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Música para hoje: Franz Ferdinand - No You Girls

por Samuel de Paiva Pires, em 08.05.13

publicado às 13:07

Que seria de mim sem Música?

por joshua, em 15.02.13

Desde sempre a amei, sempre a busquei. E hoje a consolação que dela me vem não tem limites. Em criança, acompanhava os ensaios do grande orfeão da minha terra, aprendia com o sábio maestro a dura exigência da arte, a excitação do Belo, exemplo de querer o máximo, os desempenhos ultraprofissionais do coro. Sempre me disseram ter eu próprio uma afinação perfeita, uma voz balsâmica; amei desde muito cedo o canto coral, muito cedo saboreei Orff, sensacional música sensualizada, a tradição medieval reconstituída, o canto gregoriano, o melhor da música sacra, Bach, Mozart, Schumann, tudo. Hoje, na minha praia, diante das ondas que cavalgam até à areia afagando grandes pedras, miro as férvidas águas e o sol que nelas rebrilha, ouvindo por vezes até às lágrimas quanto a Antena 2 me dá a escutar e substancia, com o que vejo, o imprevisto poema absoluto do momento, sentido completo do meu mais fundo.

publicado às 12:00

Música para hoje: Dizzy Gillespie - Chega de Saudade

por Samuel de Paiva Pires, em 31.12.12

publicado às 13:42

Música para hoje: Kate Bush - Feel It

por Samuel de Paiva Pires, em 28.12.12

publicado às 11:00

Música para hoje: Kate Bush - Them Heavy People

por Samuel de Paiva Pires, em 26.12.12

publicado às 21:58

Ainda o concerto de The Black Keys

por Samuel de Paiva Pires, em 29.11.12

Eu assisti a Jack White e a The Black Keys. E alguém na Blitz só pode ter andado a beber qualquer coisa esquisita, porque nem de perto, nem de longe "foi quase tão incendiário quanto Jack White no Coliseu." E "Auerbach deu ainda à audiência lisboeta outra coisa que ela muito preza: conversa e alguma bajulação" é simplesmente mentira. Mal interagiram com o público. Que artigo mais intrigante...

 

Leitura complementar: Um concerto aquém das expectativas.

publicado às 10:49

Um concerto aquém das expectativas

por Samuel de Paiva Pires, em 28.11.12

Foi esta noite que os célebres The Black Keys tocaram no Pavilhão Atlântico. Com poucos rasgos de criatividade em palco, interagindo pouco com o público (nem os clichés "Boa noite" e "Obrigado" se ouviram), tocando um set com demasiadas quebras em apenas hora e meia e deixando no baú sucessos como You're the only one, Heavy Soul, Have Love Will Travel, Strange Desire, Stop Stop, I'll be your man, She said, she said, apenas se pode esperar que da próxima vez que actuarem em Portugal se empenhem um pouco mais. 

 

publicado às 01:04

roger scruton - beauty.jpg

 

Sendo, entre outras coisas, conhecido pela crítica que faz às noções de beleza vigentes nos mais variados domínios, em Beauty Roger Scruton sistematiza magistralmente a sua abordagem kantiana ao conceito de beleza. Rejeitando o relativismo da apreciação estética, considerando que a beleza é um valor universal ancorado na racionalidade humana, Scruton crê que é possível educar o gosto de forma a poder apreciar a beleza e fundamentar esta apreciação na razão. À primeira vista, esta posição pode parecer cair num racionalismo exagerado, mas quem conhece o trabalho de Scruton sabe que não é de todo o caso. A verdade é que, embora a contemporânea corrupção das artes nos leve a celebrar o que é feio, como Scruton não se cansa de assinalar, e esta crise fomentada pelo relativismo intelectual e moral se verifique essencialmente nas Ciências Sociais e Humanas, desde Platão que a beleza se encontra na companhia da verdade e do bem, sendo estes valores o trio que se constitui como centro das preocupações da Filosofia. Partindo desta concepção, o que Scruton faz é recuperar duas ideias de Kant: sendo a apreciação estética individual e, portanto, subjectiva, não deixa de ser passível de ser debatida com terceiros – e daí a possibilidade de se educar o gosto –; e a verdadeira apreciação da beleza é aquela que tem uma perspectiva de interesse desinteressado, sendo um fim em si mesma.

 

É nesta segunda ideia que me quero focar. Scruton afirma que não «avaliamos a beleza de algo apenas pela sua utilidade, mas também pelo que as coisas são em si próprias – ou mais plausivelmente, pela forma como aparecem em si próprias. (…) Quando o nosso interesse é inteiramente tomado por uma coisa, como ela aparece na nossa percepção, e independentemente de qualquer uso que se lhe possa dar, então podemos começar a falar da sua beleza.»1 Desta forma, «consideramos algo belo quando obtemos prazer em contemplá-lo como um objecto individual, por si próprio, e na sua forma apresentada. (…) Estar interessado na beleza é colocar todos os interesses de lado, de modo a atender à coisa em si própria.»2 É isto que é um interesse desinteressado, contrário à abordagem interessada que pressupõe tratar algo ou alguém como um meio para satisfazer os nossos interesses.

