade na condução da coisa pública. Jamais existiu uma única revolução popular, fosse ela espicaçada pela burguesia aberta à influência além-fronteiras, ou consequência de uma furiosa explosão que pudesse longinquamente encontrar paralelos numa jacquerie ou Comuna do sempiterno modelo parisiense. Nunca. Quem se alçou ao poder, serviu-se sempre das baionetas disponíveis no momento, ou beneficiou do feliz acaso propiciado por uma contagem das mesmas que no momento exacto e por escassíssimo número, fizeram pender o resultado para o grupo contestatário da ordem estabelecida. As "Saldanhadas", o 31 de Janeiro, o 5 de Outubro, o Sidonismo, o 28 de Maio e o 25 de Abril, são a garantia deste princípio basilar que rege a evolução e a ruptura dos regimes que têm governado Portugal. Umas vezes, as Forças Armadas são o agente motor da mudança, enquanto noutras se mantêm na expectativa, participando alguns dos seus membros - uma minoria - na altercação que colocará ou não fim, a uma situação insustentável.
A verdade é que após os acontecimentos de 1974-80 - 25 de Abril, PREC, Conselho da Revolução -, o país deixou de ter uma estratégia que apontasse o caminho a prosseguir a longo prazo. Não foi apenas a economia que aguardou pelas ridentes promessas de demolição via subsídios canalizados pela então CEE, mas o mesmo aconteceu na Justiça, Educação, reforma no ordenamento territorial, etc. Criaram-se organismos, potencializou-se o futuro com a criação de instituições que como a CPLP é exemplo, preenchem os requisitos formais, sem que daí se retirem benefícios evidentes e que a todos interessem. Gostamos das formalidades, da pompa e dos grandes gestos e afirmações dos princípios da época e isso parece bastar-nos.
O caso das Forças Armadas é um exemplo da incúria irresponsável que o Estado no seu todo - instituições do regime e sociedade civil que o integra - vota a um dos essenciais braços da soberania. Durante anos foram proteladas as reformas necessárias pelo encerramento ciclo imperial e que logicamente adequariam a missão daquelas ao âmbito da OTAN e mercê de acordos bilaterais, à colaboração com os países do espaço lusófono. Formalmente pertencemos à Aliança Atlântica e rotineiramente surgem artigos na imprensa, sublinhando a importância da assunção portuguesa deste ou daquele pelouro no seio da organização. Agravada a situação estratégica nacional pelo ingresso da Espanha, Portugal não tem conseguido firmar-se no vasto âmbito geográfico do Atlântico Norte, dada a escassez de equipamentos, falta de doutrina e completa ignorância - quando não desprezo - por parte dos agentes políticos que tutelam as Forças Armadas. A passagem à profissionalização, propagandeou o nascimento de um outro modelo de Defesa, mais competente, racionalizado e sobretudo, capaz de se modernizar para as tarefas implícitas por uma nova situação internacional. A verdade é que a opinião pública continua alheada da existência da instituição militar, sendo convencida por uma imprensa pouco criteriosa e bastante alinhada com o poder, a olhá-la como coisa desnecessária, cara e que cumpre todos os requisitos da falta de hombridade geralmente apontada aos agentes políticos. Os comentários estão sempre carregados com as velhas lendas dos "almirantes à tonelada, generais de aviário, roubos no casão militar, desvios de chouriços do rancho", etc. O amesquinhamento da instituição é dado ao prelo nos manuais escolares, onde são mitigados quando não anulados, os feitos militares que consolidaram e alargaram as fronteiras do país, tornando-o durante séculos, num activo agente na cena internacional. Se Waterloo ou Trafalgar são ainda hoje comemoradas em Londres com todas as honras devidas a um passado vitorioso embora distante, em Lisboa chegam-nos fracos ecos de uma Aljubarrota que quiçá ombreando com a sua oposta Alcácer-Quibir, será talvez a única peleja conhecida por uma ínfima minoria dos portugueses. Volatilizaram-se os feitos marítimos que outrora tornaram o Índico e o Atlântico em efémeros "lagos portugueses", perdeu-se a memória do rosário de fortalezas que pontilham a crosta terrestre à beira oceano desde Ceuta a Nagasáqui. Esquecidos do período épico da ocupação territorial - inédita na nossa história - do sertão sul-americano, quantos portugueses conhecerão a existência dos fortes erguidos nas costas brasileiras e nas áreas de delimitação na Amazónia, nas Missões e no norte de um Brasil que se agigantou nos mapas? A presença das guarnições militares, por muito simbólicas que fossem em distantes paragens, era uma afirmação de soberania que afastava concorrentes europeus, estabelecia parâmetros de conduta nas chancelarias da diplomacia internacional e mostrava a vontade de afirmação de uma vontade que podia manifestar-se nos correntes negócios do dia a dia, ou na presença espiritual que as convertidas comunidades circundantes interiorizavam já como parte sua, inalienável.
