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Tempos houve em que a generalidade dos ditos liberais indígenas sabia que a língua, como escrevi há pouco mais de dois anos, «é uma das instituições humanas originada e desenvolvida espontaneamente, i.e., através da interacção de milhões de indivíduos ao longo do tempo. A língua originou-se através da natural evolução humana e é por via das interacções que se registam numa comunidade ou sociedade que se vai modificando, de forma lenta, gradual e sem coação estatal.» O mesmo é dizer que a língua não é propriedade do Estado e muito menos deve ser redesenhada por este a seu bel-prazer.
Porventura esta dita liberal, sempre tão lesta a denunciar intervenções do Estado onde considera que este não deve intervir, parece ter-se esquecido disto, se é que alguma vez o soube. Não lhe causará qualquer impressão, como a muitos outros que são indiferentes ou até defendem o desacordo ortográfico, portanto, que o Senado brasileiro venha agora propor uma nova reforma ortográfica, sugerindo «a extinção da letra "h" no início das palavras e a troca de todas as expressões com "ch" pelo "x".» (via Delito de Opinião)
Por todas as razões e mais alguma este desacordo ortográfico já deveria ter sido declarado morto e enterrado. Infelizmente, a desgraça parece ainda não ter fim à vista.