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Os inquéritos de opinião, as sondagens e as estatísticas são primos da mesma distorção. É possível, se assim o desejarmos, fabricar resultados e influenciar juízos e percepções. Provavelmente o que resulta deste estudo não andará longe da verdade, mas, na minha opinião, para se comparar a qualidade de vida registada no antigo regime com a do pós-25 de Abril, os únicos que poderão cabalmente responder a esta pergunta já estarão mortos e enterrados. Ou seja, descartemos o que pensam ou deixam de pensar os que se encontram na faixa etária dos 18 aos 34 anos. Esses indivíduos nem sequer eram espermatozóides antes de 1974 - nem sequer sonhavam com a sua própria existência. São dispensáveis para efeitos deste estudo. Quem deveria ser consultado (em dia de visita ao lar de terceira idade), são aqueles cidadãos que efectivamente viveram quarenta anos sob um regime autoritário e outros tantos sob o sol democrática. Esses séniores é que têm autoridade para fazer o boneco de uma coisa e de outra. Os outros têm umas noções e formaram juízos a partir de estudos como estes. Os factos palpáveis na primeira pessoa são escassos. Os sobreviventes de Salazar serão os únicos com credibilidade estatística para avançar com respostas. No entanto, pela amostragem e método empregue na recolha de informação, provavelmente não haveria muito sucesso nas entrevistas telefónicas realizadas aos visados com mais de 100 anos de idade. A probabilidade de serem cegos, surdos (e mudos) é, de facto, muito elevada. Dito de outro modo, não se pode comparar cravos com bugalhos, pelo menos deste modo cru e insonso. Há que cozinhar as percepções com ingredientes de qualidade. 

publicado às 07:41


7 comentários

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De Makiavel a 17.04.2014 às 09:26

Peço desculpa pelas expressões que vou usar, mas para classificar este texto só me ocorre indigência intelectual e tentativa vergonhosa de branqueamento do anterior regime.
Então e os dados estatísticos sobre a mortalidade infantil não existem e não são objectivos? O nível de acesso à educação básica não é mensurável num e noutro regime? A liberdade de expressão (qualquer texto crítico ao anterior regime, similar a este, nunca veria a luz do dia sem uns sublinhados de lápis azul) num e noutro regime são, porventura, comparáveis? Os dados sobre o acesso à saúde, mesmo com as actuais condicionantes, não são objectivos e passíveis de comparação? Já se esqueceu de hedionda guerra colonial, que sugou recursos financeiros e humanos a Portugal?
Bem sei que dizer (velada ou abertamente) mal do 25 de Abril e do regime que dele saiu está na moda. Mas, também na moda existe a época de saldos. Parece-me que essa época abriu com este texto.
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De sergio a 17.04.2014 às 21:03

É lamentável poder ler um comentário seu que, tal como a maioria dos comentários políticos, fala do que não tem sentido e expressa uma opinião em tudo longe do contexto e do tema abordado pelo autor do blog.


Atente nas coisas e fale com a certeza de estar no encadeamento do que foi referido. Para isso deverá ler os link s que acompanham os comentários do blog.
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De Gil R. C. Dias a 17.04.2014 às 18:05

Fiz quarenta anos em 1974. Tenho 8o. Mesmotempo vivido no antigamente n e no actualmente.
Podem perguntar.
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De John Wolf a 17.04.2014 às 20:08

Caro Gil R. C. Dias,
Grato pelo seu depoimento. Teria muito interesse em saber de sua experiência de vida. É precisamente esse o objectivo deste post.
Cordialmente,
John
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De Manuel Vaz a 18.04.2014 às 09:54

E não terá algum receio de responder,mesmo nnão havendo PIDE?
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De José Cardoso a 18.04.2014 às 10:37


Concordo. tirar conclusões só baseado em entrevista obriga a muito critério na seleção dos entrevistados. a maioria dos estudos são falseados para darem os resultados que os encomendadores do estudo pretendem. os mesmos dados podem ter diferentes análises - os dados não falam por si. fazer um estudo entre as condições de vida do anterior regime e actual regime é uma brincadeira porque os indices serão muito próximos de fazer um estudo das condições de vida entre (séculos XV e XVI) ou (XVIII e IXX) ou (1900 e 1940) ou (1930 e 1970) e acrescento ainda outro espaço de tempo que era importante estudar (1990 e 2014) e ainda outro prospectivo (1914 e 1930).
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De John Wolf a 18.04.2014 às 16:27

Caro José Cardoso,
Grato pelo comentário. Na qualidade de leigo que sou, serão precisamente respostas com teor académico que darão substância à resposta que procuro. Este género de simplificação estatística não contempla o espírito que nem sempre é da lei.
Cordialmente,
John

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