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Fazer história

por Samuel de Paiva Pires, em 05.10.15

PSD e CDS, juntos, fizeram história nos últimos dias. Em primeiro lugar, porque uma coligação terminou, pela primeira vez na III República, uma legislatura. Em segundo lugar, porque após 4 anos marcados pela imposição de medidas de austeridade, conseguiram vencer as eleições legislativas, o que torna este resultado num caso único entre os países europeus assolados por pacotes de austeridade negociados com a troika. Ademais, é um resultado demonstrativo de que há uma boa parte do país que não só compreende a necessidade dos constrangimentos financeiros a que fomos, estamos e estaremos sujeitos, como não quis entregar a governação a um PS aventureiro, a prometer este mundo e o outro e sem um rumo forte definido (lembre-se o serpentear de Costa à esquerda e à direita, procurando agradar a gregos e a troianos). Ainda assim, sem maioria absoluta, Passos e Portas deixaram, ontem à noite, a porta aberta a entendimentos com Costa, que, por sua vez, rejeitou, de forma responsável, a coligação negativa com BE e CDU. Viveremos, nos próximos tempos, um clima político necessariamente marcado pela negociação, pela necessidade de cedências e de compromissos. E se, da parte do PSD e CDS, mesmo quando tinham maioria absoluta, sempre houve esse espírito de abertura, já o mesmo não se poderá dizer do PS de António Costa, que prometeu chumbar um Orçamento do Estado que desconhece e se vê agora na contingência de ter de negociar com PSD e CDS, se quer sobreviver politicamente, principalmente no seu próprio partido, onde já há quem peça a sua cabeça. E isto não é necessariamente mau. Os partidos do arco da governação terem de negociar e entender-se a bem da estabilidade de que o país tanto necessita é vantajoso no que concerne à saúde e maturidade do nosso regime democrático. 

publicado às 10:47


1 comentário

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De Anónimo a 05.10.2015 às 11:26


O PS vai ter de assumir as suas responsabilidades, o que vai evidenciar ainda mais as limitações de António Costa. Vai ser animado...


Quanto à coligação, os partidos que a compõem só regressarão à sua votação normal quando as pessoas recuperarem os seus rendimentos, quando a recuperação da economia for mais robusta e as pessoas o sentirem, porque de momento ainda não é o caso. O português comum não se sente tão apertado como há dois anos, até porque o fisco aliviou a pressão no IRS, por exemplo, mas o nível de vida continua baixo e não há grande criação de emprego.
Além disso, o programa da coligação esteve ausente da campanha. Não chega dizer que o programa foi entregue em Bruxelas, então e os portugueses? Não se quis discutir que há muito poucas soluções, isso sim. Cumprimos o Tratado Orçamental e pouco mais, e isso não mobiliza ninguém. Não houve rasgo, inovação. E reformas constitucionais? Então o país não precisa? É preciso mais para recuperar a maioria para a direita. É preciso ir mais além do que a "Europa".

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