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Dizem as boas e as más línguas que Hollande, finalmente, mudou. Mudou de fato, mudou de mulher, e mudou de discurso. Para quem chegou ao Eliseu como um "mudancista" à moda antiga, esta mudança não é, de facto, um momento desprezível. Mas o momentum de que falamos, e que muitos têm glosado na imprensa internacional, qualificando-o, com uma certa ridicularia conceitual, de "blairização" ou "schroederização" da política francesa, é, no fundo, a constatação de que o debate sobre o euro terminou. A Alemanha venceu-o por goleada, nocauteando, sem dó nem piedade, os seus adversários do sul periférico. A conclusão é simples e nada abonatória para os mal afamados "porcos" europeus, isto é, a permanência no euro dependerá, doravante, do cumprimento escrupuloso dos critérios rigoristas germânicos, pelo que qualquer desvio à regra teutónica implicará ou a revisão célere da matéria dada, ou a expulsão severa de um clube cada vez mais exclusivo. Hollande tardou, e muito, em admitir a franqueza crua da realidade, porém, muito a custo, é certo, soube reconhecê-la. Resta saber se o seu epígono luso, o Seguro inseguro, logrou retirar deste "U-Turn" as devidas ilações. Os últimos sinais não são, propriamente, muito encorajadores. Mas o certo é que Seguro, por mais que esbraceje ou brade aos sete ventos, terá, mais cedo ou mais tarde, de reconhecer que o socialismo despesista de antanho, financiado pela "horripilante" finança internacional, é uma relíquia nada benfazeja de um passado que jamais tornará. É bom que o reconheça o quanto antes, para bem dos nossos bolsos.