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O tema da semana terá sido a catadupa de histrionismos a respeito da Hungria. Muito se perorou quanto a um país que antes de tudo estabelece aquilo que para desespero dos irados, foi popular e soberanamente decidido nas urnas. Bastará aos críticos olharem a composição do Parlamento de Budapeste e facilmente se tornará perceptível o que até à data tem sido decidido pelos representantes do povo magiar. O pretexto parece ser a questão da separação de poderes, onde alegadamente o executivo estabelece parâmetros no Judicial. Mais ainda acrescenta-se vagamente o ataque às universidades, sabendo-se de antemão que o alvo é apenas uma, precisamente aquela que pertence a uma rede complexa onde se incluem ONG, think tanks, uns tantos media e não se sabe ainda o que mais, tendo todos os pretéritos algo em comum: a ligação a um magnata que em teoria também é húngaro e poderoso sponsor de vários grupos que em Estrasburgo vão dando ares da sua graça. Daí à organização, financiamento e intensificação do contrabando humano por razões políticas, é apenas um passo.
Os eurodeputados portugueses, por uma mera questão de pudor e da mais elementar decência, deveriam evitar o supracitado ponto da confusão de poderes, pois eles mesmos, parte interessada no esquema vigente, silenciam o estranhíssimo caso que implicou amargos de boca e irritações subitamente relevadas como suave milagre. Porquê? Porque houve decisivo empenho - no sentido oitocentista do termo - de Belém e S. Bento que desbloquearam o retomar daquilo que verdadeira e unicamente lhes interessa: os negócios com Angola.