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Não sou da Esquerda nem sou da Direita, porque já não faz sentido usar essa régua (regra) para medir a política. Sou adepto de ideias que sirvam as causas das sociedades, que promovam a justiça e se alicerçam na transparência dos próprios processos democráticos. Não podia concordar mais com esta proposta do Bloco de Esquerda - os deputados devem estar em situação de dedicação exclusiva no desempenho das funções que lhes foram atribuídas pelos cidadãos nacionais. A esfera pública não se pode misturar com os interesses do domínio privado, e vice-versa. Quer ganhar dinheiro à séria? Então escolha outra profissão. Crie uma empresa, seja advogado corporativo, mas mantenha-se à margem do exercício de cargos públicos. Eu iria mais longe até. Vamos pensar nas presidências de câmara e nesse bicho híbrido que ainda vai fazer correr muita tinta - as empresas que resultam de parcerias público-privado. A política não pode ser uma zona cinzenta para acumulação de cargos e salários. Deve ser um território de eleição, onde o sentido de missão e abnegação determinam as condutas. É óbvio que muitos dirão, em sua defesa, que a experiência no sector privado pode ser arrastada para o serviço público. Pode sim senhor, como também podem ser dispersas pastas sensíveis que consubstanciam a ideia de conflito de interesse - promiscuidade. Se eu pudesse votar este diploma, fá-lo-ia sem reservas. O salário de deputado está bastante acima da média do cidadão prostrado pelas incursões castradoras de um regime fiscal austero. Nem vou entrar no campo das ajudas de custo e outras regalias que fazem parte do pacote parlamentar. Vou ser simples e linear no juízo que faço desta proposta de regime. Quer servir o país? Então, bem-vindo. O salário não é milionário, mas os almoços na cantina também não são caros. E não há almoços grátis.