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Já não se fazem invasões como dantes. Recordemos a Budapeste de 1956, quando os tanques soviéticos bombardearam a capital húngara. Resultado? A cidade voltou a ser destruída e nas ruas ficaram cerca de 3.000 mortos e mais de uma dezena de milhar de feridos. Em 1968 o mundo assistiu ao caso checoslovaco, com panzers do Pacto de Varsóvia invadindo e atacando em tenaz. Repetiu-se o mesmo no Afeganistão, em 1979.
Segundo rezam as notícias, os russos invadiram a Ucrânia com 80 soldados, uns tantos blindados - presume-se serem veículos de rodas, transportes - e helicópteros. Uma escalada escandalosa, segundo o douto senhor Kerry. Pelos vistos, os soldados de Putin tomaram uma aldeia, lebensraum essencial para um minúsculo país como a Rússia.
Escalada escandalosa? O que é uma escalada escandalosa? Revivamos então a nossa memória mais recente.
No sudeste asiático e devido às dificuldades com os turras vietnamitas, os EUA escalaram a sua intervenção até ao Laos e ao Camboja, depondo Sihanouk e manietando o governo Sisavang Vatthana. Instalaram centenas de milhar de homens, um incontável número de blindados sobre lagartas, centos de obuses Long Tom, mísseis de todas as formas e feitios. No Mar do Sul da China concentraram porta-aviões, dois couraçados, cruzadores, fragatas e navios de desembarque. Dos porões dos B-52 fizeram chover bombas de todos os tipos, não poupando cidades, vias de comunicação e aldeolas. Nem sequer os macacos ficaram a salvo nas florestas onde um certo agente laranja cantou uma desfolhada muito diferente daquela que conhecemos.
Isto foi uma escalada. Em comparação com isto, tudo aquilo que preocupa Kerry, são peanuts.