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O governo de Passos Coelho e Paulo Portas tenta a todo o custo travar o Processo Revolucionário em Curso (PREC II) levado a cabo pelo Trio de Ataque , também conhecido por TRAQUE e formado pelo Partido Socialista (PS), a Coligação Democrática Unitária (CDU) e o Bloco de Esquerda (BE). Nesse sentido, e colocando o interesse de Portugal acima de questões ideológicas, a coligação procura encontrar as linhas mestras de um entendimento que evite o marasmo e a confusão políticos em Portugal. O PS, que se encontra em cacos após a utópica promessa de governar a solo, talvez não encontre tão rapidamente melhor oportunidade para chegar perto de mandar no que quer que seja. A extremização dos socialistas, e subsequente convocação de novas eleições, certamente que afastaria ainda mais simpatizantes da sua franja de apoio. E acresce a esse facto que grande parte das propostas do governo de coligação têm o assentimento dos socialistas, embora estes se vendam como radicais e distintos dos restantes. Mas não é bem assim. A verdade é que o condicionamento económico e financeiro de Portugal mitiga as apirações de qualquer entidade política. Não existe margem suficiente para grandes aventuras, lamentavelmente. A ideologia, invocada a torto e a direito, há muito tempo que foi substituída por conceitos operativos que buscam soluções a montante e a jusante, à Esquerda e à Direita. Os socialistas não entenderam isso e estão limitados pela sua imagem de marca, o seu branding. Entramos, deste modo, numa nova fase de política em Portugal. Bastará à coligação, fazendo uso de alguma inteligência estratégica, abraçar os socialistas. Se de facto a recuperação económica ganhar ainda mais pernas para andar, o PS poderá fazer parte da solução e não do problema, reclamando para si uma parte desse sucesso. Sendo do contra, os socialistas arriscam-se a ver bonitos do governo de coligação e a perder o comboio que já está em andamento. Ultimamente no Largo do Rato tem faltado algum juízo e bom-senso. Julgava Costa que o crédito do património socialista seria suficiente para ganhar tudo e todos. Mas ele insiste. A casa de apostas do Rato parece desejar mais um flop. Maria de Belém não é uma figura icónica que possa beneficiar de uma moção de confiança presidencial dos portugueses. A bússola socialista está efectivamente escangalhada. Talvez não fosse má ideia António Costa negociar algo que bem conhece - o Ministério da Justiça. O que pensaria Sócrates sobre esta hipótese? Não está mal pensado, pois não?
Trio de Ataque foi uma designação proposta pela minha amiga Ana Luísa Ferreira Rodrigues para a coligação PS-CDU-BE. A expressão simplificada TRAQUE é de minha autoria.