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Quase todos conhecem o adágio - a história não se repete, mas por vezes rima. No entanto, penso que não se aplica ao seguinte enunciado. Quando Reagan lançou a Strategic Defense Initiative em 1987 (SDI, conhecida por Guerra das Estrelas) não seria um objectivo premeditado pôr de joelhos economicamente a União Soviética, mas de facto a corrida ao armamento que se seguiu acabou por ditar a ruína do império soviético e a mudança de sistema e regime políticos. A administração Trump, que "alega" ingerência russa no processo eleitoral norte-americano, riposta aplicando sanções à Rússia de Putin, como se tal ferramenta de política externa pudesse de algum modo repôr os pratos da balança da justiça, castigar economicamente a Rússia e enfraquecê-la mortalmente. Enquanto essas ferroadas são administradas, o sistema judicial dos EUA avança com a investigação a eventuais fugas de informação classificada para o domínio e controlo de oficiais russos, assim como a averiguação dos contornos das reuniões havidas entre Trump Jr. e advogados russos em 2016. Tudo isto, combinado numa aura de grande suspeição e incerteza, levanta algumas questões do foro patriótico. Fala-se, nos corredores de Washington, a cada dia que passa, de indícios de traição e lesa a pátria. Putin, que havia sido nomeado como "mandatário" de Trump, estará a pensar duas vezes à luz da imprevisibilidade comportamental do presidente americano. Ou seja, se de facto mexeu cordelinhos para auxiliar a sua eleição, também o poderá fazer para que Trump seja removido. Em todo o caso, os próprios norte-americanos já começam a invocar o enquadramento constitucional da 25ª Emenda que estabelece o modo e as condições que levam à substituição do seu presidente. Sim, a coisa está feia. Ou pouco bonita - conforme as preferências ideológicas. Veremos então se Putin "deselege" Trump.
créditos fotográficos: CNBC