Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Brincar com o fogo....

por Nuno Castelo-Branco, em 14.12.18

Union_flag_a_Buckingham_Palace.jpg

.... é precisamente o que ocorre ao mais comum dos mortais quando diante de um aparelho de televisão escuta gente tresloucadamente perorar acerca dos mais recentes eventos relacionados com o Brexit. Invariavelmente, sejam eles comentadores profissionais ou duvidosamente dotados jornalistas enviados, mostram à saciedade uma descarada satisfação por todos os escolhos desmioladamente colocados diante da Senhora May, primeiro-ministro britânico. Durante dias todos escutámos veladas apostas que tendiam para o agora é que cai, para logo depois do resultado a que sem surpresa alguma assistimos, apostarem numa vitória pírrica com os dias bem contados. Veremos, veremos.

Não possuindo dotes de adivinho que pelos vistos à muito mais esclarecida maioria esmagadoramente pertence, não arriscaria muito numa rendição incondicional britânica, pois se há coisa em que historicamente se notabilizaram, foi durante os mais desesperados momentos de aflição e quando tudo indicava estarem perdidos, com zelo encontraram soluções que não apenas os salvaram, como infalivelmente destruíram aqueles apostados na sua ruína. Não os provoquem e é precisamente o que neste momento todos os dirigentes dos 27 países fazem a cada minuto que passa, pois no final das contas bem feitas, o resultado poderá ser uma previsível catástrofe sem desculpa. Não pretendem tão só defender-se nos redutos de Estrasburgo e Bruxelas, mas sobretudo humilhar ao máximo quem até hoje foi um incontornável e bem sólido pilar desta construção. A mesquinhez tecnocrática sairá cara, disso não poderá existir a menor dúvida.

Tal como a Senhora May, desde o primeiro momento fui contra o Brexit, nem que tal posicionamento apenas fosse ditado pela nacionalidade a que pertenço ou se devesse à mutualidade da dívida histórica que ambos os países têm um para com o outro. Hoje é vergonhosamente indigno o espectáculo que diariamente nos é oferecido. Em vez de discretamente minimizar-se o efeito da soberana decisão de há dois anos, agravaram-no e acirraram os ânimos. Mais longe ainda, percebe-se que hoje tudo apostam na divisão do país.

Tanto pior. Aqueles milhões de ilhéus são gente de outra têmpera e para isso recorde-se simplesmente o que sucedeu em 1982, muito longe da Europa e contra a opinião do mundo inteiro. Não por teimosia, quixotismo ou que queiram considerar, desse tempo existe um já esquecido facto a reter: apenas foram publicamente apoiados na omnipresente imprensa por um governo, precisamente o português. 

Ficamos ainda mais sós, não é verdade?




publicado às 10:45


2 comentários

Sem imagem de perfil

De Jorge a 17.12.2018 às 11:35

Se não fossem os british todos (os do Império) estávamos hoje a falar alemão...
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 28.12.2018 às 15:56

Exacto e muito bem esplicitado, Nuno Castelo-Branco. Evidente experiência de vida, cultura, o alicerce que faz falta à grande maioria dos comentários que por aí aparecem. Depois há quem venda a alma aos interesses establecidos ....
Não é o caso.

Comentar post







Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas