Estado Sentido

E a coisa, naturalmente, seria feita por forma a que o estado ainda tivesse que pagar umas robustas indemnizações compensatórias, umas rendas por isto ou aquilo (fundamento sempre se arranja), de valor bem superior a esses cêntimos que à partida caberiam à nação, a quem explorasse esse petróleo.
Esse alguém, claro, rapidamente se tornaria (se não fosse à partida como tal constituída) um local de pousio e enriquecimento de políticos à espera de vez ou em travessia de (bem fértil, no caso) deserto; e local de merecida recompensa para alguns abnegados senadores da nossa democracia, já retirados de tão patrióticas pugnas e sempre merecedores da nossa eterna e incondicional gratidão.  
E assim, se alguma vez tal ocorresse - Portugal ser produtor de petróleo - e numa evolução bem à portuguesa (leia-se descaradamente venal e corrupta), logo se arranjaria forma dos de sempre enriquecerem um pouco mais e de se gerar mais uns confortáveis jobs para uns boys que, magnífica surpresa, nem sonhavam deter tão profundos conhecimentos petrolíferos. E, como é bom de ver, e sempre em nome do superior interesse nacional, o preço dos combustíveis aumentaria ainda mais.
Seria perfeito e algo me diz que os estados-maiores rosa e laranja (estes, pelo menos) têm o plano absolutamente pronto e susceptível de instantânea activação. Assim esse fluído jorre em abundância.


Costa