Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Descaramento e arrogância

por Nuno Castelo-Branco, em 02.08.16

fotografia 1.JPG

 1. Descaramento


Todos sabemos por experiência colectiva - como eles gostam de dizer - que quem manda, por regra mente. Mente descaradamente e a propósito de tudo e pior ainda, de todos. Falta à verdade de tudo o que lhe convém enviar à estratosfera numa espécie de nuvem chuvosa no Saara. Temos então a questão pendente da Real Quinta de Caxias, em péssima e sinistra hora doada pelo infeliz Rei D. Manuel II ao Estado, no mesmo lote em que para sempre se foi Queluz. Cento e oito anos passados, o desastre está à vista desarmada, as portas escancaradas e o interior devastado por ladrões e pelos seus colaboradores. Ao contrário do que ontem foi dito no telejornal, o espaço está completamente acessível há muitos meses e o estado do interior prova isto mesmo. Só lá não foi quem não quis. 

E quem são aqueles colaboradores? Precisamente  quem até há uns tempos usou e abusou de um espaço que lhe foi entregue bem cuidado, mobilado, decente e apresentável tal como demonstram as escassas fotos datadas de 1905. Tudo se perdeu para sempre. Painéis de azulejos setecentistas, madeiras de soalho, pinturas e forros, vidros, portas e portadas, tudo foi destruído, dir-se-ia uma imagem de um palácio na Europa Central de 1945. Alarme dado nas redes sociais, podem agora fazer as reportagens que bem entenderem, pois o espaço chegou ao ponto de ruptura sem remédio possível. Podem apresentar-se diante de jornalistas todos os recém-chegados especialistas que encontrarem e podem apresentar-nos militares uniformizados de porteiros de hotel de terceira categoria que ainda têm o topete de debitar diante dos microfones, a anunciada e rigorosa "lista de encargos exigida aos futuros proprietários". Sabemos que desavergonhadamente mentem "com todos os dentes que têm na boca", tomem bem conta disto. Querem ganhar dinheiro a todo o custo, quando simplesmente têm o dever moral de entregar  gratuitamente a Real Quinta a quem dela de imediato cuidaria: a Fundação da Casa de Bragança. 

Sim, falta de pudor e um total descaramento. 

canstock10105188.jpg

 2. Arrogância


Quem diria que passadas apenas algumas semanas, a conversa enchachada do sr. Juncker mudaria radicalmente, oferecendo agora a vital pasta da Segurança a um comissário britânico?

O que disse ele durante uns dias, valha-lhe Deus! O ódio chispava, as palavras saíam-lhe incontroladas pela boca fora, ofendia em pleno "parlamento" europeu, o mau perder era clamorosamente perceptível e agora, subitamente, tendo sido ele uma autêntica fraude na gerência luxemburguesa, é moralmente moche e   finalmente amochou.

A arrogância era afinal uma desesperada fita e atendendo bem à realidade dos factos que não têm discussão, não há na Europa país mais competente para dirigir situações relativas à Defesa e Segurança do que o Reino Unido. Não há, estamos ainda muito longe de termos um outro entre os vinte e sete que sequer remotamente se lhe compare. Habituem-se a isto em Bruxelas. 

publicado às 22:19


2 comentários

Sem imagem de perfil

De Anónimo a 03.08.2016 às 01:28

Só espero que o edifício que deu guarda ao Instituto de Odivelas não fique assim até vir alguém com dois dedos de testa que mande refundar a instituição. As pessoas que faziam a casa ainda existem, o edifício ainda existe, só o recheio (mas isso é o menos) se foi.
Sem imagem de perfil

De JS a 03.08.2016 às 14:48

2. Exacto. Nada como um modestíssimo referendo para aquilatar políticos, políticas e (altos?) funcionários. Daí o ódio dos "democratas" à instituição referendo, e o amor ao inconsequente voto em partidos...
.
Salazar dizia que o povo é inculto e não sabe votar, pelo que ele, o iluminado, detestava e evitava eleições, mesmo as sujas.
Os Suíços votaram, votaram, votaram, até aprender. Hoje são um País próspero
apesar de não terem os recursos naturais de que Portugal poderia usufruir.

Comentar post







Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas