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Sabemos, lamentavelmente, que estamos na presença de alguém com um nível intelectual e cultural questionável, quando escutamos a seguinte afirmação: (este) "orçamento vai reverter empobrecimento". António Costa parece não saber que um orçamento é uma mera ferramenta operativa, e pouco mais. Se fosse estadista, saberia beber em fontes mais profundas. Saberia iniciar um processo de refundação das premissas que enquadram sociedades. Se fosse um pensador pensaria para além dos benefícios de um alicate que serve para reparar o arame da vedação gasta. Existe algo muito familiar na toada deste governo socialista. Algo ironicamente semelhante a regimes que os socialistas tanto abominam, por se perfilarem como sendo os defensores da individualidade que caracteriza os espíritos livres. Regressamos ao registo cómodo da ideologia do conforto. Ao agradar das hostes para que estas se tornem estáticas e não perturbem o reset da canalização do Estado, assente no corporativismo partidário, claramente dependente de obras públicas, fundos comunitários e a quase total desregulação dos meios para atingir esses fins duvidosos. António Costa não pode oferecer mais. Não leu muito, certamente. Mas escutou os versos de um poeta menor, quando outros maiores poderiam ter servido de provocação. Sérgio Godinho certamente que prefereria não ter sido requisitado à força toda para este frete populista. Contudo, é essa a matriz cultural de onde provém Costa. Não é capaz de pensar Portugal para além do seu quintal de amizades. A neuro-política - disciplina instável que acabo de cunhar-, serviria para investigar as propriedades dualistas que Descartes "angariou", e para determinar os obstáculos cognitivos que o primeiro-ministro enfrenta na leitura da relação entre o corpo (país) e a mente (governo). Infelizmente, os atributos que assistem o seu conceito de desenvolvimento, assentam em elementos operativos pueris. Da história não rezam os orçamentos.