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Que eu saiba não existe uma comunidade portuguesa na Crimeia, mas existe uma de dimensão assinalável na Venezuela. Não sei com o que anda entretido Machete nos dias que correm. O chefe dos negócios estrangeiros não assinou o manifesto dos 70 e ultimamente não tem andado a pedir perdão aos sete ventos. Pois bem, não é preciso ser um especialista em relações internacionais para observar que a situação em Caracas está muito perto de se tornar explosiva e irreversível. Deixemos por enquanto a ideologia fora do debate, a eterna discussão dos sucessos da revolução boliviana, as sociedades útopicas de pão, paz e liberdade para todos, e concentremo-nos na mera logística que implica Portugal de um modo substantivo. Segundo um amigo e correspondente de nacionalidade venezuelana: "Hoy queda en envidencia que: Venezuela se encuentra totalmente aislada en la región. Lo que pasó hoy en la OEA es una demostración de que el pasado no existe, el presente es lo que importa y en el futuro ya veremos. Además, queda en evidencia que la verdad aturde y es incómoda... no habrá un árbitro que intervenga en esa pesadilla de realidad y antes de ser árbitro, prefiere hacer el papel de los tres monos sabios. Por último, que el Gobierno que está técnicamente caído no tiene más asidero que la fuerza, la represion y las armas, solo asi se mantiene el gobierno, solo así saldrá. La población civil está derrotada, pisoteada y subyugada, el castrochavismo, el fascismo de América Letrina se impondran al estado de derecho, al progreso y a la integración, apenas porque un puñado de locos en Venezuela y en Cuba quieren que asi sea." E continua numa outra tirada em inglês não técnico: "(...) Regarding the situation in Venezuela, Chavez and Maduro make Salazar and Caetano look puny. However, because of the empathy with the situation, I expected Portugal to be in the frontline against the tyrant dictatorship. Even my colleagues in media and professionals in journalism, observe the situation in silence, oblivion and amnesia! I cannot blame them because they have not yet taken the side of the Government, but the few friends I have in Portugal, have been concerned and active about the situation in Venezuela. In Portugal, only when the selfish interest of the portuguese is at stake, the events are shown on the news in a very particular way (texto não-editado). De acordo com a mesma fonte, neste momento são governos, políticos chulos e parasitas que apoiam a ditadura na Venezuela. Refere ainda a tristemente célebre intervencão do Brasil na OEA (www.venezuelaaldia.com) e a dívida colossal que irá em última instância determinar o descalabro da sociedade venezuelana na totalidade do seu espectro. O "meu homem em Caracas" refere ainda as movimentações russas no sentido de esta instalar bases militares na Nicaragua, Cuba e Venezuela. Como nota final do meu correspondente, Portugal deveria seriamente preparar um plano para acolher uma boa parte dos 500.000 portugueses que vivem estes tempos tumultuosos na Venezuela. A serem obrigados a "se evadir" do regime, certamente que Portugal será entendido como porto de abrigo natural. Mas todos sabemos que não tem sido apanágio da política externa portuguesa preparar a eventualidade de certos acontecimentos de um modo racional e antecipado. Enquanto houver negócios a concretizar, o Palácio das Necessidades virará a cara às efectivas prioridades políticas, em nome de Magalhães e companhia.
Cada testemunha narra de acordo à sua experiencia, mas neste caso é impossível deixar a ideologia fora do debate porque na Venezuela, a ideologia é o debate. Podes constatar essa realidade patente em todos os discursos de odio, desprezo, descalificativos e segregacionistas que o Presidente de Venezuela, antes Chavez e agora Maduro, os seus acólitos e distintas persolanlidades do Governo, dirigem sistemáticamente contra um grupo específico de venezuelanos e contra a oposicao política. Isso é um crime.
http://www.venezuelaaldia.com/2014/03/ca
A visão do Mark Weisbrot adolece de miopía esquerdista e é evidente que o posicionamento do The Guardian é necessariamente a favor o Governo da Revolução Bolivariana. É claro que isso nao é um crime, é uma opinião, um ponto de vista, o qual respeito mas nao comparto por carecer de uma visao ampla do espectro da realidade. Apenas consiste na testemunha de um indivíduo que está ideológicamente vinculado. (E se eu fosse verdadeiramente maquiavélico, podería dizer que o rapaz escreveu om panfleto pago pelo Governo, nao vou a entrar em especulacoes)
http://www.venezuelaaldia.com/2014/03/as
Já agora, Heinz Dietrich conhece a realidade na Venezuela bastente melhor do que o Mark Weisbrot, e tem maior ascendente académico sobre o conceito do Socialismo do Seculo XXI.
Na minha opinião não prevalecem nem a verdade nem a realidade nela apenas há uma denuncia que califico de legítima e necessaria. Igualmente é engraçado e necessário fazer o exercício de buscar opiniões divergentes e faze-las públicas, especialmente sob a perspectiva de uma sociedade organizada onde a razão e as instituções prevalecem, pelo menos em grande escala.
Há uma realidade incontornável que é a mesma realidade que viveram ou ainda vivem a Russia, a Alemanha, o Zimbawe, a Cuba, o Chile, a Argentina, a República Dominicana, a China entre muitos outros. Essa é a realidade da Venezuela. Os meios de comunicação têm um arquivo de 15 anos de história para corroborar.
Não comparto que o Mark Weisbrot veja com normalidade um país ocupado por Cuba, onde os militantes das FARC operam uma empresa de human trafficking abertamente, um país no qual o valor da vida pode equivaler a um par de sapatos ou um telemóvel. Um país onde o indivuo está comletamente desprotegido, amedrentado, carente de futuro e sem o amparo de qualquer institução.
Também não é momento de etiquetas de esquerda ou direita, no século XXI isso consiste num anacronísmo religioso. Hoje em día existem muitos outros indicadores para situar uma sociedade num mapa socio-político-económico. Pessoalmente acho que o primeiro indicador de uma sociedade civilizada é a evolucao da mentalidade, patente na credibilidade das suas institucoes e no compromisso dos indivíduos com elas. Neste sentido faco-vos a sugestao de estudar mais de perto a relacao entre o Governo e as institucoes públicas na Venezuela.
http://www.venezuelaaldia.com/2014/03/di
Já agora, se se pretendesemos insistir na retórica onanística discussao que debruca sobre posicionamento políticoe especialmente sobre o cacareado socialismo do século XXI, prefiro nao entrar em competicao na areia com os intelectuais epistemes, essa batalha é deles:
http://www.venezuelaaldia.com/2014/03/he