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Pouco me interessa o modelo de regime espanhol e das grandes monarquias europeias: apesar das vantagens, que para mim não deixam de ser evidentes, de ter-se como chefe de estado um Rei numa monarquia constitucional, o problema essencial mantém-se, ou seja, continua a existir uma dependência da nação a uma pequena pseudo-elite para quem a nação em si não consta na lista de prioridades.
Numa monarquia tradicional, onde a democracia é orgânica, uma pequena parte do poder está reservada ao Rei, num contrato que é estabelecido de forma natural, transparente e descomplexada entre o Rei e o Povo. Neste sistema, verifica-se que a grande parte do poder está na sua essência distribuído pelo Povo e pela Nação através dos municípios e dos seus mecanismos de administração.
Na democracia inorgânica, por outro lado, o essencial do poder está entregue de forma discreta e dissimulada a uma pequena pseudo-elite composta pelos homens que se escondem atrás dos partidos, pela maçonaria e pelos grandes interesses económicos. Neste cenário, que é aquele em que nos encontramos juntamente com a maioria do mundo dito civilizado, apenas uma parte insignificante do poder está de facto nas mãos da Nação, expressa pelo direito ao voto: um direito inútil e obsoleto que hoje é confundido com as noções de Democracia e de Cidadania.
Esta é a grande ilusão que nos tem sido vendida desde os tempos da Revolução Francesa, e consiste em convencer-nos de que a pirâmide do poder não está invertida. Só quando nos libertarmos do complexo da igualdade é que poderemos voltar a viver numa verdadeira Democracia, onde o poder, personificado na figura do Rei, emana de facto da nação e para o progresso e para o bem-estar da nação é conduzido.