Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Marcelo lava as mãos no Parlamento Europeu

por John Wolf, em 13.04.16

hand-washing.jpg

 

Não é preciso ser uma velha raposa (ou um jovem Wolf) para entender onde pretende chegar Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso ao Parlamento Europeu. O Presidente da República Portuguesa necessita de uma apólice de seguro para os mais que prováveis ventos que far-se-ão soprar pela Europa, e as incertezas que pairam sobre Portugal. A União Europeia está à mercê de um novo continente, da profusão de certas tendências ideológicas e de centros de decisão que não se encontram em Bruxelas. A narrativa que administrou pode servir para encaixar desfechos distintos. Seja qual for o pendor do referendo no Reino Unido, Marcelo pode tentar, embora em vão, invocar o excepcionalismo português como se fosse um berliner em Bruxelas, e, deste modo lançar Portugal para o pseudo-lugar suplente deixado pelos retro-nacionalistas britânicos. O apelo à musa da inspiração literária e cultural é um caminho incerto, volátil e de entusiasmo perigoso. Dizem que Fichte foi precursor de certos regimes, e servindo-nos da mesma metodologia do lirismo sagrado, não sei até que ponto Pessoa seria europeísta - para não falar do desprezo que nutria em relação a Portugal. O "europeísta incorrigível" de que fala, soa a estabelecimento prisional, a síndrome de Tourette, a fetiche por algo esfumado. A Europa já não é nada disso. A Europa deixou-se confundir com a União Europeia, e essa sobrelotação está a gerar fenómenos que se afastam da concentração de desígnios, dos grandiosos princípios de solidariedade e paz. Marcelo Rebelo de Sousa antecipa, com alguma argúcia, o que se passará em Portugal. A sustentabilidade, e o grande projecto do governo de Esquerda do seu país, que apregoa para ouvinte parlamentar, não passa de uma aula preparatória para discentes domésticos. Quando o próximo resgate bater à porta, Marcelo será escusado. Dirá habilmente que, enquanto presidente, tudo fez para não desarmar os intentos da Esquerda. Não sei o que anda Marisa Matias a fazer. Não deve estar a ver o que está a acontecer. Mas aplaude entusiasticamente, como se acreditasse.

publicado às 12:55


3 comentários

Sem imagem de perfil

De ali kath a 13.04.2016 às 18:13

concordo com Jorge de Sena in Peregrinatio Loca infecta
'torpe dejecto do romano império'
o entertainer integra a paisagem com turista
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 16.04.2016 às 00:27

Bruxelas tem a prova do conluio entre o Centeno e o Santander. O PSD já está em cima disso, apesar da imprensa andar a desviar as atenções para o "banco mau", uma espertice do Costa. Mas esta estória é imparável, a autoridade de Centeno está irremediávelmente perdida, e assim a consistência da geringonça se esboroa a olhos vistos dia-a-dia.
Como se esperava, o dito "plano B" já está em vigor - aos bochechos - e o primeiro responsável do FMI da "Troika" veio agora dizer que Portugal está a "descarrilar". Os desaguisados no governo prosseguem, como o atestam as graves acusações do ex-secretário de Estado da Educação ao Ministro da Educação. Dá para ver a "consistência" da coisa... 


PS - Veja-se como a TVI é insidiosa. Acabei de ver uma reportagem em que esta estação tenta atingir Cavaco Silva no escândalo "Panamá Papers", por causa do ex-presidente ter condecorado alguns dos envolvidos no escândalo, embora não exista o mesmo grau de gravidade para todos. E isto justamente no dia em que se prova a ligação entre as luvas de Sócrates e o saco azul do GES. Lançar a suspeição sobre Cavaco dá imenso jeito para tentar amenizar o escândalo para o lado de Sócrates e do PS, não é?
Sem imagem de perfil

De JS a 16.04.2016 às 22:56

Em tempos existiu em Portugal um jornalista, de nome Marecelo Rebelo de Sousa, que se celebrisou pelos incontáveis factos políticos que semanalmente inventava. Desestabilizar o "statu-quo"com esses "fait-divers "era o seu credo. Aumentavam as tiragens do seu "papel sujo".
 
Noutra encarnação, comentar de TV, Marcelo Rebelo de Sousa, semanalmente durante anos a fio, lançou farpas à esquerda e à direita, acordando instabilidade no domingueiro remanso do seu povo. Afinal era só uma pouco subtil campanha, uma de auto-promoção eleitoral a caminho de Belém, aonde acabou por se recenciar, PR.
 
Obtido o posto prega estabilidade. Porque não está há um ano numa maca num corredor de algum dos "seus" hospitais, e porque sim: "eu até apregoava establilidade. Não tenho culpa nenhuma do trambulhão que a geringonsa deu". "Nem fui eu que lhe dei posse".

Comentar post







Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas