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Esses porcos alemães

por John Wolf, em 30.05.16

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Não sou um especialista. Não sou um fiscalista. Não sou constitucionalista. Não sou político. E não sei se o bater do meu coração é público ou privado. Já não sei nada. Mas arrisco o seguinte: o governo de Portugal está a mexer de um modo irresponsável em conceitos existenciais profundos. Coloca em causa uma tese que ouso avançar: os direitos, liberdades e garantias do próprio Estado estão a ser postos em causa. O governo que cessa os contratos de associação com os colégios privados abre uma enorme caixa de Pandora. A cisão, profundamente ideológica, arrasta para o debate todos os domínios existenciais do exercício de prerrogativas do Estado. O mais perverso desta acção de manipulação é que se trata de uma purga interna. Como se a partir de agora fosse tabu o Estado emprestar a mão a privados. Ao demarcar uma linha tão áspera, o governo em funções, relança rancores ideológicos do antigo regime, reaviva dissabores que obrigam Portugal a regressar a tempos penosos. Divide um país entre bons e maus, oprimidos e exploradores. Na testa dos portugueses passam a estar tatuadas as palavras privado ou público. O governo colide com o conceito que o define, com a sua missão de redistribuição e justiça social. Deveria na minha opinião criar dois regimes contributivos. Um para aqueles que desejem ver os seus impostos servir as causas públicas, e outro para os que defendem que o seu dinheiro deve ser usado exclusivamente em prol de causas privadas. Quando as coisas dão para o torto na função pública o que faz o governo? Recorre à fígura da requisição civil. Ou seja, são os privados que emprestam a mangueira para apagar os fogos. Este país está a tornar-se cada vez mais ridículo. E muito por culpa dos que estão no governo. Um dia precisarei da vossa ajuda. E onde ireis estar? A secretária de Estado da Educação, que alegadamente tem descendência a estudar na Escola Alemã, devia ficar caladinha. São os contribuintes alemães que financiam uma parte da operação desse colégio. Assunto encerrado.

publicado às 13:27


3 comentários

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De JS a 30.05.2016 às 15:47

Sim. A Cultura. O ponto fundamental.
O formato social, a cultura, a forma de organização das sociedades, tende para uma destas opções:

-O Estado e as Religiões organizadas têm a sua  actividade bem definida, quiçá tendencialmente, separada. O poder temporal do Estado. A intervenção espiritual das Igrejas.

-Outra em que uma religião organizada domina. Tem o poder secular e o poder espiritual. Foi assim a Idade Média na Europa. É assim (ainda) hoje em dia nos países Islâmicos. A elite religiosa impõem o seu credo mesmo nas mais prosaicas áreas da vida comum. 
(http://www.zerohedge.com/news/2016-05-28/sweden-islam-compatible-democracy).

-Por fim os credos ditos laicos, que pretendem imitar a segunda forma de organição social. Fascismos, marchismos em vários cambiantes. Hiper Estado. As paranóicas iluminadas elites.

A conquista e perpetuação no poder passa pela formatação do futuro cidadão, a "educação", desde a mais tenra idade.
Ao abolir exames e provas de aferição e ao quartar o ensino privado, ESTE PS (por por lá verbalizou-se, em tempo, contra estes excessos) mostra o desejo de, agora mal conquistado o poder eternizar-se, a todo o custo, nele. Doentio.

Cabe ao eleitor do PS, BE e PCP pensar no que deseja para os seus filhos e netos.
(Em geral os eleitores PSD e CDS não têm problema nenhum nesta escolha). A opção é: ou Turkia, ou Venezuela.
 
O primeiro formato, o respeito pelo indivíduo, foi penosamente gerado e mantido por gerações de Europeus e Americanos, a cultura dita Ocidental.
Aponta, tanto quanto possível, para uma salutar vida em comum, sob monarquias constitucionais, democráticas eleições ....  O que não custa, não lustra.
É a que exige mais ao ser humano, ao indivíduo, a que dá mais "trabalho".
 
Lobos e lobinhos, pelos vistos este PS e arredores, preferem iluminadamente  (todo) o poder. Discricionariamente. O poder total. Um sinal de fraqueza, diga-se.
Têm medo de quê ?.
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De John Wolf a 30.05.2016 às 21:16

São comentários desta estirpe reflectida que me dão esperança.
Grato.
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De Nuno Castelo-Branco a 30.05.2016 às 18:07

Pura e simplesmente deveriam então avaliar os "teres e haveres" e optar-se pelo que sai mais em conta, talvez recorrendo e termos experimentais, ao "cheque ensino", responsabilizando assim os pais pela educação dos filhos. O problema do princípio do primado da escola pública não deve nem pode ser posto em causa. mas o tipo de escola pública é então outro assunto. Já agora, convencer a Fenprof acerca da imperiosa necessidade do regresso da disciplina às escolas, disciplina essa em que os exames, provas regulares e expulsões - por bullying, mau comportamento, etc - são evidências de boa conduta moral do Estado. Se for necessário - contentando a sanha igualitária do pc e do be - em introduzir os uniformes já vigentes em todos os países comunistas - sim, todos! - e, vá lá, nalgumas monarquias europeias, paciência. Sou totalmente favorável à ideia, até porque durante alguns anos, para grande alívio dos meus pais, tive de os usar. Em Moçambique, do outro lado da história. 

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