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São coisas que acontecem. São eventos normais. São factos que devem fazer parte da Democracia para que esta se mantenha viva e tendencialmente intacta. O possível impeachment de Dilma Rousseff, a dedução da acusação de José Sócrates, a prisão de Ricardo Salgado ou o encarceramento do CEO da Enron, são apenas pequenos exemplos do modo como o motor das nossas sociedades realiza uma sangria, e mantém em andamento uma certa ideia de justiça. O equilíbrio é dinâmico e pressupõe um calendário moral que nem sempre coincide com a agenda política. O escândalo Panama Papers é, essencialmente, um catalisador do processo de transparência que se exige sobretudo a detentores de cargos públicos. Ainda não me explicaram quem paga os honorários do advogado João Araújo. Já leva umas horas valentes a discorrer absurdidades e decerto que tudo isso tem um preço. O balão de oxigénio que refere não é nada disso. Diria que se trata do oposto, de uma câmara hiperbárica para estrangular as incongruências e as jogadas espertas que encaixam que nem luvas na figura jurídica de uma offshore. Era isto tudo ou então ficar quieto. A escolha parece óbvia, incontornável. Existem motores gripados.