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Uma das 10 peças de 150mm retiradas do SMS Königsberg
O jornalista Manuel Carvalho é o autor de alguns textos muito interessantes sobre a participação portuguesa na I Guerra Mundial, dando especial atenção à frente de Moçambique. No texto ontem publicado, menciona um dos temíveis canhões do cruzador ligeiro SMS Königsberg que tantas preocupações causou aos militares portugueses e ingleses.
"Para o que restava da Coluna de Masasi, porém, não havia escolha possível. Há oito dias que estava isolada, com a primeira linha de trincheiras alemãs a apenas 200 metros do posto avançado. Pelo lado do ligeiro declive que fica em frente ao forte, a fuga teria de romper essas linhas, uma missão irrealizável por uma tropa desmoralizada e faminta. Restava a descida da escarpa íngreme voltada para o sul, a primeira escada de um caminho que levaria até à selva e, com sorte, ao Rovuma. Os sitiantes, que faziam parte dos destacamentos Heinrichs, Sprockhooff e Rothe seriam uns 500, cerca de metade da força portuguesa, e tinham deixado os rijos combates no Norte contra os britânicos e sul-africanos para acabar com as veleidades portuguesas. Mas podiam ser abastecidos. E por volta do dia 27 soube-se que tinham instalado a cinco quilómetros o temível canhão do Konigsberg, um couraçado afundado em Julho de 1915 em Dar-es-Salam, após cinco horas de bombardeamento inglês, e entretanto arrastado pelo mato por milhares de carregadores indígenas, capaz de efectuar disparos até 13 km de distância."
Nota: o autor designa o SMS Königsberg como sendo um couraçado, mas a realidade era outra, pois este navio era um cruzador ligeiro da armada imperial.