A permeabilidade das Forças Armadas à influência do sector político, também consistiu num sério óbice ao respeito popular que delas esperariam a distância que confere a necessária dignidade, autonomia e exclusivo apego ao que se considera ser o supremo interesse nacional: a manutenção da integridade territorial e a independência nacional. Encarando os factos históricos como eles existiram, a derradeira ocasião em que Portugal possuiu um exército moderno, capaz, perfeitamente organizado e susceptível de fazer pesar o seu valor no tabuleiro do equilíbrio nos campos de batalha, verificou-se durante a fase das campanhas napoleónicas. Numa época em que ainda não existiam exércitos de massas que a industrialização possibilitaria, os 50.000 homens que Wellington, Beresford e uma plêiade de militares britânicos levantaram em solo luso, faziam eclipsar os 15.000 suecos de Bernadotte, os punhados de dinamarqueses, holandeses, napolitanos e regimentos dos reinos e principados alemães, reduzindo a quase nada a eficácia dos incertos contingentes espanhóis na gesta da libertação peninsular. Os escritos do comandante-em-chefe Wellington, são eloquentes quanto à eficiência, espírito aguerrido e organização do seu exército português que por mera injustiça do destino e génio estratégico do veloz Bonaparte, acabou por não obter o merecido prémio final no campo de Waterloo. Que Estado é este que deixa passar praticamente despercebida, a passagem do segundo Centenário da vitória portuguesa sobre a França? Há cem anos e no Buçaco, a situação foi bem diversa, embora os acontecimentos ocorridos pouco depois, confirmassem o regresso aos velhos esquemas da luta político-partidária em que os militares ignominiosamente se deixaram envolver.
A Guerra Civil e a acalmia dos tempos da Regeneração, trouxeram numerosos militares para a esfera do poder e poucos portugueses saberão que o grande agente da adequação de Portugal à nova Europa do desenvolvimento material, foi um militar. Fontes Pereira de Melo não possuía a panache de um Saldanha que cativava pelo seu currículo, brusquidão de atitudes e galhardia que os seus pergaminhos de liberal fidalgo impunham. O trabalho aturado, a firmeza das decisões e um ambicioso projecto de desenvolvimento, concitaram numerosos inimigos a Fontes, enquanto nas esferas partidárias se iniciava uma implacável guerrilha fratricida que aniquilaria o regime. Da equívoca, embaraçosa e estranha abstenção no processo de 3-5 de Outubro de 1910, aos consecutivos golpes e manobras políticas que levaram os uniformes para a arena de S. Bento, da contrariada participação na I Guerra Mundial, ao Sidonismo e ao 28 de Maio de 1926, poucos conseguirão hoje distinguir as Forças Armadas como corpo autónomo capaz de impor o respeito institucional.
