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Bem-vindos à República Venezuelana Socialista de Portugal. O que António Costa acaba de proferir em jeito de ameaça revolucionária diz respeito à credibilidade de um país. Fere mortalmente a palavra de uma nação. Viola a legimitidade privada no exercício da liberdade de expressão económica. Mata Adam Smith, desonra os irmãos Wright, a iniciativa privada, assim como as ideias e os valores consagrados em qualquer contrato social, o respeito mútuo e as garantias dos cidadãos na prossecução dos seus interesses. O mercado, a entidade amorfa, para bem e para mal, não pode tornar-se refém do revanchismo ideológico de um partido que confunde Governo, Estado, legitimidade parlamentar, iniciativa privada e economias de direcção central. António Costa, que nem sequer é velho, confirma que é do Restelo. A denúncia de uma acordo desta magnitude, levada a cabo por um governo, envia um sinal poderoso e negativo para os radares daqueles que ainda entendem Portugal como destino de investimento. O que significa o domínio do Estado? A continuidade de uma companhia aérea a qualquer preço, sejam quais forem os prejuízos e as perdas? O processo TAP vai servir na perfeição enquanto exemplo do extremismo do governo socialista. Não há nada que impeça Costa, a não ser a sua própria agenda de acomodações sindicais. Porque é disso que se trata. Não se trata de transformar a dinâmica de uma empresa com potencial e alcance globais. Não se trata de interpretar as oportunidades lançadas nos últimos anos para captar novos mercados de turismo. Não se trata de elevar o nome de Portugal por via de uma companhia aérea. Trata-se simplesmente de  pequena política por outros meios - a enunciação de Clausewitz por via do desvirtuamento do verdadeiro interesse nacional. Os satélites que giram em torno deste negócio dizem mais respeito ao folclore político nacional do que a uma visão estratégica e de longo prazo. Prevejo uma feroz batalha jurídica que irá certamente sugar ainda mais recursos a Portugal e aos seus contribuintes. A Lusitânia não ficará bem na fotografia, mas António Costa quer lá saber. O que deseja é o reforço da sua liderança governativa aludindo a uma nova figura: a legitimidade sindical. De uma assentada cala uma camada larga de avalistas. Trabalhadores que ainda não foram convencidos pelas promessas eleitorais, e que podem destronar António Costa. É disso que se trata. Mais nada. Vergonhoso. Lamentável. António Costa serve-se inequivocamente de José Sócrates e Nicolas Maduro como modelos de inspiração - ambos recusam encarar a verdade e atirar a toalha ao chão. Não faz parte do seu quadro ético. E pelos vistos do dele também. O que António Costa promete fazer é precisamente o oposto de apertar o cinto. Mas a obesidade ideológica não será servida fria. Os portugueses irão pagar esta taxa de aeroporto.

publicado às 18:26


4 comentários

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De Nuno a 18.12.2015 às 21:16

Falta ainda o confronto com Bruxelas que vai acontecer certamente. Talvez já no início do ano e com consequências imprevisíveis.
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De Anónimo a 18.12.2015 às 22:17

Há sinais que são apenas isso, mas se calhar são algo mais. Ou se calhar ando a ver coisas. 
Por exemplo, vejo um Passos Coelho muito bem disposto, perfeitamente confortável no seu novo papel de líder da oposição. Já nem pede eleições. Será porque não precisa?
Outra curiosidade são as fotos de António Costa nas capas dos jornais desta semana, sempre com uma cara de entalado, mesmo quando a manchete é coincidente. Será que as redacções estão a subtilmente a querer comunicar alguma coisa?


Quanto à TAP, se este governo reverter a privatização vai ter de devolver o dinheiro que os privados já meteram na empresa, vai ter de indemnizá-los e vai ter de fazer a reestruturação da empresa, ou seja, gastar ainda mais dinheiro com a TAP e despedir pessoal. O caso da TAP, mais o Banif e o Novo Banco têm tudo para formar uma "tempestade perfeita". Se calhar por isso é que o Passos Coelho anda tão bem disposto.
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De Anónimo a 18.12.2015 às 23:26

Portugal tem um ex-primeiro-ministro com quase sessenta anos, em que a melhor justificação que este consegue arranjar para o facto de não ter rendimentos declarados compatíveis com o seu nível de vida é que a mãe lhe dava dinheiro e um amigo lhe emprestava o resto. Repito, um ex-primeiro-ministro quase na terceira idade, desculpa-se como se fosse um adolescente no programa Erasmus que recorre a esquemas para pagar as propinas da Universidade. Repare como só isto é degradante, fora o que está por detrás, que diz quem sabe é de dar a volta ao estômago. 
Mas para alguns, grave, grave é a violação do segredo de justiça, e não os factos em si. Grave é que se saiba que houve corrupção, não que tenha havido corrupção. Que vergonha...
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De Lufra a 19.12.2015 às 12:30

O Homem está bêbado, só pode!

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