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Estórias jornaleiras: "a China e o Japão!"

por Nuno Castelo-Branco, em 05.05.11

"A diferença é que no curso de História encontrei algumas excepções, enquanto entre os futuros jornalistas cheguei a conhecer um tipo que afirmava orgulhoso que não sabia distinguir o Japão da China. Hoje deve ser correspondente no Extremo Oriente"...

publicado às 18:47

Octávio Santos

por Nuno Castelo-Branco, em 27.03.11

Hoje, na página 32 do Público, um interessante artigo intitulado "Propaganda e Provocação".

 

«Não se está a afirmar que todos os trabalhadores e colaboradores da RTP sejam cúmplices activos das regulares manobras de manipulação que nela se concretizam – e que, em alguns momentos, quase colocam a televisão oficial portuguesa na mesma (falta de) “categoria” das suas congéneres chinesa e norte-coreana. No entanto, sem dúvida que aparecem como espectadores (ou será “espetadores”?) passivos da crescente degradação da empresa, onde a aplicação do “acordo ortográfico” constitui disso o sinal mais recente.»

 

publicado às 19:38

O pontapé na porta

por Nuno Castelo-Branco, em 26.06.09

 

ERC, ASAE, PT, grupo Media, Impresa e toda uma série de siglas que apenas nos chamam a atenção para um aspecto da vida vegetativa que temos: a ânsia de tudo controlar, deixando o sistema amarrado e bem amarrado, na feliz expressão do generalíssimo Francisco Franco.


O súbito e aparentemente envergonhado recuo nas intenções da blitzkrieg contra a TVI - hoje é sexta-feira, dia daquele noticiário do costume -, soa a apressada retirada diante de uma intransponível disposição defensiva em profundidade. Os indícios da preparação do violento pontapé na porta de entrada da estação informativa inimiga, fez ver a quem de direito, a possibilidade de tal atitude ocasionar o completo ruir do edifício concomitante, o do poder instituído. É que este amarrado e bem amarrado também tem as suas desvantagens. Caindo um, caiem logo outros a seguir.



 

 

publicado às 19:16

A imprensa financeiramente alinhada

por Nuno Castelo-Branco, em 09.04.09

 

 

Uma das grandes questões do nosso tempo, consiste em saber até que ponto existe uma opinião pública livre. De facto, o próprio termo implica o acesso a uma informação plural e que se cinja aos factos ocorridos, mas permitindo a necessária interpretação dos mesmos por aqueles que nos jornais, televisões ou rádios, se encontram em permanente contacto com os acontecimentos.

 

O problema reside num único ponto que urge discutir e este é sem sofismas, o da independência. Desde o século XIX, foram surgindo órgãos de comunicação que fundados por grupos de amigos ou correligionários idealistas, procuravam contribuir para aquilo que consideravam ser uma certa ideia de progresso da sociedade. Já então existia a premente questão do financiamento, a ele sendo possível recorrer através dos ainda incipientes grupos de interesses que se cristalizariam em partidos políticos e ocasionalmente, recebiam o sempre comprometedor, mas por vezes altruísta beneplácito de um grande industrial. Era o tempo em que as fábricas se erguiam no perímetro urbano e em que o ar citadino enegrecia pelo fumo expelido pelas bocarras negras das fundições, altos fornos e chaminés que anunciavam o futuro consumo de massas. Algumas empresas criaram o seu próprio microcosmos social, promovendo a literacia, a assistência maternal e à infância, os cuidados de saúde, ou até, sociedades de índole cultural que descobriam novos talentos e arrancavam as mentes à única e exclusiva procura ancestral do pão de cada dia. À volta destes aglomerados cresceram nações, criaram-se sindicatos, organizaram-se grémios patronais e finalmente, concebeu-se a ideia da informação necessária e disponível que consolida as democracias e a própria razão de ser de tantos povos que se reconheciam como entidade distinta e almejaram a sua organização em Estado.

 

A situação parece hoje bastante estranha e poderemos mesmo afirmar, absurda. Num  momento de volatilização ou melhor, do atenuar do poder da indústria em prol de muitas vezes imaginários "serviços" - onde a especulação dita a norma -, a imprensa tradicional foi desaparecendo e com ela, a independência, rigor de análise e até, a clara conotação de um dito órgão informativo com este ou outro bem definido sector político. A informação voga hoje ao sabor das conveniências do momento e que obedecem genericamente a determinados interesses de um reduzido e bastante exclusivista grupo que através do "mundo dos negócios" controla as instituições que regem o destino das gentes. É normal depararmos com o nítido favorecimento de sectores extremistas anti-sistema, numa informação veiculada exactamente por cadeias mediáticas pertencentes a reconhecidos grupos financeiras. O aparente contra senso cria assim, a necessária válvula de escape que tranquiliza ou entorpece as consciências, acabando por tudo permitir em nome da notícia que bastas vezes não o é.

 

Tomando como tema o execrável exemplo do canal CNN, tornou-se possível criar em apenas algumas horas, um planetário sentimento de compaixão ou compreensão por um determinado caso ocorrido algures, ou pelo contrário e através de uma informação doseada e devidamente filtrada, fabricar-se um típico caso de "ódio" que permite a unanimidade da repulsa global, ou melhor ainda, o encolher de ombros que possibilita todo o tipo de reacções unilaterais e na maior parte das vezes, abusivas do próprio direito.

 

Neste preciso momento, praticamente não existe uma imprensa independente. Proliferam hoje como dirigentes, magnatas dos media  entre os quais pontifica um felliniano Berlusconi alçado à categoria de presidente do Conselho de Ministros da Itália. O caso Murdoch, de contornos nitidamente subversivos para a segurança da prestigiosa entidade internacional que á a Commonwealth Britânica, consiste noutro claro exemplo do conluio entre os grandes interesses, para uma apertada gestão do poder político finalmente submetido a grupos económicos de ignota identidade. Ao sabor dos seus projectos pessoais que radicam apenas numa convenção matemática que lhe permite o exercício da potestas de facto, destroem instituições que conformaram povos ao longo de séculos ou criam casos de alarme social, diabolizando figuras que sendo públicas não oferecem contudo, qualquer sério problema de oposição ao seu desmesurado poder. A agitação que advém da ficção, é geralmente bem recebida porque entretém a constante ânsia do apontar do dedo ao outro, alegadamente rico, devasso ou corrupto, logo, um fraco à mercê da voragem da muitas vezes omnipresente inveja social.  O que se torna mais caricato é que quem manobra essa informação vendável em doses intoxicantes, encontra-se profundamente envolvido em todo o tipo de negócios que lesam a comunidade, provocam o conflito local ou internacional e empobrecem centos de milhão. Pelo contrário, recorrem igualmente à criação de mitos redentores, apresentando um qualquer obscuro candidato como aquele que libertará as massas do medo e de uma até agora prometida idade da penúria geral. É a fugaz época das grandes tiradas vazias de qualquer conteúdo pragmático, mas capazes de por si concitar o entusiasmo no mortal círculo vicioso do copy-paste informativo que adormece as mentes e pior ainda, liquida a vontade. Em Portugal, chegámos ao ponto de consagrar como vencedores quem nada dizendo, chegam ao poder pelo mais comprometedor silêncio.

 

Também temos os nossos Berlusconis, Murdochs e Thaksins. Encontram-se neste preciso momento num qualquer campo de golfe ou em amena cavaqueira com os seus correctores. Entre um gole de whisky ou uma breve consulta ao noticiário da estação de TV-informação de sua propriedade, receberão decerto mais um convite para esta ou aquela cerimónia do Estado que afinal é deles.

publicado às 14:25






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