Há muito se perdera o entusiasmo popular granjeado pelas campanhas de ocupação em África e no período imediato à definição das fronteiras e afastamento dos principais focos insurrectos que ameaçavam a uma soberania ainda bastante nominal, assistiu-se a uma demolidora campanha política contra os militares africanistas, onde pontificavam nomes como Mouzinho, Paiva Couceiro, ou Ornelas. Olhados com profunda desconfiança pelo restrito círculo dos flanantes convivas dos fumarentos cafés do Chiado e do Rossio, eram insultados como o peixe-espada de recurso e potencial caixa de surpresas de todas as desgraças para o progresso civil da nação. De nada serviram os prometidos e mirabolantes projectos de crescimento naval que dotariam a Armada de couraçados, cruzadores e torpedeiros capazes de enfrentar o vigilante vizinho e rival. Enviaram-se milhares para a Flandres, espantando-se homens que como João Chagas desconheciam o esforço de modernização que há mais de uma década o Estado empreendera, no sentido de modernizar e equipar o exército. Liquidada uma boa parte do corpo de oficiais que desconfiava profundamente do regime imposto na Rotunda, o país viveu nas ilusões alimentadas por uma propaganda que via ruir uma a uma, as lendas que apregoara a épicos feitos nas trincheiras. Portugal viu-se reduzido a um imaginado Soldado Milhões, a uns tantos tiros desfechados por um solitário U-Boot do Kaiser contra o Carvalho Araújo e ao descalabro logístico e sanitário que ditaria a completa e inapelável derrota no norte de Moçambique e sul de Angola. O problema crónico da falta de liderança capaz e independente das fidelidades partidárias, aliada à avareza no propiciar de recursos capazes de conduzir as exigidas tarefas a bom termo, ditaram o insucesso e o desprestígio castrense que a acção do 28 de Maio pretendeu resgatar. Conhecem-se as consequências que se prolongaram por mais de quatro décadas e o país continuou adormecido na certeza da ausência de qualquer perigo externo directo, até à emergência do conflito espanhol de 1936-39, quando as autoridades civis, na iminência de uma guerra mundial, procuraram modernizar uma estrutura que urgia repensar e criteriosamente equipar. Assim, Portugal miraculosamente foi poupado a uma ocupação sem hipóteses de resistência e mais tarde, quando do ingresso na OTAN, pela primeira vez em mais de um século, viu as forças armadas equipadas de forma consentânea e integradas num esquema doutrinal perfeitamente delimitado por acordos internacionais em que o país participava.
Após o 25 de Abril e apesar de um breve idílio de odor castrista que trouxe a tropa de sapatilhas e barbas para as ruas e cafés de Lisboa, o país voltou à normalidade da inclusão numa Aliança Atlântica que estava rapidamente a evoluir num sentido mais global e integrada como braço de recurso da ONU. O desaparecimento do Pacto de Varsóvia , criou a irrealista ilusão da paz para um século e os portugueses ainda mais se convenceram acerca do já tradicional e generalizado sentimento de "desperdício de recursos" que as forças armada significariam. Simultaneamente, os governos orgulhosamente decretavam a extensão da Zona Económica Exclusiva, exigiam a permanência de um Comando da OTAN em território nacional - Oeiras -, pretendiam a atribuição de cargos e tarefas a nacionais e vociferaram contra a existência do SMO. Infelizmente, a alternativa não consistiu numas Forças Armadas mais reduzidas, mas mais dinâmicas, modernas e eficazes, capazes de atrair quadros interessados em seguir uma carreira profissional que em simultâneo garantia a segurança do Estado e do próprio regime. A infernal gritaria, falta de dignidade e total inconsciência em torno do sempre candente problema do reequipamento de todas as armas, foi sempre um excelente argumento utilizado nos curros políticos e inevitavelmente, os silenciosos militares surgiam para a opinião pública, como distantes entes sequiosos de mordomias e capazes dos maiores desvarios no desperdício de verbas. Daí ao apontar do dedo acusador de supostas corrupções e da necessidade de mitigar gastos supérfluos - Guterres pensou em extinguir o Colégio Militar, enviando os alunos para Madrid ! - foi apenas um passo. Um muito tímido e irrisório renovar de efectivos de uma Armada chamada a controlar e gerir um colossal espaço marítimo; a parcimónia na dotação de meios de uma Força Aérea que quase ainda não conhece a extensiva utilização do helicóptero; as caricatas avarias do corpo de blindados nas paradas do regime; a vetustez das armas pessoais de campanha; a falta de equipamentos electrónicos, veículos de transporte e armamento defensivo capaz de dissuadir a mais ténue ameaça, eis alguns dos muitos problemas que uma sociedade civil habilmente industriada pela cacofonia mediática, teima em não querer reconhecer como próprios.
