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A Revolução da Mónica

por John Wolf, em 23.04.14

Antes de me acusarem de me colocar em bicos de pé, de mandar bocas do alto da minha torre de mármore, que fique bem claro: sou um mero soldado raso das fileiras da análise política, da pretensa avaliação sociológica. Em Portugal os deuses entornam o caldo vezes sem conta. Dizem coisas sem avaliar com temperança o valor das afirmações. Os profissionais do sector da intelectualidade parecem não medir as implicações das suas palavras. Diz Maria Filomena Mónica: (...) "O 25 de Abril é um golpe militar e isso entristece-me. Significa que não foram os cidadãos que deitaram abaixo o regime anterior". Excelentíssima senhora doutora Mónica, ainda bem que foram os militares a levar por diante a mudança. Foi a sua disciplina e o seu sentido de missão que fez com que a Revolução de Abril fosse um banho de cravos e não um banho de sangue. No livro Guinness das revoluções os capitães de abril lideram o ranking. Nunca por esse mundo fora havíamos tido o exemplo de como se faz uma revolução sem ferir, sem matar, sem lançar em polvorosa todo um povo. Percebe-se que a senhora não esteve efectivamente presente durante este importante capítulo da história de Portugal. Na entrevista que concede, Maria Filomena Mónica poderia ter dispensado o pedantismo do doutoramento em Oxford. E ainda diz que preferia que fosse o povo a fazer a revolução. Há qualquer coisa aqui que não bate certo. Que não me convence.

publicado às 10:41


6 comentários

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De joaquim a 23.04.2014 às 13:47



Meu amigo


O país não tem razão de existir  nem assunto senão o 25 , as pensões , as reformas, os mercados , o Mário Soares,  o Benfica , a mãe do filipe vieira e pouco mais.


Os Militares de Abril e os de Maio também, fizeram o 25 porque as mulheres deles disseram-lhes que se eles continuassem a ir para africa para a guerra com a frequência que iam os largariam . Tornou-se impossível continuar a guerra. Tudo o resto são os filhos da televisão e da literatura que gostam muito de dizer coisas . 
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De João José Horta Nobre a 24.04.2014 às 06:08

Com 1 milhão de mortos não sei como é que o John Wolf pode afirmar que o 25 de Abril foi uma revoução "sem matar":

http://www.historiamaximus.blogspot.pt/2014/03/angola-verdade-sobre-guerra-civil.html

Sou um admirador do John Wolf, mas desta vez decepcionou-me...

O excesso de "políticamente correcto" é a causa principal dessas interpretações de que o 25 de Abril foi uma "revolução sem sangue". Para os milhões de africanos negros e brancos que morreram nas guerras civis posteriores à dita "descolonização", não houve nenhuma "revolução sem sangue".

Para os brancos que lá viviam e que foram vítimas de uma autêntica limpeza étnica que ainda hoje o actual regime ignora, náo houve nenhuma "revolução sem sangue".

O 25 de Abril à semelhança de praticamente todas as outras revoluções, foi uma revolução sanguinária. Não em Portugal Continental, mas nas Províncias Ultramarinas que acabaram por ser as maiores vítimas de toda a loucura...
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De John Wolf a 24.04.2014 às 15:36

Viva Caro João José,
Obrigado pelo comentário! Estamos de acordo. Refiro-me apenas ao processo revolucionário de derrube do poder vigente que aconteceu em Portugal. Quanto aos milhões de mortes resultantes dos processos coloniais, esse será um outro tema. Não o incluí neste post, que não tinha a ver com o seu âmbito.
Cordialmente,
John
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De joao santos a 24.04.2014 às 09:51

Concordo inteiramente consigo, não gostei do teor das entrevistas da dita senhora, considero-a muito pedante e ainda não consegui perceber onde estava no dia 25 de abril de 1974, eu estava na Ribeira das Naus e a dita senhora?
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De umBhalane a 24.04.2014 às 10:25

"E os de Maio também."
Bem, muito bem lembrado.
E tão esquecidos que estão!
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De JoseGomes a 25.04.2014 às 14:02

É engraçado, sem ter graça nehuma, que a esquerda portuguesa, não gosta de pensadores, que pensando pela sua própria "cabeça" pensam e apresentem argumentos diferentes, sejam de direita ou de esquerda como esta Senhora. E pedantes são todos aqueles pseudo-intalectuais que usam todos os dias a TV para se promoverem

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