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O Governo da República de Portugal está de consciência tranquila em relação à Venezuela. Aliás, não convém nada uma mudança de regime. Não seria nada conveniente instigar um processo democrático que resultasse no afastamento de Maduro. Os socialistas portugueses, independentemente de pareceres da União Europeia (UE), não vêem com bons olhos uma crise profunda que abane o "status quo" daquela realidade. Referem um regresso à normalidade constitucional quando o que aquele país precisa é de um levantamento popular que afaste o ditador socialista Maduro e que o julgue por crimes cometidos contra o seu povo e opositores políticos. E este estado de arte política coloca Portugal numa situação particularmente difícil. São mais de 400 mil portugueses com residência na Venezuela, ao que se somam mais de um milhão e meio de luso-descendentes. A haver um processo de "descolonização" resultante de uma revolução democrática na Venezuela, Portugal terá de ter um programa de repatriamento de nacionais, um conceito operativo para lidar com os "retornados". Para já sacodem a água do capote afirmando que os que têm saído da Venezuela preferem Espanha devido às afinidades linguísticas, mas sabemos que quando a crise ganhar contornos mais intensos, outras valias, de índole jurídica, far-se-ão valer. Quando Santos Silva diz que não aceita os resultados das eleições, está de facto a fazer ouvidos de mercador, a fingir, a ser politicamente correcto, mas a mentir com os dentes todos. A geringonça é adepta de Maduro, como outros foram de Chavéz e dos Magalhães - aqueles PC - a verdadeira maravilha do engenheiro das amizades duvidosas.