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Não é necessário ser um ás em finanças ou um guru em economia para perceber que a Europa está à rasca. Se Mario Draghi avança com a possibilidade de ser necessário implementar medidas de estímulo às economias europeias, sabemos que não podemos dormir descansados. Nessa medida, as mais recentes declarações de Pedro Passos Coelho sobre uma eventual subida de impostos em caso de novos chumbos do Tribunal Constitucional, demonstram que o governo tem noção dos perigos que espreitam, e, à cautela, informa preventivamente sobre notícias menos boas. Quem mente, embora de um modo acriançado, é António José Seguro, que caridosamente promete que não haverá despedimentos na função pública e mais austeridade, caso chegue a São Bento. Como os portugueses sofrem de memória curta, sugiro que apontem num bloco de notas os juramentos de Seguro. Porque os problemas que Portugal enfrenta requerem muito mais tempo de terapêutica, vários mandatos em pura alternância partidária, se quiserem. O que Seguro afirma não pode ser; que quando chegar ao poder, e formar governo, não terá mãos a medir para desfazer o que este governo fez, pese embora o grande sacrifício dos portugueses. António José Seguro, cheio de expectativas e boas intenções, alimenta falsamente a esperança dos portugueses. Por daqui a algumas semanas, o cartão vermelho, que provavelmente os portugueses irão passar ao governo nas eleições europeias, empolgará António José Seguro nas suas convicções térreas. No entanto, o cenário pan-europeu não lhe é favorável. Os Hollande da Europa caíram em desuso e é na Direita que a Esquerda tenta buscar votos. Veja-se o exemplo de Francisco Assis, que sem pudor soarista, já pisca o Clio à Direita, embora afirme que segue em sentido diverso, que é um dos delfins da Esquerda. Mas quando estão desesperados, confirmamos que os argumentos válidos serão aqueles que estiverem mais à mão. Por isso não convém acreditar na política, nas linhas contínuas que pintam na estrada para definir faixas de rodagem ideológica. Porque teremos sempre quem ultrapasse todos os limites para chegar ao "seu" destino de eleição.