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O PREC do TRAQUE

por John Wolf, em 08.10.15

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O governo de Passos Coelho e Paulo Portas tenta a todo o custo travar o Processo Revolucionário em Curso (PREC II) levado a cabo pelo Trio de Ataque , também conhecido por TRAQUE e formado pelo Partido Socialista (PS), a Coligação Democrática Unitária (CDU) e o Bloco de Esquerda (BE). Nesse sentido, e colocando o interesse de Portugal acima de questões ideológicas, a coligação procura encontrar as linhas mestras de um entendimento que evite o marasmo e a confusão políticos em Portugal. O PS, que se encontra em cacos após a utópica promessa de governar a solo, talvez não encontre tão rapidamente melhor oportunidade para chegar perto de mandar no que quer que seja. A extremização dos socialistas, e subsequente convocação de novas eleições, certamente que afastaria ainda mais simpatizantes da sua franja de apoio. E acresce a esse facto que grande parte das propostas do governo de coligação têm o assentimento dos socialistas, embora estes se vendam como radicais e distintos dos restantes. Mas não é bem assim. A verdade é que o condicionamento económico e financeiro de Portugal mitiga as apirações de qualquer entidade política.  Não existe margem suficiente para grandes aventuras, lamentavelmente. A ideologia, invocada a torto e a direito, há muito tempo que foi substituída por conceitos operativos que buscam soluções a montante e a jusante, à Esquerda e à Direita. Os socialistas não entenderam isso e estão limitados pela sua imagem de marca, o seu branding. Entramos, deste modo, numa nova fase de política em Portugal. Bastará à coligação, fazendo uso de alguma inteligência estratégica, abraçar os socialistas. Se de facto a recuperação económica ganhar ainda mais pernas para andar, o PS poderá fazer parte da solução e não do problema, reclamando para si uma parte desse sucesso. Sendo do contra, os socialistas arriscam-se a ver bonitos do governo de coligação e a perder o comboio que já está em andamento. Ultimamente no Largo do Rato tem faltado algum juízo e bom-senso. Julgava Costa que o crédito do património socialista seria suficiente para ganhar tudo e todos. Mas ele insiste. A casa de apostas do Rato parece desejar mais um flop. Maria de Belém não é uma figura icónica que possa beneficiar de uma moção de confiança presidencial dos portugueses. A bússola socialista está efectivamente escangalhada. Talvez não fosse má ideia António Costa negociar algo que bem conhece - o Ministério da Justiça. O que pensaria Sócrates sobre esta hipótese? Não está mal pensado, pois não?

 

Trio de Ataque foi uma designação proposta pela minha amiga Ana Luísa Ferreira Rodrigues para a coligação PS-CDU-BE. A expressão simplificada TRAQUE é de minha autoria.

publicado às 11:10


4 comentários

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De jojoratazana a 08.10.2015 às 12:21

Quando estou a precisar de uma boa gargalhada, venho sempre aqui, ler os seus posts.
Obrigado pelos momentos, de pura diversão, não, o nariz vermelho não faz falta.
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De Anónimo a 09.10.2015 às 00:44

Bem, em primeiro lugar há que dizer que o seu português é EXCELENTE e que está muitíssimo bem informado sobre Portugal! Fico muito contente que haja cidadãos de outros países tão actualizados sobre o meu país e, olhe, o seu domínio da língua portuguesa mete o de muitos, mas muitos, portugueses num "chinelo"...


Relativamente à nossa situação política, acho que descomprimi e acabei por desligar depois do resultado eleitoral, porque o que está a acontecer não me surpreende e até para isso avisei noutros blogues. De momento, preocupa-me mais o que está a acontecer na Síria, do que os truques e os traques da esquerda em Portugal, que acabará por não dar em nada. Mas que é tudo uma feira de vaidades e uma enorme perda de tempo é. 


Uma coisa tenho de reconhecer. Sempre achei que o António Costa era um embuste, mas nunca pensei que fosse TÃO incompetente. Não sei como os socialistas não se sentem envergonhados com isto tudo, desde a facada em Seguro, a reabilitação do socratismo, o fiasco da escolha do candidato presidencial, a campanha miseravelmente conduzida, a palhaçada na noite eleitoral, e agora o derrotado a pôr-se em bicos de pés para formar "governo" com comunas e anarquistas. Com actores políticos tão maus, os portugueses não podem estar descansados...
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De John Wolf a 09.10.2015 às 10:47

Grato pelas suas palavras. Estarei sempre aquém da mestria das línguas, quer da Portuguesa quer da Inglesa, mas estamos sempre obrigados a honrá-las se pretendermos participar na construção das nossas sociedades. A língua é o veículo de transformação que estará embrenhada na formulação de ideias. Parece-me, tal como diz, que António Costa excedeu as nossas expectativas intelectuais. Conheço brilhantes pensadores da sociedade civil portuguesa que não estão para contaminar as suas almas com os elementos tóxicos da Política.
Cordialmente,
John
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De Anónimo a 09.10.2015 às 14:35


"A língua é o veículo de transformação que estará embrenhada na formulação de ideias."


É verdade. O modo de expressão da pessoa é o espelho do seu raciocínio.


"Conheço brilhantes pensadores da sociedade civil portuguesa que não estão para contaminar as suas almas com os elementos tóxicos da Política."


Não estão para perder tempo com a vida interna dos partidos, que deve ser absolutamente secante. Aí não há nada de intelectualmente estimulante. Há sim bastante intriga, socialização forçada e compadrios. Não é um modo de vida que atraia pessoas com uma vida interior rica e que não precisem da política para sobreviver. Mas pelo que sei, a vida interna de partidos como o Bloco de Esquerda e o PS é pior do que nos partidos do centro-direita e no PCP, porque estes últimos são partidos mais disciplinados.


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