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O perigo de governos míopes

por John Wolf, em 27.01.16

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De nada serve o Tratado de Methuen assinado entre Portugal e Inglaterra  - o governo de António Costa tem a obrigação de delinear uma série de planos B para a eventualidade de uma saída britânica do Euro e muito mais que consta da ementa do quadro internacional. Mas os políticos, na sua generalidade, apenas conseguem ver um palmo à frente do seu nariz, obviando uma visão panorâmica e integrativa de diversos factores de risco. A saber; (aquele que acabo de referir - o Brexit), a crise dos refugiados, a obliteração do enunciado pelo tratado de Schengen e o seu impacto nos assuntos internos da União Europeia nos planos social e económico, a desaceleração da economia chinesa, o efeito cada vez mais minguado do programa de estímulo financeiro lançado pelo Banco Central Europeu, as ameaças terroristas convertidas em actos pelo Estado Islâmico em distintos endereços do espaço da UE, a quebra acentuada e continuada do preço do crude, as implicações da política externa da Rússia no que diz respeito à ruptura de equilíbrios já de si frágeis (no contexto do (des)intervencionismo americano), a (des)democratização da Húngria e da Polónia com efeitos nefastos e contagiantes no demais espaço da UE, a possibilidade de uma vitória presidencial de Donald Trump e a implementação de uma política externa intensamente agressiva, o conflito sírio e as suas ramificações no espaço do Médio Oriente, designadamente no que concerne à relação entre o Irão e a Arábia Saudita, a iminência de mais uma crise financeira com impacto acentuado, numa primeira fase, nos mercados bolsistas, e num segundo momento na economia real dos países desenvolvidos; as crises em diversos países emergentes como por exemplo o Brasil, e por último, num plano doméstico, mas não menos importante, a desagregação do actual governo de Esquerda colado a cuspo, e apoiado em acordos frágeis e de conjuntura que não produzem propostas que merecem a aprovação da Comissão Europeia. Enfim, o que está em cima da mesa é de facto incontornável, seja qual for o governo em funções. Acontece que António Costa e o seu tesoureiro Mário Centeno estimam os seus extraordinários resultados baseando-se no princípio de ceteris paribus, quando é precisamente o oposto que sucede. A realidade é um difícil alvo em movimento. E não me parece que este governo tenha a visão panóptica para sequer equacionar o sarilho em que está metido. Agarrem-se à cadeira. Não tenham dúvidas. Isto vai estoirar. Lá e cá.

publicado às 18:53


5 comentários

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De Anónimo a 27.01.2016 às 20:47


Este indivíduo é o maior cínico da política portuguesa. Claro que não se pode levar nada disto a sério, porque ele diz o que for preciso e com a maior cara de pau. 
O PCP já tem a deixa para saltar fora, mas depois o Costa vai querer manter-se à frente do executivo, chamando o PSD para o governo em nome da "estabilidade", da "governabilidade" e do "interesse nacional". 
Em nome do VERDADEIRO interesse nacional, e depois do que se passou desde 4 de Outubro, que tem feito perder tempo e dinheiro a Portugal, a única coisa a fazer é desfazer a geringonça e pôr o Costa a andar. O mundo está muito perigoso e Portugal precisa de um GOVERNO, porque isto que está no poder é uma brincadeira de mau gosto!



http://economico.sapo.pt/noticias/costa-diz-que-visita-da-troika-a-portugal-nao-tem-relevancia-politica_240991.html
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De Anónimo a 27.01.2016 às 21:33

E relativamente ao "Brexit", creio que há uma grande probabilidade de isso acontecer, mesmo que David Cameron obtenha o que quer de Berlim. Tenho dúvidas que ele consiga convencer um eleitorado cada vez mais mal impressionado com a UE, e depois há ainda a complicação com o Partido Conservador, pois muitos quererão usar o referendo para provocar a derrota de Cameron e forçar a sua saída do poder mais cedo.


