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Este artigo, publicado hoje num dos órgãos de propaganda do meta-Estado, e assinado por uma articulista que ainda não era nascida em 1974, é um tratado incontornável sobre a fisiologia dos sistemas sociais.
Cristalizados no âmbar do provincianismo aldeão e impantes do seu progressismo de sofá, são estes arúspices da esquerda-sushi que me fazem lembrar o Eça:
O jornal exerce todas as funções do defunto Satanás, de quem herdou a ubiquidade; e é não só o pai da mentira, mas o pai da discórdia.
e ponderar, nos meus raros momentos de introspecção, acerca da bondade que poderia haver em introduzir um sistema de pontos - como para a carta de condução - aplicável a uma espécie de pena de morte profissional.
Parece paradoxal sendo eu por princípio contra a pena de morte biológica? Não é. Explico. Sendo qualquer sistema judicial, e em particular o de Portugal com as suas bizarrias endémicas sobre as quais não importa agora recalcitrar, uma coisa falível; e sendo o acto da execução tão irreversível como um aborto - que é a mesma coisa, sendo ambos pagos pelo erário e decididos por alguém que na maior parte do tempo não tem a menor noção do que é a vida - faz sentido acautelar o eventual ressarcimento do condenado em caso de manifesta e comprovada falha do sistema.
Contudo, perante o exercício público, voluntário e reincidente, desta maldade insidiosa que visa disseminar um ideário sinistro e desequilibrar a pouca saúde nervosa que ainda resta ao país, pergunto-me se não seria profiláctico remodelar a Carteira de Jornalista por forma a incluir, como os cartões de consumo nos tugúrios urbanos que esta gente - que nunca é rica, ou se é não faz mal porque pugna pela abolição dos ricos que se encontram uns furos acima - frequenta, o tal sistema de pontos, a cujo auge corresponderia a cassação imediata e tão definitiva como uma depilação a laser, do documento em causa.
É que a não ser assim, hesito em especular sobre aquilo que ocorrerá primeiro: a falência do pasquim, ou a falência da pachorra.