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Do diagnóstico errado à receita da austeridade excessiva

por Samuel de Paiva Pires, em 11.05.14

No primeiro semestre do doutoramento, no âmbito da cadeira de Temas Aprofundados de Economia Política Internacional, escrevi um ensaio sobre a crise do euro que, eventualmente, virá a público até ao fim deste ano. O argumento central é o de que o diagnóstico alemão da crise é errado e, logo, a receita da austeridade também. Afirmo ainda que é politicamente insustentável manter o status quo e que ou acabamos com a zona euro como a conhecemos (partindo-a em duas ou acabando com o euro) ou há que aprofundar a integração europeia, provavelmente por via do federalismo. Boa parte das considerações económicas fundamentam-se em Paul De Grauwe (vide este artigo e a obra Economics of Monetary Union, já na sua 10.ª edição, embora eu tenha recorrido à 9.ª, a mais recente à altura), e as considerações de ordem política resultam essencialmente das minhas observações.  Claro que os Maçães desta vida - o governo português - , discordarão. E, nos últimos meses, sempre que, recorrendo a argumentos que utilizei no ensaio, debati estas questões com economistas, alguns, talvez para disfarçar a falta de argumentos ou a incapacidade de duvidar das suas próprias perspectivas, não hesitaram em atacar-me apenas por não ter qualquer grau académico nessa magna ciência que é a economia. Dado que este ensaio foi avaliado em sede própria com 19 valores, por alguém doutorado em economia, nunca me preocupei muito com este tipo de críticas. Mas, nem de propósito, permitam-me dedicar-lhes uma entrevista a um economista formado na LSE, Philippe Legrain, que foi conselheiro de Durão Barroso. Pode ser que, sendo um economista a dizê-lo, consigam finalmente vislumbrar que há mais vida para lá da perspectiva alemã e que esta é profundamente errada e prejudicial não só a Portugal como à União Europeia. E, já agora, pode ser que também percebam a falácia da autoridade em que têm incorrido. 

publicado às 11:47


3 comentários

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De Pedro A. Sande a 11.05.2014 às 22:51

Samuel Pires

A sua área de formação é...?
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De Samuel de Paiva Pires a 12.05.2014 às 13:25

Relações Internacionais e Ciência Política
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De Mário Amorim Lopes a 13.05.2014 às 10:22

Samuel, permite-me o shameless plug de colocar aqui um parágrafo de uma fictícia carta à Troika que faz o contraditório ao motivo pelo qual a Europa resgatou Portugal:


Regardless of the reasons that brought you to our shores — to save German or French pension funds, to stop the wreckage of the Euro, or simply because you were afraid of financial instability shockwaves —, your contribution has far exceeded that of a hundred, perhaps a thousand politicians that ruled over Portugal throughout time. Thanks to you, this year shall bear a new beginning: the debut of fiscal responsibility and prudence, a new future. The page that is being turned will offer Portugal economic recovery: for the first time in forty years, the GDP will grow while the trade balance will remain positive and a primary budget surplus will be achieved.

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