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Havia de cá voltar o Duarte Pacheco Pereira e logo o seu enervado descendente ficaria com as orelhas a arder.
Os comovidos mega cefalópodes do comentório sabe-tudo, têm-se desunhado com o habitual argumento da "não existência de laços históricos" entre Portugal e o território que forma a actual Guiné Equatorial. Várias vezes dei comigo a responder-lhes diante do ecrã, aconselhando-os a uma sumária pesquisa que não demoraria mais que uns escassos minutos. "Toda a gente sabe" que Fernando Pó e Ano Bom foram possessões portuguesas até bem perto do final do século XVIII. Por alguma razão D. João II intitulou-se Senhor do Corisco, venera que hoje em dia pertencerá ao Sr. Obiang.
Para cúmulo do azar dos embarbichados, Portugal alienou a soberania em troca de benefícios territoriais no Brasil, consolidando o domínio sul-americano que hoje é a principal potência da CPLP, o tal Estado sucessor que naturalmente tem a devida proeminência na organização que não pode limitar-se a ser um "centro de afectos" e de charlas saudosistas. Há que ver para além dos sundowns enriquecidos com croquetes, pastéis de bacalhau, chamuças e baji purís.
Embora os nomes de D. Maria I e de Carlos III sejam para os mega cefalópodes, tão estranhos como os de qualquer monarca da Coreia pré-japonesa, nem por isso deixam de ser os que surgem como signatários dos dois Tratados - Santo Ildefonso e do Pardo - que consumaram a transferência daquelas ilhas para a Coroa espanhola e em troca, para benefício de Portugal, de territórios que hoje integram o Brasil. Aqui está um argumento persuasor que graciosamente lembramos aos nossos amigos brasileiros, decerto agradecidos por aquela auspiciosa permuta.
Eis mais uma desculpa airosa para o ingresso da Guiné Equatorial, betões, comes e bebes , gases e petróleos incluídos. Pois sim, berrem à vontade.