 

Feitos os considerandos anteriores, permitam-me procurar aplicá-los a duas situações: a música e a beleza feminina.  

 

Não me recordo onde foi que li ou ouvi que a diferença entre estar apaixonado e não estar é que quando se está a música faz sentido. A ideia parece estar correcta, à primeira vista. Não é preciso realizar um apurado estudo estatístico para chegarmos à noção de que a esmagadora maioria das músicas trata da temática do amor. O que acontece quando estamos apaixonados e ouvimos determinadas músicas é que estas ficam associadas a certos momentos e à pessoa a quem o nosso amor se dirige. Quer o sentimento seja correspondido ou não, quer as músicas nos apareçam por acaso ou sejamos nós a procurar ouvi-las deliberadamente, as composições e as letras parecem feitas de propósito para nós. Quer seja a alegria ou a tristeza que nos invada, parecem realmente fazer sentido. Mas este sentido não decorre da apreciação da música como fim em si mesma. Decorre da condição do sujeito que realiza a apreciação, o que significa que esta tem um contexto do qual o sujeito não se consegue desligar e que não serve o propósito de efectuar uma mais correcta apreciação do valor estético do objecto visado. Por outro lado, quando não estamos apaixonados, por estranho que isto possa parecer a muitos indivíduos, estamos em condições de poder apreciar de forma mais verdadeira – porque inteiramente desprovida de interesse – a beleza de uma música. Não há, contudo, como escapar à temática do amor. Se o tentássemos fazer, provavelmente acabávamos a ouvir uma diminuta porção de toda a música jamais realizada. Mas mesmo que pudéssemos escapar a esta temática, por que o haveríamos de fazer? Juntamente com a verdade, o bem e a beleza, o amor também se constituiu desde a Antiguidade Clássica como temática de eleição dos filósofos, dado que se encontra inscrito na natureza humana e é provavelmente o sentimento mais poderoso que qualquer ser humano pode sentir. Mesmo quando não estamos apaixonados, ou sonhamos em estar ou queremos não cair nesta condição. O amor define-nos, e define em parte a forma como vemos e estamos no mundo.

 

Isto significa também que o amor está ligado à apreciação da beleza. Dado que o amor se revela na concretização do desejo sexual erótico individualizado, tendo precisamente a ver com a intencionalidade da emoção sexual dirigida a um sujeito corporizado e não apenas a um corpo, importa salientar que, citando novamente Scruton, “De acordo com Platão, o desejo sexual, na sua forma comum, envolve um desejo de possuir o que é mortal e transitório, e uma consequente escravização ao aspecto menor da alma, o aspecto que está imerso no imediatismo sensual e nas coisas deste mundo. O amor pela beleza é realmente um sinal para nos libertarmos deste apego sensorial, e de começarmos a ascensão da alma em direcção ao mundo das ideias, para aí participarmos na versão divina da reprodução, que é a compreensão e a transmissão de verdades eternas.»3 Quando os nossos sentidos estão despertos, quando procuramos a beleza como fim em si mesma, por vezes, embora raramente, deparamo-nos com uma mulher que nos deixa com uma sensação de verdadeira admiração por si, sem que tal envolva necessariamente um interesse sexual. Nestes momentos, percebemos realmente o dilema entre os nossos desejos e instintos primários e o nosso eu mais racional. Prevalecendo o segundo, abre-se a porta a todo um novo tipo de sensações. Chega a tratar-se, quando muito, caso conheçamos a pessoa e, portanto, esta não seja meramente uma estranha que se nos atravessa na rua, de um amor platónico – a sublimação do amor erótico, dirigido a algo mais elevado que é o prazer da contemplação de algo belo. Não contém, nem poderia, o desejo sexual, porque tal seria conspurcar um objecto que para nós se torna sagrado.

 

Quando existe desejo sexual, quando se trata da mais comum forma de amor, abre-se a porta à eventualidade de sermos invadidos por sensações bem menos tranquilizantes que as referidas no parágrafo anterior. Fernando Pessoa escreveu que todas as cartas de amor são ridículas. E são-no porque ainda antes de serem escritas têm um propósito definido – conquistar a outra pessoa – que advém de algo tão forte que chega a escravizar quem escreve a carta. Quando o eu irracional, primário e movido pelo desejo, se sobrepõe ao eu racional, o resultado é quase sempre desastroso, ridículo e piroso. Numa carta de amor, é-o necessariamente porque a carta é um mero instrumento que visa a conquista do outro, que é objectificado com vista a satisfazer as necessidades emocionais e sexuais de quem escreve. Amar é um egoísmo totalitário e avassalador. Quando não se está inebriado por este tipo de sentimentos, apreciar a beleza de alguém como fim em si mesmo reveste-se de uma natureza completamente diferente. E se por acaso o nosso espírito o decidir declarar à visada, a sensação de o fazer e após o fazer é completamente diferente. É algo verdadeiramente genuíno e que conforta a alma daqueles que estão despertos para a beleza que se encontra neste mundo. Afinal, o que poderá ser mais poético do que a beleza pela beleza?

