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Vistas curtas

por Samuel de Paiva Pires, em 26.10.11

As de Pedro Marques Lopes: "Incomoda-me que as pessoas ignorem a maior crise económica e financeira dos últimos cem anos (...)". Depois disto não consegui continuar a ler.

publicado às 10:15

Na sequência desta notíciaNeutrinos and Appomatox, por Steve Landsburg:

Scientists at CERN have found apparent evidence that neutrinos can travel faster than light.

 

Suppose that tomorrow historians at Harvard find apparent evidence that the South won the American Civil War — not in some metaphorical “they accomplished their goals” sense, but in the literal sense that it was actually Grant who handed his sword to Lee at Appomatox and not the other way around.

 

Question: Of which conclusion would you be more skeptical?

 

Of course your answer might depend on exactly what this new “apparent evidence” consists of. So let me reword: As of this moment, which do you think is more likely — that neutrinos can travel faster than light, or that the South won the Civil War?

 

Uma chamada de atenção para a qualidade de muitas das intervenções registadas na caixa de comentários de Landsburg. Não deixem de as ler.

publicado às 00:04

Julgar o Marechal

por Manuel Pinto de Rezende, em 14.08.10

Mais que o Direito alguma vez conseguiu, a História sentencia as suas vítimas às penas mais cruéis. O julgamento da História, várias vezes, é eterno.

Tantas vezes ambas as artes, História e Direito, julgam erradamente. E desses erros terríveis nascem males enormes que afectam a coexistência dos comuns mortais. Outras vezes a História, tão humana quanto irónica, sentencia os homens soberbos e orgulhosos justamente.

 

Saldanha foi um herói da sua época, um lacaio do regime e um capitão do devorismo. Depois de uma carreira fulgurante como o principal líder das tropas constitucionalistas, Saldanha coleccionou alguns mediocres golpes de estado e umas poucas sublevações, bem como escândalos e roubalheiras que foram manchando a sua reputação e afundando a do seu país.

Várias vezes sentiu ter a Monarquia na mão, e no entanto os historiadores hodiernos muitas vezes desprezam o seu valor na política daqueles tempos.

 

Talvez Saldanha nunca tenha tido, de facto, algum tipo de importância no grande plano dos acontecimentos, talvez fosse de facto uma peça furiosa num jogo de xadrez que decorria livremente, controlado por outros que o dominava sem ele o saber.

 

No fim, Saldanha permanece uma incógnita para nós, portuenses. Demos-lhe uma rua na Foz da cidade, mas nunca o retratámos nos nossos monumentos, nem mesmo o do triunfo do Rei Dom Pedro aquando do Cerco do Porto. Por baixo desta estátua equestre, oferecida pelos liberais da Invicta Cidade, estão imagens da entrega dos cidadãos na refrega e do Batalhão Sagrado. Saldanha é mencionado pela sua valente defesa da cidade nas hisórias do cerco, e pelos contra-ataques que lançou sobre os ataques miguelistas a 4 de Março de 1833 e e 25 de Julho do mesmo ano.

 

Governador de armas da Cidade do Porto, veterano nas Guerras Napoleónicas e da Campanha de Montevideu, Saldanha foi protagonista principal em eventos como a Revolta dos Marechais, na oposição à Patuleia e muitas outras patuscadas.

 

Talvez de encontro ao espírito severo e lacónico da cidade do Porto, a Cãmara do Porto mandou que, na placa da rua que tem o seu nome, fosse sumariado o percurso de vida que Saldanha tomou para si, e que tanto envergonharia a carreira de um bom soldado, que ele foi:

 

Rua do Marechal Saldanha

 

1790 - 1876

 

Político

publicado às 15:06

Ainda o debate iniciado no Corta-fitas

por Samuel de Paiva Pires, em 09.01.09

(também publicado no Centenário da República)

 

É pena que o caríssimo Luís Naves não tenha notado que, para além de comentários irados, que vieram de ambos os lados em contenda (veja-se o post do caríssimo João Tordo, um primado de equívocos que genericamente preside a quem fala daquilo que desconhece e não se dá ao trabalho de se informar, como é claramente o caso, desculpe-me lá caro João - creio que será a este tipo de coisas que o Luís se refere quando fala de emoções básicas, ou estarei enganado?), também tal debate originou textos interessantíssimos e de uma rara qualidade na blogosfera lusa.

 

Da minha parte, continuando à espera de uma resposta por parte do Tiago Moreira Ramalho, prefiro notar que a Monarquia tem sim interesse histórico, como o Luís Naves refere, mas a História não é algo que trate apenas do passado, é que não se pode projectar o futuro sem conhecer o passado caro Luís. E como tal, aqui deixo algo escrito ontem à noite para outro âmbito:

 

(...) na busca da “verdade”, se é que existe tal, a academia tem um papel fundamental a desempenhar. A imparcialidade na análise histórica, se é impossível, tem que ser pelo menos um objectivo para o qual tendamos. Se em Ciências Sociais um dos primeiros ensinamentos é o da inexistência da neutralidade, pelo menos no que à História concerne há que clarificar devidamente o passado para poder projectar o futuro. 


Essa mesma falta de imparcialidade e de clarificação do passado recente português, em conjunto com a politização exagerada operada em determinadas disciplinas académicas, agravada pela demagogia, desinformação e desinteresse individual pelo cultivo do saber, tem ferido de morte o nível educacional de uma nação que desde a Revolução Liberal de 1820 não vive em paz consigo própria. As constantes dualidades e incoerências que já se tornaram características da psique lusitana, onde não faltam comunistas a defender ideais demo-liberais com os quais a prática do comunismo é incompatível, democratas do pensamento único que fazem lembrar a personagem do Fidalgo em o Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente, conservadores católicos que fazem lembrar a personagem do Frade dessa mesma obra, e, a mais irónica das incoerências, os republicanos laicos que não dispensam as regulares idas à Igreja, são precisamente sintomas de uma sociedade que prefere a propaganda demagógica à coerência e argumentação justificada. 


Os tempos passam, os conceitos evoluem, mas a confusão permanece generalizada. Quando os fantasmas da direita e os complexos da esquerda politicamente correcta extravasam o circunscrito campo do jogo político-social e chegam até à academia, resta a tentativa de através dessa esclarecer devidamente os objectos de estudo, almejando prosseguir o mui republicano ideal da educação do povo, que, no que à disciplina da História diz respeito, significa, pelo menos, retirar ilações dos erros do passado para evitar cometê-los no futuro. 


Porque invocando Jacques Le Goff e Aimé Césaire, é na memória que cresce a história. E um povo sem memória é um povo sem futuro.

publicado às 19:50

Observações

por Pedro Fontela, em 23.07.08

Se há coisa curiosa no discurso político é reparar como os sectores reaccionários da sociedade de apossaram de certos elementos da nossa cultura comum e reclamam usufruto exclusivo quer dos nomes quer dos conceitos – história e religião são os dois exemplos mais óbvios mas por certo haverá outros. Será que esses senhores já pensaram que muitos dos que fizeram história e viveram no passado não partilhavam a sua mundivisão? Será que também já lhes ocorreu que muitas figuras religiosas por esse mundo fora foram tudo menos conservadoras como eles são? Tudo isto lhes parece escapar quando esta simplificação demagógica lhes dá jeito em termos políticos para tapar a sua falta de ideias.

publicado às 18:23






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