Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Esta história das cativações faz-me lembrar um carro cujo proprietário deixa de o levar às revisões, de mudar o óleo e os filtros, e efectivamente, as poupanças saltam à vista, são uma verdadeira maravilha - até o motor gripar. O governo encontrou um nicho contabilístico interessante. As cativações não são peixe nem carne. Não correspondem à função de reordenamento financeiro das contas do Estado, nem sugerem uma orientação programática da economia de um país. Pura e simplesmente congelam os dinheiros. Mas há mais. Se olharmos com atenção para as dimensões contaminadas pelas cativações, registamos o item Planeamento e Infraestruturas como aquele que merece especial apreço da parte da geringonça. E isto não é por acaso. Sabemos de gingeira que o sector das obras públicas e da construção é aquele em que os socialistas se sentem mais em casa. São os amigos empreiteiros que levarão o prémio quando, face ao abandono da manutenção de estradas e pontes, edifícios e paióis, forem requeridas intervenções de vulto, investimentos com montantes consideráveis para desentornar o leite derramado. As cativações são como voos atrasados. O avião não descola do aeroporto, mas os passageiros sabem que mais cedo ou mais tarde, custe o que custar, lá surgirá uma solução bem mais onerosa do que a inicialmente prevista. A Mariana Mortágua e o Jerónimo de Sousa sabem como isto funciona, mas continuam a conceder crédito ao patrão, ao mau pagador de promessas. E sabemos que este leasing político implica uma taxa de confiança que não corresponde às receitas económicas e sociais tão amplamente apregoadas para matar de vez a Austeridade. António Costa é felino e rato ao mesmo tempo.