O desprezo, quando não ódio, instilado contra as Forças Armadas por um poder civil que muito lhes deve, tornaram rotineiras as visíveis faltas de respeito evidenciadas por entidades como os drs. Soares e Sampaio, teóricos comandantes supremos e ostensivos adversários de tudo aquilo que a instituição militar imaginadamente possa significar. As faltas de decoro institucional, o desaparecimento dos uniformes que outrora se viam em todas as ruas das cidades e vilas do país, o circunscrever da participação cívica a uma rápida cerimónia no 10 de Junho em Belém, tornaram os militares como algo supostamente comparável a uma polícia capaz de sofrivelmente intervir internacionalmente e pouco mais. Entretanto, os governos vão preenchendo a agenda política com missões a executar no estrangeiro, sejam elas intervenções estabilizadoras na Guiné, ou a proclamação de fidelidades no âmbito da Nato. Bósnia, Kosovo ou Afeganistão, consistem em teatros de guerra, onde a necessidade da intervenção nacional jamais foi explicada a uma população completamente ignorada pelos partidos que tomam as decisões. A incompreensão, a acusação - bem merecida - de oportunismo político "para americano ver" e o constante ribombar de idiotias de toda a ordem no hemiciclo de S. Bento, trazem as Forças Armadas para um debate desnecessário e que desacredita a autoridade e honradez do Estado.
Hoje discute-se abertamente a quebra de um compromisso internacional, neste caso, a compra de dois (!) submarinos. Como se uma atitude semelhante fosse perfeitamente natural e exequível, os noticiários aproveitam um tema que devia ser reservado e próprio do domínio intocável de um Plano Estratégico Nacional, arrastando-o para a arena da intriga ou para o nível das negociatas imobiliárias e especulação financeira. Pouco importam as implicações contratuais, a Aliança Atlântica, as vantagens no campo político - e económico -, ou o reconhecimento do controlo português sobre a maior área económica marítima do Atlântico Norte. Correm rumores como fogo em palha seca e o poder - instalado e na oposição - a tudo recorre para atribuir a outrem a sua comprovada incompetência, provisoriedade programática e falta de visão a longo prazo.
Importa tudo demolir ou impedir a ascensão de adversários, garantir obediências e fidelidades em empresas dependentes da espada de Damocles fiscal e sobretudo, alardear problemas menores, mas capazes da distracção de uma opinião pública que encontra nos escândalos, um tema de alheamento daquilo que é importante. Tem sido esta a política prosseguida nas últimas três décadas.
A desonra do Estado e o total desprezo pelas instituições sobre as quais se ergue, consiste num erro irreparável. O futuro assim o confirmará.
"...em Maio de 1770, o Rei siamês em pessoa visitou o campo cristão e fez aos franceses os mais rasgados elogios aos "meus portugueses". Disse: "estes homens nada sabem de saques, são fiéis e bravos e têm a protegê-los a mais antiga religião do mundo" (Carta de M. Corre aos directores do Seminário das Missions Étrangères. AME, vol 886, p. 445).
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Hoje, junto do cemitério onde jazem cerca de 200 restos mortais de luso-siameses, evoquei essa tragédia. Aquela gente lutou até ao último grão de pólvora e não vacilou ao decidir lutar pela sua liberdade. Uma lição de heroísmo que integra as mais vibrantes páginas da saga portuguesa nos confins desta Ásia que celebrará proximamente a aliança na paz e na guerra entre dois povos. Os luso-siamses terão compreendido perfeitamente o sentido daquela façanha que hoje evocámos. Os tailandeses, todos falando um excelente português, compreenderam, também eles, que os portugueses não vieram aqui apenas para fazerbusiness pois, chegada a hora decisiva, lutaram ombro a ombro com os siameses na defesa da terra comum, não deixaram cair a bandeira e não tentaram, como outros, fugir e salvar os cabedais. Morreram pela sua liberdade; é tudo.Isto merecia uma coprodução épica luso-tailandesa ou o nome de uma avenida lisboeta: Avenida dos Heróis de Ayutthaya.
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Lançado ao mar em Hamburgo, a 30 de Outubro de 1937, o Leo Schlageter foi construído para servir como navio escola da Kriegsmarine. Numa fase de rápida expansão da marinha alemã e após os acordos de limitação de tonelagem celebrados com os ingleses, Berlim decidiu-se pela construção de uma esquadra de alto mar, cujo fim estratégico seria a intercepção das principais vias comerciais atlânticas.
A tripulação na festa da passagem do equador (1938)
Irmão gémeo do Gorch Fock I , do Horst Wessel (hoje Eagle da US Navy) e do Mircea(marinha romena), serviu no período antes da guerra, em normais expedições de treino de cadetes, visitando portos atlânticos na América do Sul.
Quando as Forças Armadas não se rebaixavam a comemorar o 31 de Janeiro