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Não é preciso ser católico praticante para avistar o primitivismo do Bloco de Esquerda (BE). Não é este o modo de celebrar a eucaristia da adopção por casais do mesmo sexo. O mau gosto, a falta de respeito e pudor, e a baixeza de nível deste modo de propaganda inscreve-se no repertório de truques rudimentares. Em plena época de clivagens entre distintas religiões na cena geopolítica, o BE abre a caixa de Pandora da bandalheira. Hoje os católicos, amanhã os muçulmanos e na semana seguinte os judeus. Mas existe uma outra dimensão que confirma uma enorme falta de sensibilidade. A Esquerda, que se autoproclama defensora dos ostracizados económica e socialmente, esquece, que grande número dos "pobre coitado" deste país, atravessando momentos de grande privação, serve-se da fé enquanto bengala para superar os obstáculos da vida. A instituição religiosa (seja ela qual for) merece essa consciência colectiva. O Bloco de Esquerda, porventura inspirado pelos cânticos de Charlie Hebdo, confirma que criativos de comunicação política não existem naquela casa. Se era para causar estardalhaço a qualquer custo, poderiam ter consultado a paternidade bombista das irmãs Mortágua. Não se brinca com a fé dos homens - mesmo não tendo Igreja, como é o meu caso.