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Os portugueses que não elegeram António Costa já estão a sentir os efeitos questionáveis do seu governo. O mesmo se passará com a eleição do próximo presidente dos EUA. Seja quem for que ocupe a Casa Branca, o resto do mundo será destinatário de decisões tomadas pelo presidente mais poderoso do mundo. Encontro-me no meio da discussão. O meu voto, por mais singular e ínfimo que seja, pode ajudar a esclarecer o processo presidencial americano. No entanto, enfrentamos, qualquer que seja a nossa nacionalidade, perigos trans-ideológicos assinaláveis. Ontem assistimos ao "dia 2" do longo processo de nomeação de candidatos presidenciais - Hillary Clintou levou uma ripada da estrela do "socialismo americano" Bernie Sanders, e Donald Trump arrasou Cruz e os demais republicanos. O que Sanders defende está no cerne da questão do grande desequilíbrio económico e social daquele país, e por extensão, do resto do mundo. Sabemos que os excessos de Wall Street minam os fundamentos da Democracia e prorrogam a vantagem obscena daquele 1% mais abastado do mundo. Sabemos que a justiça social ainda não foi alcançada em sociedades capitalistas um pouco por todo o mundo. Sabemos também que todo e qualquer serviço de saúde congeminado por um Estado deve chegar aos mais carentes. Em relação a isto duvido que discordemos - existem grandes fracturas que devem ser reparadas se quisermos manter viva a nossa crença na humanidade. Mas também sabemos qual o significado de cultura ideológica, de tradição ou partidarismo. Nessa medida, há que utilizar uma medida de interpretação distinta daquela convencionalmente aceite. Por outras palavras, a nomeação de Bernie Sanders quase de certeza que significará a eleição de Donald Trump como próximo presidente dos EUA. Se e quando o socialista americano Sanders chegar à nomeação, certamente que será empurrado para a extrema ideológica onde habitam os medos de que se alimenta Trump. Teremos, simplesmente, uma América rachada entre um nacionalista ultra-liberal e um recém-designado comunista, e, a haver esse dilema existencial, o pior dos EUA emergirá para eleger o uber-conservador que segue em sentido contrário aos valores fundamentais que estão na génese da nação americana. Sinto que os EUA não estão preparados para interiorizar o que pretende Sanders, e irá, por uma questão de tradição económica e financeira, pender para o lado do guru bilionário. Como votante neste processo eleitoral, não me sinto muito confortável com o que quer que seja. Hillary Clinton ainda não tem o meu aval, porque não acredito na graça política do voto útil. Aquele mecanismo sobejamente gasto pela política portuguesa, onde a virtude reside mais em derrotar do que eleger. Veremos se Bloomberg será a alavanca apropriada para desempatar um jogo cínico, ou se será apenas mais um factor de risco e volatilidade. Eu sei que a malta anda toda entusiasmada com as continhas do Orçamento de Estado, mas a eleição do próximo presidente americano diz respeito a todos. Se não tivermos cuidado, os portugueses ainda vão levar com mais um que não elegeram. Isto sem contar com António Costa.

publicado às 15:52


2 comentários

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De Anónimo a 11.02.2016 às 10:13


Esta eleição americana é desoladora. A Clinton e o Clinton são um dois em um corrupto. O Sanders é um lunático. À direita, o Trump é para a palhaçada. O Cruz é um fanático religioso. O Rubio é a versão hispânica do Obama, um "poster". O Bush não entusiasma ninguém. Talvez o Christie seja o "melhorzito", mas tem uma imagem lamentável por ser obeso.
Como é que é possível a América ter candidatos tão fracos?
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De João José Horta Nobre a 12.02.2016 às 00:54

"Hillary Clinton ainda não tem o meu aval, porque não acredito na graça política do voto útil."

Essa mulher a par do Obama, destruíram a Líbia e o Iraque. Deviam de ser os dois levados a julgamento em Haia pelo que fizeram e assim seria se os USA fossem um paíszito do Terceiro Mundo, mas como são a grande potência mundial, essa gente vai morrer de forma confortável numa cama, ou talvez não...

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