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Imagino-o a animar romarias. Um tio meu herdou-lhe, de certo modo, o ofício, mas com a ajuda dos inseparáveis cavaquinho e concertina.
" O aldeiagante sucedeu ao rapsodo, responde-lhe.
Deram ambos um tiro ao trabalho, para não terem de arredar os olhos das flores e das estrelas. A Poesia é egoísta, quer-se toda para si, defendendo-se de ser roubada.É sempre fugidio e breve o tempo de amar, de ser do coração. Basta-lhe, ao coração, que seja ele a bater. ( ... )
De aldeia em aldeia, quanto de reino em reino, o aldeiagante é um escrito de memórias falado. Se a Ilíada, os poemas homéricos, são contos de rapsodos emendados uns nos outros, na mesma as histórias dos aldeiagantes dariam supostos inéditos de Camilo, outras Novelas do Minho, Douro, Trás-os-Montes... "
Tomaz de Figueiredo, « Dicionário Falado »