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Centeno, um humorista encostado às Cordes.

por John Wolf, em 16.06.16

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Mário Centeno não é Sinel de Cordes. O ministro das finanças pratica outro género de humor. A sua comédia é mais do tipo absurdo. Agora anda a pedir para que invistam em Portugal. E aqui reside uma grande parte da contradição. Portugal não é, decididamente, investor-friendly. Se esta malta da geringonça fosse inteligente já teria criado onshores - zonas de exclusão fiscal no país continental, e em particular nas zonas mais afectados por altas taxas de desemprego, pobreza crónica e ausência de tecido industrial. Simples. Já teria criado mecanismos de financiamento ao nível autárquico como acontece nos Estados Unidos - nunca ouvi falar de municipal bonds - títulos de dívida para financiar obras em concreto que se venham a desenvolver nas autarquias. Mas há mais matéria de nível infantil que não está a entrar na cabeça de Centeno. Um dos pressupostos que empresta confiança a um país consubstancia-se no seu grau de checks, controls and transparency. Ora a Caixa Geral de Depósitos está a ser protegida pelo governo que não apoia a ideia de uma comissão parlamentar de inquérito a seu propósito. Por outras palavras, um investidor estrangeiro nem sequer pode contar com o due diligence do governo nacional. Depois somos confrontados com outra barbaridade do mercado contaminado por preferências ideológicas. As "desprivatizações" em curso enviam um sinal claro a potenciais investidores - Portugal tem sintomas de Venezuela. E isso segue em sentido contrário à ideia de investimento seguro. Sabem lá essas multinacionais se a geringonça de repente decide afiambrar-se do que não lhe pertence com uma taxa inventada à pressão? O Commerzbank tem razão no que afirma. Portugal inverteu o rumo iniciado pelo governo anterior, mas essa mudança de sentido de marcha não melhorou nem o nível de vida dos portugueses nem as condições de atracção de investimento directo estrangeiro. O Centeno e os outros que andam em Paris nem sequer são capazes de esboçar um pacote de oferta para aqueles que venham a ser intensamente afectados pelo Brexit. Afinal o que anda Centeno a inventar para captivar algum incauto? Só pode ser ficção. Um conjunto de baboseiras.

publicado às 08:56


2 comentários

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De Anónimo a 16.06.2016 às 10:43


Agora o Centeno já pode apelar ao investimento em Portugal porque os portugueses ganham pouco em comparação com os franceses e com os alemães. Imagine-se o que se diria se tivesse sido a Maria Luís Albuquerque a dizer isto!


Relativamente à CGD, não convém à geringonça que sejam esmiuçadas as negociatas em torno dos créditos da Caixa, nomeadamente o crédito concedido ao Berardo para que o PS passasse a controlar o BCP...
O país não tem ética nem valores, enche a boca com a ética republicana mas é tudo um nojo. As massas abúlicas são distraídas e estupidificadas com o circo da selecção e com o benfica (já são três campeonatos seguidos bem ao estilo do tempo da velha senhora...), para que as "elites" possam fazer os seus negócios de economiazinha. Qualquer semelhança com o México é real.
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De Zé Pagante a 16.06.2016 às 17:35

"...decide afiambrar-se do que não lhe pertence..." Poderá esclarecer-me quem se "afiambrou com o dinheiro do BPP, BPN, BES, BANIF e CGD, e ainda na compra de SUBMARINOS,  nos contratos de SWAP'S e  PPP's, em contratos vários com o Estado Português, nomeadamente compras e vendas ao Estado, subsídios para investimento privado, etc., etc., etc., ...., quem se anda a AFIAMBRAR? Haja Paciência!

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