O caminho que a UE está a tomar sob a liderança alemã é muito perturbante. O que se está a passar com a zona Schengen é disso um exemplo. Das duas uma: ou a Merkel é incompetente, ou é pérfida. Reparem como se cria uma crise de refugiados e depois a propósito dessa crise quer-se expulsar membros do espaço Schengen (Grécia) e pôr outros na ordem (Europa de Leste), e de caminho aproveita-se para meter tropas "europeias" nas fronteiras da UE, pondo em causa a soberania desses Estados, nomeadamente da Grécia. 
Mas esperem, não foi a Merkel que disse que esperava acolher um milhão de refugiados? O que é se estava à espera que acontecesse, senão que a vaga migratória ficasse fora de controlo? As cenas que temos assistido, com os países a terem de abrir as fronteiras de qualquer maneira, sem poder controlar quem entra, são inacreditáveis! E depois ainda vemos como estes refugiados se comportam como "sindicatos", já a reivindicar um tratamento especial e a ameaçar processar os Estados que não fazem o que eles querem. Isto é inconcebível! O que é que fizeram à Europa??
Isto que foi feito é demasiado elaborado para ser apenas incompetência. Já se fala numa tropa europeia a substituir as Forças Armadas nacionais nas fronteiras da Europa. Reparem no que está a ser feito pela porta do cavalo e ninguém diz nada, porque não se pode dizer nada porque não se pode dizer mal de refugiados. É pérfido...
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De Nuno Castelo-Branco a 27.01.2016 às 21:55

Se excluirmos ou matizarmos o que se passa na Hungria e na Polónia (além da rep. Checa e da Eslováquia que subitamente também passaram a ser apontadas como uma espécie de "eixo do mal) - aproveitando estes dois países a oportunidade para invocarem a segurança nacional em claríssimo perigo de derrocada e nesta queda, toda a Europa -, estou genericamente de acordo com este post. Já nem sequer comentarei aquilo que obsessivamente as televisões nos querem fazer engolir e que hoje, por mero acaso conjuntural, foram mesmo obrigadas a divulgar a propósito da rendição incondicional perante o chefe dos mulás: Roma é apenas um símbolo que caiu. Estou farto de ser insultado por apenas dizer aquilo que é para os parvos e situacionistas, algo de politicamente "incorrecto". Nisto, remeto-me ao silêncio, mas não mudarei nem uma linha. O tempo dirá quem tem razão. 


O problema nem sequer é Costa e/ou o PS. É mesmo uma questão do regime no seu todo e que desde o início foi tomado por uma cáfila de incompetentes. Estou em reserva mental ao escrever incompetentes, pois estou a pensar em algo muito mais adequado à realidade. Da descolonização nada exemplar, até à apressada adesão à CEE que garantiu antes de tudo a sobrevivência da casta política, são quarenta anos disto. 
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De Anónimo a 27.01.2016 às 22:07

O problema é que estamos cada vez pior. O escândalo do Banif é dos piores de que me lembro. Devia de haver uma revolta nacional com isto! Quem é que mandou fazer a resolução deste banco? O Jorge Tomé deu a entender que o Banif foi uma moeda de troca. Terá sido para o Santander retirar o processo que colocou contra o Estado português por causa dos swaps? E os swaps do Santander, recorde-se, são mais uma herança ruinosa do socratismo. 
Já repararam o quanto é grave se for verdade que o governo Costa praticamente deu o Banif ao Santander em troca do banco espanhol desistir de um processo em tribunal por causa de um contrato danoso para o Estado português feito durante outro governo socialista? Mas somos um país de carneiros????
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De Alexandre Burmester a 28.01.2016 às 21:14

Entendo que se tratará de lapso, mas não está em causa a saída britânica do euro, pois o Reino Unido cometeu o gravísimo pecado europeicida de nunca ter aderido a esse, para os portugueses, "desígnio nacional" (A. Guterres dixit).

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