De António Barreto* a 15.07.2015 às 18:58
Como?, continua a fazer-se, precisamente o contrário!, os nossos Armadores estão a abater ou a vender os seus barcos porque não têm quotas de pesca, ao contrário,dos espanhóis - por exemplo no espadarte -, que não a esgotam! Os nossos governos não acautelaram o setor; julgo que decidiram que não vale o esforço!, biólogos em vez de pescadores; eis a revolução em curso - já há cerca de 500 no setor! Veja-se o caso da sardinha; escasseiam os stocks e não se sabe porquê - o Noruega esteve anos atracado no Ginjal por falta de verba para reparação! - mas condiciona-se a pesca porque é o único factor controlável! O caso é que, em cerca de 30 anos, o esforço de pesca - no cerco -, reduziu cerca de 90 %!, e dizem-nos que é necessário reduzir ainda mais?
Para desenvolver o setor é necessário refrear o fundamentalismo ambientalista, controlar as entradas de pescado externo - muito dele de proveniência duvidosa (leia-se; pescado em zonas protegidas e em regime de escravatura), moralizar os circuitos comerciais distribuindo equitativamente o valor acrescentado por todos os agentes (verifica-se desde há décadas a decuplicação do preço do pescado ao consumidor, face ao da 1ª venda e refrear a fúria regulamentadora e fiscalizadora das múltiplas e prepotentes autoridades nacionais (sem prejuízo, evidentemente do controle dos abusos).
Temos o melhor pescado do mundo, mas não lhe damos valor e desprezamos (salvo seja) os pescadores.
Uma pequena história ilustrativa da nossa inanidade: Num seminário internacional realizado há tempos em Portugal, um amigo (Eng.º Naval em exercício), encontrou-se com um Norueguês. Este, ao verificar o conteúdo do evento exclamou: - Então mas vocês ainda andam a falar nisto?, disseram o mesmo há 10 anos!, nós, na Noruega, já levámos tudo em prática!
Et voilá!