 

Como escreveu Oscar Wilde, “Aqueles que encontram belas significações nas coisas belas são cultos. Para esses há esperança. São os eleitos aqueles para quem as coisas belas apenas significam Beleza.”



1 - Roger Scruton, Beauty, Oxford,Oxford University Press, 2009, p. 17.

2 - Ibid., p. 26.

3 - Ibid., p. 41.

publicado às 02:35

Verão português

por Samuel de Paiva Pires, em 14.08.12

Da "azeitice" mais banal às duckfaces, slutlooks, tatuagens, v-necks com decotes até ao umbigo e camisas abertas também até ao umbigo, das festas da aldeia às discotecas do Algarve, o Verão parece tender a revelar no Facebook e meios de comunicação tradicionais toda uma estética atroz, feliz ou infelizmente, interclassista. Os gostos educam-se e cultivam-se. Mas num país que actualmente tem como uma grande referência - ou preferência, se acharem mais apropriado - musical Tony Carreira, onde se fazem coisas como esta e onde um dos programas televisivos com mais audiência é um antro de douchebags, temo que a degradação seja irremediável.

publicado às 15:30

Reach

por João Quaresma, em 29.07.12

Tema oficial das Olimpíadas de Atlanta.

 

publicado às 23:20

Do refúgio nos livros e na música

por Samuel de Paiva Pires, em 30.05.12

João Gonçalves:

 

"Como ali disse, «estamos a viver tempos que convidam a que nos "fechemos" dentro de um livro. Não é, pois, por acaso que têm aparecido alguns neste blogue. Essa capacidade de isolamento, essa barreira prodigiosa contra a tagarelice, esse momento único de redescrição do mundo que a leitura ou a música conferem, foi descrita de forma lapidar por George Steiner num intitulado No castelo do Barba Azul - algumas notas para a redefinição de cultura, traduzido pela Relógio D'Água: «os livros bem-amados são a sociedade necessária e suficiente do indivíduo que lê a sós.»"

publicado às 13:07

Metallica

por Samuel de Paiva Pires, em 26.05.12

Por motivos profissionais, encontro-me por estes dias no Rock in Rio, tendo a oportunidade de assistir aos concertos. O de ontem dos Metallica foi fenomenal e memorável, especialmente quando tocaram esta:

 

publicado às 14:01

Bernardo Sassetti

por Samuel de Paiva Pires, em 24.05.12

A música intitulada Indigo, do álbum com o mesmo nome, de Bernardo Sassetti, é arrepiantemente sublime! Às vezes é mesmo preciso um tipo morrer para que lhe dêem valor. Não que ele precisasse que um insignificante como eu lhe desse um valor que era intrínseco à sua pessoa e obra. Mas em vez de alinhar pelo histerismo que há uns dias ocorreu por esse Facebook fora, de muita gente que aposto nunca o ouviu - como eu não tinha feito até à infeliz notícia -, preferi ouvir as músicas que nos legou. Shame on me por ouvir tantos pianistas estrangeiros e descurar os portugueses, quando tínhamos/temos génios deste calibre.

 

publicado às 22:32

Rezem por isto

por Samuel de Paiva Pires, em 28.01.12

(Roubado ao 9GAG)

publicado às 15:45

20 anos

por Samuel de Paiva Pires, em 28.09.11

A 28 de Setembro de 1991 falecia Miles Davis.

 

publicado às 14:32

For Miles

por Samuel de Paiva Pires, em 27.09.11

Passam amanhã 20 anos sobre a morte de Miles Davis. Duas semanas depois, Keith Jarrett homenageava-o assim.

 

publicado às 22:34

La vie en rose

por Eduardo F., em 23.09.11

Às vezes, poderá não parecer, mas sou um optimista. Muito boa noite.

 

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publicado às 01:23

Pedro Abrunhosa versus M. Luís Goucha

por Nuno Castelo-Branco, em 08.01.11

Está a passar na TVI 24, a entrevista de Manuel Luís Goucha, a um brilhante  Pedro Abrunhosa. Se excluírmos os sempre inevitáveis clichés do caviarismo que garante a respeitabilidade sistémica, o homem está cheio de razão. Podia facilmente ser um dos nossos.

publicado às 15:34

Manuel Ivo Cruz

por Nuno Castelo-Branco, em 26.12.10

1935-2010

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publicado às 11:53

e bom fim de semana! (alterado a pedido da censura puritana)

por Manuel Pinto de Rezende, em 30.10.10

 

 

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publicado às 19:43






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